30 julho 2008

O poder da Consaguinidade


Ontem, quando tentava adormecer, comecei uma série de dissertações de importância nenhuma, como tal decidi vir expô-las neste meu cantinho que uso como meio para tudo.

Uma espécie de hobby que eu tenho é tentar contra-argumentar elogios. Passo a explicar: Para quem me conhece sabe que receber elogios me faz um bocadinho de dor no pâncreas, não é que não goste, não sou cínica, obviamente que gosto, mas acho que devido à falta de hábito no passado o meu sistema criou um mecanismo de defesa em que parte do princípio que qualquer palavra bonita faz parte do velho esquema do “Queres dançar? – Quero – Então vai!”, assim, e para prevenir o que eu chamo de humilhação desnecessária e citando a grande Lúcia Moniz, “Dói muito dizer que sim, dói menos dizer que não”. E é com este brilhante argumento que me imagino a ser elogiada (nada convencida) e começo o exercício de arranjar maneira de levar os elogios a mal, mas sempre com piada… é estúpido? … Provavelmente sim, mas não vos admito tal comentário.

Deve ser por isso que continuo aqui a subir à paredes… afinal qualquer coitado que se aproxime leva com pedradas no escroto e afasta-se logo tal violador do spray pimenta.

Mas é também uma técnica de seleccionar o mais forte, é a minha lei da selecção natural! Aquele que conseguir bater-me me nos argumentos, tiver a paciência para não desistir e for mais esperto que eu, merece sem dúvidas as coisas boas que tenho para dar… e são muitas coisas e daquelas mesmo boas… mesmo gostosinhas!

Bem, e isto a propósito do quê? … Do meu treino de contra-argumentar elogios….

Depois de não conseguir tirar a música dos da Weasel da cabeça, e de estar sempre com “Princesa, beija-me outra vez” a ecoar nos ouvidos, comecei a pensar que o elogio de Princesa era realmente muito estúpido.

O que é que é uma princesa? Nada...é o cúmulo da futilidade, da ignorância e completamente contra os direitos de igualdade humana! Porque raio tem que haver uma senhora ou um adolescente borbulhento que se considere melhor que os outros só porque usa uma coroa na cabeça?

Vejam a Maria Antonieta, por exemplo: “Se não têm pão, comam brioches!” … Mas... mas… o povo passa fome e ela manda-os comer brioches? … Esta aqui não podia ter um fim melhor que a cabeça num cesto…

Mas quem é que manda para a guerra um adolescente que devia era estar em casa a descobrir como é que funciona a coisa e a ver revistas porno? E mais… quem é que espera que a criatura regresse numa noite de nevoeiro, pois mesmo que tivesse sobrevivido o provável era ter descoberto as maravilhas duma bela mulata e a última coisa que queria ela voltar para as portuguesas com bigode (eu sou portuguesa… e sim, tenho bigode!).

E que raio de rei é que desenterra a mulher amada e obriga o povo a beijar-lhe a mão? Que nojo… ainda é pior que arrancar o coração do homem que a matou… Mas enlouquecer só porque mataram a amante? Pelo amor de Deus… que mariquice…

E as histórias da Realywood que enchem revistas e revistas cor-de-rosa com tudo menos bons exemplos e esperam ser admirados e respeitados?

As famílias Reais cobertas com muita consanguinidade são realmente tudo menos melhores que as outras. Onde é que está a verdadeira força da natureza? É nos genes selvagens, no povo, nos escravos que são mais puros e saudáveis.

Agora todas aquelas relações de incesto e depravações só criaram linhagens impuras, doentes e evolutivamente destinadas à extinção. Quem é que pode considerar ser princesa como um elogio?

Claro... (e para evitar futuros processos), que há princesas e outras que tais que se esforçaram pela liberdade e direitos dos povos… fazer parte dessa elite não é escolha própria e acredito que muitos preferissem viver na lama dos possidónios.

Mas este não seria o meu blog se fosse para dizer bem das coisas, não é para isso que me pagam, assim, encho uma vez mais a cara de iogurte Danonissimo para provar o meu ponto de vista: The realty sucks!

A última Palestra


Randy Pausch faleceu no passado dia 25 de Julho.
Para quem não conhece, Randy era um professor americano ao qual foi diagnosticado Cancro no pâncreas e desde aí começou a percorrer o mundo a leccionar "A última Palestra".
Aconselho que a vejam, é grande, mas é uma lição de vida que merece ser aprendida, e ele merece que escutem as suas últimas palavras.
Como percebo tanto disto como de pilotar aviões, não consigo pôr aqui o filme, assim deixo-vos o link: http://www.youtube.com/watch?v=ji5_MqicxSo , não deixem de ver!

28 julho 2008

O post dos porquês...


Venho por este meio, até porque não tenho mais nenhum, esclarecer algumas questões relacionadas com certos comentários relacionados com certos posts, que por sua vez estão relacionados com certos sentimentos… relacionaram?

Primeiramente quero dizer que me considero ofendida… vá lá, sentida pelo comentário sobre o meu sonho de criança de casar os anos ser “uma estupidez”. Primeiro acho que nunca se deve criticar qualquer sonho de qualquer criança, muito menos chamá-lo de estúpido. A magia está aí, em sonhar e ser criança. E penso que realmente não me fiz perceber. Obviamente que na minha tenra idade de menina serelepe eu não estava ansiosa por fazer 23 anos no dia 23, a questão obviamente que não era casar os anos, mas sim ter 23 anos. Pois quando se tem 10, os 23 estão muito longínquos e parece que nunca vão chegar. Pensava eu que com a idade que agora completei as coisas seriam muito diferentes, eu seria adulta, uma mulher, teria a minha família e a minha casa, já seria muito grande… fazer 23 anos no dia 23 era apenas uma referência de ser adulta. “Eu quando casar os anos vou ser bué grande”. Fiz-me entender?

Segundo: Eu não estava triste por estar em casa no meu dia de anos. Mesmo que eu pudesse fazer o que queria e ter dado a volta ao mundo em 80 dias, esse não seria um passeio tranquilo porque a minha mente estaria em casa, com os artigos e a ansiedade tomaria conta de qualquer outro sentimento, assim o melhor foi realmente ficar aqui a fazer aquilo que a cabeça me ditava, apesar do coração querer outra coisa, estou em paz com isso.

A minha família não se lembrar que naquele dia eu fazia anos também não é algo que me afecte. Estou habituada, no sentido em que nem do próprio aniversário eles se lembram. Fazer anos não é muito importante na minha família, tal como o ano novo ou o natal não são… realmente comemorações desde género não fazem parte do nosso dia-a-dia e eu sempre vivi sem isso. São coisas que têm mais valor quando somos crianças e que agora parece que deixaram de ter sentido. Como somos muitos só os mais pequenos fazem anos e têm natal (subentenda-se prendas), porque o orçamento é limitado para a creche de sobrinhos que tenho e combinámos então que depois dos 16 já se é grande demais para festas e prendinhas... concordo!

Qualquer tipo de telefonema que me possa ter afectado mais, não foi de todo motivo para me deixar mais triste ou deprimida. Sinceramente foi um bocado a constatação de algo que já se estava à espera. Foi um estalo da realidade que apesar de doer um bocadinho não é de todo suficiente para me deitar ao chão, começo a estar em paz com isso também.

Este foi um dia que passou e que apesar de estar um bocadinho triste…. Bem, não quero usar mais esta palavra… estar um bocadinho desanimada, até se passou bem, como todos os dias desde que comecei esta jornada final. Afinal os dias têm sido iguais e estão a passar demasiado depressa, e acho que no fundo é isso que desanima.

O que me deixou triste nesse dia, e agora no verdadeiro sentido da palavra, não teve absolutamente nada a ver comigo ou com o dia dos meus anos.

Passo a tentar explicar-vos para que não me critiquem por estar mais ou menos triste quando nem sempre sabem o que vai aqui dentro. E principalmente, não me digam para não estar triste ou para me animar, porque se o meu coração não me ouve a mim não é a vocês que vai ouvir e é cansativo ouvir o mesmo de tanta gente, sempre a bater na mesma tecla… parece que a vontade de não estar triste até se perde.

Nesse mesmo dia, que calhou ser no dia dos meus anos, o meu pai arrancou-me de casa para ir ao café do meu irmão comer caracóis. Quando aí estava o telefone tocou, era uma fiel leitora deste blog, mais conhecido por mãe cigana, que me estava a dar os parabéns com a boca cheia de comida (estava a lanchar). Depois de falar com mãe voltei para o café para junto do meu pai.

Quando lá cheguei estava uma mulher sentada ao pé do meu dele, eu disse boa tarde, sem reconhecer, e o meu pai e o meu irmão olharam para mim com um ar aflito de quem me quer explicar alguma coisa com os olhos. Eu depois de olhar outra vez para a tal senhora é que percebi quem era, e as lágrimas vieram-me aos olhos. Era a Patrícia.

A Patrícia é uma amiga da nossa família desde que eu me considero por gente, tem a idade dos meus irmãos e sempre foi uma porreiraça. Foi com ela que fui pela primeira vez ao cinema ver o Aladino. Com ela e com a filha vi todos os filmes da Disney e cantei as músicas a plenos pulmões.

Ela é daquelas pessoas que erradia alegria. Cada vez que entrava no café do meu irmão com um sorriso contagiante era pôr toda a gente a rir e na brincadeira. Mesmo depois do marido se matar e de ficar com duas filhas para criar eu nunca vi aquela mulher sem um sorriso na boca, o que não que dizer que não tivesse lágrimas nos olhos. Sempre foi uma pessoa positiva e muito enérgica. Foi com ela que passei parte da minha infância e é a ela que agradeço muitos bons momentos.

Aqui à coisa de 2 anos a Patrícia teve um acidente vascular enquanto estava no ginásio, rebentou-lhe uma veia no cérebro. Esteve em coma, esteve muito mal, perdeu todas as capacidades físicas e motoras, perdeu as capacidades mentais. Teve que recomeçar tudo do zero, teve que aprender tudo de novo, teve que depender de outras pessoas.

Eu nunca mais a tinha visto. O meu pai admitiu-me não ter tido coragem de a ir visitar porque ela realmente não estava bem. A Patrícia que nós conhecíamos não se tinha safado.

E o destino, ou o que quer que seja, decidiu que eu a visse nesse dia, no dia dos meus anos.

Foi um choque não conhecer a Patrícia à primeira, foi um aperto no coração ver aquela mulher a chorar nos meus braços e foi uma dor enorme ver o passado num presente tão mal tratado.

Não imaginam o que é ver aquela força de mulher que eu conhecida ter dificuldade em articular as palavras, em manter uma conversa, em se lembrar das coisas.

Não imaginam o que é ver a figura vaidosa e bonita que era a Patrícia agora transformada noutra pessoa que não a que ela era. Outro corpo, outro rosto irreconhecível.

Foi por isso, foi por ter enfrentado uma realidade tão dura como a de ver uma grande mulher transformada noutra coisa. Foi o choque de ver pela primeira vez uma amiga num estado em que não merecia estar, em que não devia estar. É ver a dificuldade nos olhos de quem gostas e não poderes fazer nada para ajudar, é querer que o tempo volte atrás e que as coisas não fossem assim, é querer mudar o presente sem ter forças para isso.

É realmente enfrentar que os teus problemas não são nada comparados com o que se passa no mundo. É admitires o egoísmo que te vai no coração quando choras por coisas fúteis e mundanas. É realmente sentir-te inútil por não poder ajudar quem precisa.

O dia 23 de Julho de 2008, deixou de ser o dia em que eu casei os anos, ou sequer que fiz aniversário. Este passou a ser o dia em que eu revi a Patrícia, e sofri por ela.

E volto a apelar para que não me critiquem por estar triste, nem me digam para não estar. Perguntem o porquê de estar triste e talvez aí possam ajudar.

25 julho 2008

Prefiro ser abduzida a ver os morangos


Depois de duras críticas e de ser cuspida ao telefone (não vale a pena chamarem a polícia da hipérbole, admito que é um exagero) venho uma vez mais por este meio, que é tão bonito, pedir desculpa aos fãs mais dedicados, e vou-me imolar pelo fogo só para provar a minha sinceridade.

Os meus últimos posts que falam sobre dor, sofrimento e muita mágoa foram obviamente escritos por uma vilã, que morre de inveja porque o Pipo é apaixonadíssimo pela minha pessoa, e sabendo a minha password entrou no computador com o claro objectivo de denegrir a minha imagem (vi isto nos morangos uma vez… achei que era engraçado e totalmente provável…….nãoooooo – cuspo - eu não vejo os morangos …. Acidentalmente a televisão encalhou na TVI e eu tive uma cãibra antes de poder mudar de canal e… e… e depois o meu cão comeu o comando e devido às hemorróidas não consegui levantar-me para apagar a televisão e… e….isso pode explicar a morte súbita de certos neurónios e realmente de repente, tudo faz sentido…. Este é também um dos parêntesis mais longos da história).

Assim, é óbvio que sempre e qualquer vez que apareça um post menos engraçado ou cuidadosamente trabalhado em que o tema principal não seja a parvoíce, não fui eu que escrevi. Outra possível hipótese será os seres de outro planeta que me abduziram aqui à coisa de 15 dias e que obviamente pretendem conquistar a Terra usando o meu blog para tal propósito tentando entristecer a população terráquea com supostas depressões e momentos mais cortante de pulsos.

Não, obviamente que não fui eu que escrevi tais coisas, pelo menos não consciente e de posse das minhas faculdades mentais…as que me restam.

Eu sei que as pessoas que me conhecem gostam especialmente do meu maravilhoso sorriso, do meu riso de porca no cio e da minha constante queda para dizer asneiras. Sim, sei perfeitamente que vocês não gostam que eu esteja triste e não estou! Volto a referir a minha inocência neste caso e vou encharcar-me em gasolina só para verem como eu estou decidida.

Volto a referir que este tipo de sentimentos mais molhados (… de lágrimas, mentes perversas!) é coisas que se devem partilhar unicamente com as almofadas. E eu não sou cá de ter este tipo de sentimentos maricas, pelo menos que vocês saibam, com as almofadas entendo-me eu doutras maneiras…

E pronto, realmente era isto que vos queria comentar, antes que seja ferida à pedrada, porque já percebi que não posso ter outros sentimentos que não sejam gazes, já que sou criticada com muita força.

Devido à abdução posso ter alguns sentimentos deste género sempre que como tremoços, é uma espécie de efeito secundário, mas estou preparada fisicamente e psicologicamente para engolir tudo com uma côdea de pão, para que daqui a algum tempo tenha uma protuberância no cérebro que grita “I’m a tumor, i’m a tumor, i’m a tumor”, de qualquer maneira tentarei não expor publicamente tais SESSÕES que normalmente acontecem depois de ver o Armageddon.

E agora vou evacuar no terreno, que isto da gasolina está cara e a minha veia ecológica impede-me de queimar mais coisas para provar pontos de vista. Sendo assim, vou encher a cara de iogurte para que vejam como tenho razão.

24 julho 2008

Fungos no cotovelo


Fui ao veterinário com aquilo que se podia considerar estar coxo duma pata. Espero não ter que realçar o facto que a consulta não era para mim e que apesar do joelho à Mantorras, as minhas patas estão muito bem, obrigado!

O meu Puffy Manuel faz hoje 4 anos, e eu pensei, “o que é vou oferecer ao meu puffy que ele gosta tanto? Um passei na barragem? Um doce? Sardinhas assadas?”... as coisas que o meu cão mais gosta são sardinhas assadas e leite…. nham nham!

Resolvi gastar o dinheirinho que a bolsa da universidade tão gentilmente me deu (andam a abarrotar nele) e fui visitar o senhor doutor para tentar saber o que se passava com aquela patinha que de vez em quando lá se lembrava de coxear. Segundo os meus pais aquilo era culpa de ele andar nas cadelas… wherever…

Afinal não era assim tão simples, a culpa não era das putas de quatro patas, mas sim dum problema genético: Displasia da Anca.

A Displasia é uma espécie de artrose que começa a comprometer as articulações e os ossos do fémur, sendo que normalmente aparece nos cães por volta dos 10 anos, há certas raças grandes (como Rottweillers, Pastores e Molossoides) que têm propensão a ter mais cedo, ou como no caso do Puffy, podem ter a simples predisposição genética para isso.

Além disso tem um fungo no cotovelo… mas isso realmente não é importante.

A displasia não tem cura, mas uma intervenção cirúrgica é a melhor solução para permitir ao animal uma maior e melhor esperança de vida. Por enquanto vamos tentar anti-inflamatórios para tirar a dor, porque não é uma coisa constante. Às vezes está a andar e coxeia, depois vê outro cão e já corre que nem um cavalo… Quando lhe dou banho é só tocar na pata que se queixa que nem um porco na matança, mas hoje, enquanto o veterinário lhe apertava, mexia, torcia e esfregava não deu um ganido sequer e olhava para ele com aquele ar “não dói, não dói”.

Bom, mas a radiografia mostrou a inevitável verdade e até aí confundiu o veterinário porque ele coxeia da pata direita, mas é a esquerda que está pior… ele é assim!

Como o preço da operação não é propriamente barato e também não é urgente, resolvi criar um fundo canino. Arranjei uma lata de bolachas com o nome Puffy Manuel e é aí que vou pondo moedas (dinheiro a sério como 1€ ou 2€, nada de merdinhas pequenas que nem podem ser consideradas moedas) até conseguir perfazer a quantia. Se quiserem contribuir toda a ajuda é bem-vinda, afinal o meu puffy Manuel merece tudo, a conta é a lata dos ursinhos carinhosos que está no meu quarto, apareçam e colaborem!

Bem, enquanto isso é tentar perder peso que parece mais um porco que um cão, dar uns passeios sem correr à maluca e nadar na barragem. A boa vida de cão.

23 julho 2008

Amanhã


Hoje é mais um dia em que eu escuto o silêncio que há em mim e não basta. Hoje foi mais um dia em que olhei em volta e não vi a rua se acender. Hoje não vi nada e não senti nada que fosse diferente dos outros dias. Hoje as lágrimas tiveram o mesmo sabor salgado que todas as outras. Hoje doeu tanto estar sozinha como em todos os outros dias. Hoje foi mais um dia como todos os outros que já passaram e aqueles que estão para vir. Hoje, não fiquei mais feliz. Hoje vi a fragilidade humana em rostos conhecidos, envelhecidos e doentes. Hoje vi o passado mascarado dum presente feio, triste e tão demoroso em passar. Hoje quis que o tempo voltasse atrás como nunca antes tinha querido. Hoje percebi que o mundo à minha volta não pára quando eu não estou. Hoje percebi que a minha presença é tão sentida como a minha ausência. Hoje percebi que não faço falta, não sou indispensável. Hoje precisei parar de pensar para poder parar de chorar. Hoje vi no espelho o mesmo que nos outros dias. Hoje sonhei o mesmo, desejei o mesmo e chorei pelo mesmo. Hoje não foi nem especial nem único, foi tão rápido e demorou tanto a passar, como os outros. Hoje não consegui não estar triste como queria. Hoje não consegui responder a quem se lembrou, hoje não me apeteceu agradecer por aquilo que não pedi. Hoje continuo a trocar os passos com a solidão. Hoje… foi tão igual a ontem e será tão igual a amanhã. Hoje nunca mais acaba e está quase, quase a acabar. E é isso aí… há quem acredite em milagres.

A 23 de julho de 1985 nasceu uma estrela... e morreram tantas outras


O 23 de Julho sempre foi o meu dia. Sempre me trouxe um sentimento egoísta de ser único e exclusivamente meu. É uma estupidez! Há imensa gente que nasce, que morre, que chora, que é feliz, que trabalha, que sobrevive, que tem esperança, que quer morrer, que se alimenta, que não quer nada, que quer tudo…há imensa gente que recorda esta data com carinho, outros que a querem esquecer…

Que sou eu neste mundo de milhões? Quem sou eu no meio de tantas vidas e tão importantes? Por que raio julguei eu que tinha o direito de ter um dia só meu?

Não, obviamente que não tenho direito absolutamente nenhum de achar que hoje eu sou a mais importante.

Comemorar o dia em que se veio ao mundo parece tão absurdo quando olho para o resto da vida. Os pardais sabem quando nasceram? Ou será que comemoram o dia em que voaram pela primeira vez?

Sei que sou a pessoa mais importante para o meu Puffy, e ele não me dá os parabéns, ele simplesmente não sabe que faz no dia 23, 23 anos que a sua dona nasceu. E mesmo que soubesse, provavelmente arquearia as orelhas e olharia para mim com os seus olhos de “gosto muito de ti por isso não me dês banho” e diria que hoje sou tão importante para ele como nos outros dias todos (em que não lhe dou banho).

Quando estudava os meus gorilas e calhava que um deles fazia aniversário, eu olhava para eles com muita compaixão e muita alegria e pensava “é o teu aniversário pequenote, parabéns” e eles olhavam-me com a mesma indiferença de animal cativo. Olhavam-me com a mesma tristeza que em todos os outros dias.

Tive a experiência de não fazer aniversário há cerca de 2 anos, quando realizei o interrail, e essa data marcou-me mais do que qualquer outra. Andei pelas ruas de Veneza com o coração a querer gritar “HOJE FAÇO ANOS” e sorria a cada transeunte que passava… mas ninguém parou para me cumprimentar, ninguém me ofereceu um bonito presente, ninguém me cantou os famosos “parabéns” e nem tive direito a um pedaço de bolo. No meio da multidão e dos turistas eu não era sequer visível, quanto mais importante. Não era mais do que parte da paisagem, parte duma multidão sem rosto cuja presença é tão notória quanto a ausência.

É verdade que sempre gostei de comemorar este dia. Aliás, comemorar não será a palavra certa. Sempre gostei de assinalar este dia com alguma coisa que me fizesse recordar que hoje é o dia. Gosto de passar este dia com os amigos, a fazer algo diferente, num ponto diferente e sempre com a certeza que é um dia bem passado. Quero sobretudo não ter que fazer o flasback do ano que passou e do que não se fez, do que se não alcançou e do que não mudou. Quero aproveitar o dia e não pensar. Quero cansa-me a jogar paintboll, quero fazer corridas de sacos, quero voar de asa delta, quero aprender linguagem gestual, quero aprender sapateado, quero participar num musical, quero fazer totalmente figura de parva num desfile de moda (aliás, isto já fiz!), quero conhecer alguém novo, quero me apaixonar e me entregar como toda a gente. Quero chorar de tanto rir, quero ler uma grande história e ouvir um clássico de arrepiar. Quero ver o filme da minha vida. Quero sair para namorar. Eu quero viver por mais e muitos anos, quero casar todos os anos a que tenho direito e acima de tudo quero que cada um que se avizinhe, seja sempre melhor que o que passou. Quero estar feliz.

Hoje será um dia que não vou assinalar, será mais um aniversário que eu não vou completar. Hoje, foi o dia pelo qual sempre esperei quando era pequena, porque queria casar os anos e pensava eu que com esta idade ia ser muito grande e estaria tudo diferente. Sim, a verdade é que há coisas muito diferentes, mas também há outras tão iguais… E o dia que sempre quis comemorar em grande não pode ser festejado. Infelizmente não vou poder fazer nada que o marque de uma maneira especial. A vida nem sempre nos traz o que queremos e muito menos o que sonhamos. Hoje vai ser um dia como tantos outros, nesta que é uma fase complicada da minha vida. E será marcado por isso, será marcado por ter sido numa época menos feliz, menos sorridente e com menos vontade de assoprar as velas. Mas ainda assim vai ser o meu dia, mas esse será o meu pequeno segredo!

Parabéns, eu!

"Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta-feira
Vinte e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse…
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!

Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado…
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitado!

Não faça tal; porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa; que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.

Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los, queira ou não queira!

João de Deus

17 julho 2008

Obras de arte


Estava aqui a ouvir os Gipsy Kings a cantar o “My Way” quando me lembrei de algo que descobri recentemente. Como achei que tinha relativa importância decidi partilhar com vocês, tal como faço com as coisas relativamente importantes da minha vida. Não… não há coisas muito importantes na minha vida se não eu partilharia, estejam certos que mal aconteça algo muito importante na minha vida, como por exemplo o petroleiro que é o meu rabo desencalhar, eu conto-vos… isto soou incrivelmente mal, mas levem para o lado que quiserem…. O português é uma língua torpe e as vossas mentes também… eu sou a pura e casta desta história!

Bem, como dizia eu, li recentemente… (e agora li mesmo, não foi na Oprah, até andei á procura da revista para vos dar a referência, mas foi de tão relativa importância que não me lembro)…. dizia eu (antes de todos estes parênteses tão necessários) que mastigar pastilha elástica activa os movimentos do sistema gastrointestinal, isto é em bom português: faz-nos cagar.

Ora, como já puderam constatar pela leitura assídua desta fonte bibliográfica incrível que é o meu blog (quem não é assíduo agora fica a arder e tem que ir ler as brilhantes dissertações do passado para se inteirar do assunto, e eu digo: cocó para vocês… tivessem melhor gosto literário)… o que é eu estava a dizer?... ah… que eu dou muita importância ao acto de castigar a porcelana e penso que pessoas não dão o devido valor a algo, que se não acontece nos pode matar… uma vez mais vou queimar as cuecas (já queimei os sutiãs todos) para marcar uma posição: Quero um feriado nacional a favor a arte de obrar!

Já pensaram? Um dia inteiro a comer muitas fibras e com muita banda desenhada e ficamos ali no trono a deixar o sistema funcionar e dar graças por isso…. É bonito!

Até o nome indica arte! Obrar…. Arrear o calhau… mandar um fax…. Tantos nomes e tão poucos para definir tamanha maravilha da natureza. Cada país tem o seu apelido, cada cidade tem a sua tradição, cada família tem o seu momento, e é nesses instantes que somos todos iguais: ricos, pobres, pretos, brancos, loiras, feias, bonitas, cavalos e peixes de aquário… somos todos seres que cagam e somos mais felizes por isso!

Pode não parecer mas eu vinha aqui falar de pastilhas elásticas, só que o assunto deu a volta sem eu conseguir controlar, uma vez mais, a minha mente libidinosa, mil perdões… chicoteio-me por isso!

O que eu vos queria dizer, além que as pastilhas fazem fazer púpu, é que fui pesquisar na net (sim, eu não quero informar-vos erradamente sobre os factos que considero de relativa importância, eu vou a fontes fidedignas como é a internet para vos informar melhor… eu sou assim, eu nasci assim, Gabriela…) e descobri coisas muito interessantes sobre as pastilhas elásticas, que todos julgam ser mau para a saúde… vou queimar agora as meias a favor das chicletes.

Descobri então que foi feita uma recente pesquisa, não sei onde nem sei por quem, que diz que “mastigar uma pastilha elástica antes de comer, ajuda a reduzir a fome, diminui a ansiedade e dá-nos a sensação de estarmos saciados, limitando assim a ingestão de calorias” e os nutricionistas (também não sei quais) dizem que estas pequenas alterações de calorias, a longo prazo fazem diferença… isto sou bem científico, não foi?

Bom, os ingleses por seu lado descobriram que a mastigação de pastilhas elásticas aumenta a concentração pois faz circular mais sangue nos músculos da boca, o coração bate mais depressa, o cérebro recebe mais oxigénio e dá uma energia extra à zona do cérebro que comanda a memória.

Os participantes do estudo (não sei qual, mas tem a ver com pastilhas) referiram que mastigar uma pastilha elástica, melhorava o seu humor, porque lhes reduzia a ansiedade e o Stress, aumentando a satisfação e o relaxamento.

Não é isto tudo fantástico? Para mim é maravilhoso já que ando a comer às 30 pastilhas diariamente… e não estou a exagerar… era isso ou bater com a testa na parede e isso a minha mãe não me deixa porque estão pintadas de fresco.

Mas como eu tenho uma coisa que se chama consciência… que já me lixou tantas vezes… sou obrigada pela associação nacional de pais a avisar-vos dos males das pastilhas:

O uso de pastilhas elásticas em excesso pode ser grave para a articulação que é responsável pelo abrir e fechar da boca, como também pode ser prejudicial para o estômago, já que como se está sempre a mastigar a pastilha, o estômago está a trabalhar em seco e envia suco gástrico que pode provocar úlceras, e claro, se não escovarem os dentes às refeições e usarem fio dental pode levar a cáries (e não eu recebo nada por isto)…. Só por causa desta, não vou queimar nada, mas vou ao café do meu irmão abastecer-me de Super Gorilas… as minhas preferidas!

E já agora:

Para retirar pastilha elástica dos tecidos, basta colocar gelo até enrijecer. Ela sairá totalmente.

A internet é uma coisa fantástica. Obrigado senhor Google (in Avó Loba).

Fontes:

Black Google (sempre ecológica)

João Amorim, Isadora Silva, Gonçalo Silva (Clube dos Jornalistas) - EB1 Conde de Ferreira (os miúdos são a melhor fonte para este tipo pesquisas, fazem os trabalhos com gosto quando se trata de doces)

http://www.emagrecer.tv/blog/tag/pastilha-elastica/

15 julho 2008

Eu quero um robot de cozinha


Depois de muito pensar… hum… depois de pensar um bocadinho cheguei à conclusão que já encontrei o homem da minha vida.

Sim, aquele homem que tem as qualidades que vocês apreciam e os defeitos com os quais conseguem viver… sim… roam-se… já o encontrei e não digo onde é está! Lá.. lá.. lá

Está certo que já o perdi, mas sei onde ele mora, assim que não há crise… Se o desespero for muito posso sempre fazer uma visita permanente e usar a força bruta para que o relacionamento funcione, eu sei ser persuasiva!

Mas explico-vos melhor o que é isso do homem da minha vida. Ora é um homem, que resulta que até é da minha vida… não é giro? … ok, não me cuspam mais, eu digo!

Conheci o sujeito no meu maravilhoso Erasmus, era um dos muitos Espanhóis que havia em Itália, poderá dizer-se que havia mais que italianos… não, havia era mais chineses que italianos… era isso.

Era daqueles mocinhos que à primeira vista não desperta muito interesse, mas depois de duas vistorias como quem não quer a coisas até o encontras bastante interessante. Fisicamente era um rapaz jeitoso, vaidoso o suficiente para se vestir bem, gostar de se olhar ao espelho e ir ao ginásio para trabalhar o corpinho, mas também humilde o suficiente para dizer sem problemas aquilo que não gosta nele próprio, e o mais importante, fazer por mudar isso.

Tinha, o que para mim era uma qualidade de topo, sabia dançar como ninguém. E um homem que sabe dançar é um homem que sabe mexer numa mulher. Sabe onde tocar, sabe o que fazer para liderar a dança e fazer uma mulher perder-se no momento, saber encaixar-se e fazê-la não querer desencaixar, e muito resumidamente, saber dançar é saber fazer o amor como ninguém.

É daquelas pessoas que não sendo de extremos é perfeita para tudo. Gosta das suas noites em casa a assistir um filme e dizer mal dos outros enquanto se enfarda quilos de gelado, mas também tem noites em que quer bailar até a noite cair e beber o seu copito de gin para depois falar com o mar… não, essa fui eu!

É trabalhador, característica de bom genro, não tem problemas de arregaçar as mangas e trabalhar no que for preciso para comprar as suas coisas, para poder aproveitar a vida.

Gosta de viajar, conhecer coisas novas e está sempre preparado para uma aventura. Gosta de boa música e de boa comida. Gosta de paisagens bonitas.

É um bom amigo, leal, dedicado e verdadeiro. Já falei com ele de tudo, desde as minhas teorias loucas de conspiração à guerra no Iraque, desde a outra que dormiu com o outro até à problemática da morte… pode-se falar de tudo e o mais importante para mim: discute, argumenta, defende aquilo em que acredita e às vezes diz que não só mesmo para contrariar, só mesmo para me ouvir bater o pé em como não tem razão, e há um certo carinho nisso.

É sentimental e apaixonado, é profundo e sincero e gosta do interior. Conquistou-me quando recusou a Polaca-boa-das-mamas-grandes-mas-que-era-chata-para-caraças, e disse-lhe que não por isso mesmo, porque era chata.

Conquistou-me quando me disse que eu era bonita e além disso estúpida por achar que não. Eu sei que todas vocês já me disseram isso, mas podem ter a certeza que não teve o mesmo efeito.

Conquistou-me quando do nada me agarrou nos pés e começou a fazer uma massagem… sem nojo do chulé nem nada…. Nunca ninguém me tinha agarrado assim em zona tão pessoal…

Sim, ele é perfeito. É o meu homem perfeito. Até os seus defeitos são perfeitos.

Tive pouco tempo para o conhecer, mas o suficiente para saber que não vou conhecer mais ninguém assim.

E nem vale a pena levantarem a voz porque eu não o espetei contra um frigorifico e o fiz soltar o grito do Ipiranga… vocês sabem, ou pelo menos deviam saber o porquê de eu não o fazer, de ser fisicamente impossível tomar a iniciativa.

Mas por ele ser o homem da minha vida, não quer dizer de maneira nenhuma que eu fosse a mulher da vida dele. Até acredito que não seja, com muita pena minha.

Ou é mesmo a minha alma gémea e também tem constrangimentos físicos que o impeçam de dar o passo, ou então realmente não havia esse tipo de interesse.

De qualquer forma, quando penso nisso não tenho nem arrependimento, nem tristeza. Tenho a saudade boa daquilo que valeu muito a pena e foi perfeito por ter sido como foi. Sorrio por ter encontrado o homem da minha vida. Afinal ele sempre existe. Não veio a cavalgar numa égua chamada Bonita, com os cabelos ao vento, mas veio a dançar a salsa num salão de baile, com o jogo de cintura todo.

Mas a vida é assim, raramente ficamos com o homem da nossa vida. Eu possivelmente acabarei com um canalizador de barriga de cerveja e verniz na unha do dedo mindinho, que vá às prostitutas ao domingo, enquanto eu esfrio o umbigo no tanque de lavar roupa.

Claro, que agora há máquinas de lavar roupa e as prostitutas são todos os dias, mas estava a ser romântica. Seja como for, saberei que ele existe e uma vez mais, sei onde ele mora. Assim quando tenha 60 anos e a vida desperdiçada, correrei o máximo que as mamas nos joelhos deixarem e irei em busca do amor duma vida perdido, e pode ser que assim consiga ir à Oprah e ganhar um robot de cozinha, que afinal é o objectivo disto tudo.

12 julho 2008

O passado, o presente... como será o futuro?






Encontrei esta velha foto... bateu uma saudade....


"Eu já vi uma geneca"


Eu já tive o chamado sentimento do “burro a olhar para o palácio” inúmeras vezes.

A primeira que tenho em mente é a da tão famosa “geneca”. Ora bem, andava eu e a trupe biologicamente saudável a passear a pevide pelos campos Alentejanos, isto é, a trabalhar arduamente em projectos importantíssimos para a sociedade ubeciana, que para nosso bom deleite tinham que ser realizados pela madrugada dentro e sempre com muita seriedade, quando, no meio dos arbustos e moitas se avista uma das espécies característica da fauna portuguesa… uma Geneta. Eu, como típico bicho acabadinho de entrar na universidade e que foi para biologia porque gostava de golfinhos, não fazia puta ideia do que era uma geneta. Não sabendo eu o que estava a ver, mas acreditando quando me diziam que não era um gato, fiquei muito entusiasmada por ter visto uma espécie nova, assim andei a espalhar pela comunidade que era uma bióloga e tanto porque já tinha visto uma “geneca”… e é por isso que hoje sou conhecia por ter encontrado uma nova espécie… a geneca… uma espécie geneticamente muito próxima da geneta, mas com a característica de só ser vista por burros, tal palácio.

Não foi só esta uma experiência esclarecedora do quão ignorante uma pessoa pode ser. Recordo-me também de terem uma conserva muito interessante sobre a Maçonaria e eu durante toda a conversa julguei que se estava a falar de Marceneiros. Claro que achei estranha tanta admiração por tão interessante profissão, e realmente não fazia ideia da cultura que havia por detrás da arte de fazer móveis… mas admiti eu a minha ignorância para poder aprender mais? Nãooo… acenei com a cabeça em como concordava com tudo o que estava a ser dito e sim, era um tema realmente interessante. Foi mais tarde, ao pesquisar na tão completa internet que aprendi alguma coisa sobre tão culta associação, e me senti o rei… quando percebe que está nu.

E é por isso que hoje, não tenho problemas em dizer que não percebo uma virgula do que está a falar, e sei tanto de determinado assunto como de pilotar aviões, e é assim que tenho vindo a aprender alguma coisa, quando encontro gente que tem a paciência para me explicar as coisas, como se eu fosse muito burra.

Mas é isso minha gente, não tenham medo de dizer que não sabem ou desconhecem determinada ciência, é perfeitamente humano ter limitações, só o Professor Marcelo sabe tudo.

E esta conserva toda, depois de encher o bandulho de sardinha assada, porquê? Porque tenho aqui o brilhante SPSS com os seus brilhantes manuais, tenho 20 mil dados muito brilhantes inseridos e … não sei o que fazer com isto.

Uma vez mais estou a olhar para uma geneca, sem saber o que é, mas agora não tenho ninguém que me explique e me faça os desenhos que preciso. Sinto-me um gay com a Soraia Chaves nas mãos, e não sei o que fazer com ela… e a natureza não me dá pistas… só me apetece penteá-la e mudar lhe a roupa… mas o propósito de tal criação não é esse… e é por isso que grito às fadas e duendes: I NEED HELP (falo inglês, porque é a língua universal.. duvido que as fadinhas e duendes falem português… a não ser, claro, se for com sotaque do norte… e eu falo melhor inglês)!

11 julho 2008

Os homens são um lugar estranho

Antes de mais nada, e sem me deixar abalar pelo cheiro a pântano que imana do meu Puffy Manuel, venho por este meio (uma vez mais e não melhor que das outras vezes) agradecer às pessoas incrivelmente desocupadas que voluntariamente (o que é estranho, não precisei de usar a força bruta) optam por se deliciar, não com as palavras do Senhor, mas com as insanidades de uma senhora que já teve dias mais lúcidos.

Quero agradecer estes posts que acompanharam com muita atenção, dedicação e falta de bom gosto. O passado texto intitulado “Ácido desoxirribonucleico” foi a minha publicação número 100. Yeeeee. Surpreendi-me a mim própria por conseguir escrever durante estes dois anos, sendo que um deles esteve fora de funcionamento, mas isso não vem ao caso e nem sei porque foi mencionado. Parecendo vocês que adivinham o que me vai no pensamento (se bem que eu nem tinha pensado muito no assunto, já que não tinha percebido que estava a escrever a número 100), este foi o post com mais comentários. 5 comentários… que sucesso ! Está certo que 3 deles são da tão assídua Gypsy, e nem são para mim - esta gente tem a mania de usar o meu espaço como chat ... mas uma vez mais, isso não vem ao caso.

Muito obrigado, de coração por me acompanharem nestas minhas pequenas loucuras que às vezes são escritas para vocês, outras vezes são escritas para mim, mas que aquecem o coração saber que são lidas, incrivelmente apreciadas e o melhor para mim, saber que são recebidas com muitas gargalhadas. Obrigado por ouvirem a minha voz quando lêem o que escrevo, significa muito para mim saber que sou lembrada e saber que visitam o blog quando podem para me relembrar e uma vez mais, ouvir a minha voz… é das melhores demonstrações de carinho que me podem dar… e eu aqui longe, preciso muito.

Obrigado por acharem que tenho talento, às vezes quase que acredito e se um dia precisar de provar isto em tribunal, conto com vocês.

Só espero não ser mais um cromo dos ídolos, que participam porque a família e amigos diz que cantam muito bem. Eu prefiro a sinceridade absoluta e com certeza, relativa (há coisas que não quero saber… estou convencidíssima que sou mais bonita que a Penélope, por favor não me desiludam) para me evitar futuras humilhações. Enquanto isso, estas pequenas tentativas à arte são apenas para vocês, mais do que um clube de fans, são true friends que eu valorizo muito. Valorizo essencialmente por me valorizarem apesar do feitiozinho de merda!

Bom, e eu ia escrever algo extremamente engraçado sobre os homens e as mulheres, obviamente nada de inteligente ou sequer fundamentado, mas a Joss Stone virou-me a inspiração para o sentimento e então acho que me fico por aqui e deixo o tema de escárnio e mal dizer para outra ocasião.

Além disso estou com gazes, o melhor é ir deitar-me para contrariar a gravidade… achei que precisavam desta imagem, para terminar em beleza.

10 julho 2008

Quando se apara a vida


Finalmente sou do tipo de mulher para a qual as pessoas olham 2 vezes. Não, não ganhei repentinamente o factor 20 na lotaria de natal (para os mais iletrados, receber o factor 20 resume-se por pesar menos 20 kg e medir mais 20 cm) e nem troquei de copa com a Floricoisa.

Estou careca. Sim, estou ainda mais careca. Para quem me conheceu com um cabelo farto e robusto que poderia muito facilmente substituir qualquer Renova armado em suave, realmente sofre de um ataque visual muito forte ao observar a total ausência de material piloso no meu crânio.

Hoje acordei e achei que o dito já estava demasiado grande. Já começava a ter jeitos da noite de sono, já tinha que me preocupar em pentear os mais rebeldes e acima de tudo já tinha que gastar champô, assim, lá fui eu ao salão aparar a relva.

Agora, com um pente 2 na cabeça, isto é, só com apenas 2 cm de cabelos que conseguem ser mais pequenos que os pêlos das sobrancelhas, posso dizer que arranjei a terapia perfeita.

Quando estou mais em baixo, com vontade de gritar e desaparecer corto aquilo que não faz sangue, não faz dói-dói e dá uma certa liberdade. Já que não posso tirar o peso que tenho nas costas, tiro aquele que tenho na cabeça o que dá algum alívio.

E é realmente engraçado quando os vizinhos nos olham 2 vezes com muitos pensamentos na cabeça. Das 2 uma, ou partem do principio que vou para a tropa e aí começam a arranjar sentido para muitos comportamentos meus, como a falta de apêndice, isto é, sou masculina, gosto de tropa e por isso não tenho namorado. Eu sorrio e quase que aceno, a ver se crio mais boatos nesta terra abençoada pela coscuvilhice. Ou podem também pensar que tenho uma doença terminal muito grave que me fez inchar o rabo e pela qual tive que rapar o cabelo, aí olham-me com pena e quase que me abraçam e eu normalmente respondo “É a vida!”. E a verdade é que sim, é mesmo a vida. Com ou sem cabelo a verdade é eu não mudo. E apesar do mundo ser constituído de mudança, já não toma novas qualidades. Nem o mundo, nem nós.

Nesta foto sou eu... achei que podiam não perceber... ma só eu devo ter um bico dum lápis espetado na mão esquerda...

08 julho 2008

Ácido Desoxirribonucleico


Este post é para vocês mulheres que gostam de coisas enfiadas no rabo. Não… não me interpretem mal, a mente perversa é toda vossa. Obviamente que me refiro às cuecas de fio-dental, ou o que quer que isso se chame já que eu, como consumidora assumida do fio-dental propriamente dito fico extremamente ofendida por ter algo com tão pouco fim e um objectivo tão pouco higiénico, com o mesmo apelido.

Mas adiante. Chamo a atenção para o facto de que usar este tipo de adereço (que não pode ser chamado de vestuário, já que é um insulto para o mesmo), pode prejudicar a vossa saúde.

Passo a explicar: Ninguém da companhia das cuecas da avó (as minhas preferidas) me pagou para destabilizar o inimigo, a verdade é que li algures (e quando eu digo que li, obviamente que vi num programa qualquer da tarde com senhoras aos gritos umas com as outras,) que o uso frequente desta peça de falta de roupa pode levar a infecções urinárias e vaginais, já que a única parte de tecido que esta modernice possui anda a passear pelos países baixos, isto como quem diz que anda a roçar entre o coisinho e a coisinha, o que pode levar à transferência de bichos torpes, responsáveis pelas mesmas infecções (sim biólogos… eu sei que não são bichos…vá…nem são torpes…).

Quando penso que não só há mulheres que usam este tipo de prevaricação como ainda há mulheres que usam depois de comprados sem ter o mínimo cuidado que se exige, isto é, lavar… não consigo deixar de imaginar a quantidade de amor que é feito por aí, sem que se dê por isso, e lesbiano… o mundo anda mesmo para a frente e eu fico cada vez mais atrás!

Ora, andado eu numa de apelar ao bom e antigo e não deixando de me sentir chocada quando penso que o mundo se esqueceu do papel das cuecas na nossa vida, venho por este meio dizer basta (aliás eu venho por este meio dizer imensa porcaria, mas hoje digo só basta). Meus caros amigos (sim, vocês que dizem que gostam de andar com a salada a badalar e depois usam utensílios em pele tigress que vos acalma as hemorróidas, também têm que ouvir a verdade), as cuecas servem para proteger os meninos e as meninas, servem para limpar aquilo que não fica bem limpo quando se vai castigar a porcelana (aqui tenho que admitir que o tal fio-cuzal vence com grande margem), servem para aconchegar e não para criar um incrível desconforto, servem para vos proteger e serem protegidas (não foram feitas para serem usadas por cima da roupa, nem com calças cuja cintura se situa nos joelhos), servem para ser roupa interior e não a continuação da calça que se comprou 3 números abaixo, para poder mostrar o rego com um fio enfiado, decorado com o sentido obrigatório.

Sim, se algum dia me baixar e a calça fizer o mesmo, mostrarei ao mundo que tenho o rabo tapado e protegido, que tenho a menina a dormir uma bela sesta de algodão (da qual já devia ter sido despertada à muito) e não, não quero de todo mostrar um fio que entra pelo rabo adentro, enrolando-se com os pêlos do rabiosque e misturando-se com os desperdícios do corpo… bonito, não?

E meus amigos, possíveis fazedores do amor, não se atrevam a aparecer à minha frente com este tipo de coisa no rabo, que o mais provável é eu vomitar… não pela imagem, que deve ser linda como o sol, mas porque me virá sempre à memória certo e determinado professor vestido só com uma tanguinha tigress e a explicar o que é o ácido desoxirribonucleico… não é que não esteja aberta a novas experiências, mas isto só lá vai com terapia… e de choque.

04 julho 2008

Vendo fígados


Eis a minha situação: Tenho 23 anos e depois de 5 anos fora, vivendo por esse mundo, vejo-me de volta a casa dos meus pais onde me mandam escovar os dentes e fazer a cama, e ainda tenho que ouvir comentários da minha mãe como: “Ai a minha Estrela já acabou o curso e ainda não arranjou namorado!”…

Então, muito resumidamente: não tenho namorado, não tenho trabalho, não tenho casa, não tenho dinheiro, o meu dente novo partiu-se, ainda não tenho o curso acabado, mas tenho dividas…. (não por ordem de importância, claro).

Não tenho nada que possa apelidar de meu, a não ser claro, a divida que hoje descobri que tenho para com a CGD.

Hoje fui ao dentista para verificar o estado da minha nova aquisição, foi notória a cúspide partida do novo hóspede da minha boca. Afinal quando eu senti que estava a mastigar areia não era se não, parte do dente que se tinha deteriorado… como é que eu não tinha percebido antes?

Obviamente que os 100 contos que o bichinho me custou têm garantia e já se mandou trazer da grande capital um novo companheiro dental.

Decida a resolver alguns assuntos pendentes, impulsionei-me a levantar o cú da cadeira e ir tratar das questões. Então lá fui eu dar dinheiro ao estado para o imposto automóvel e comprar o novo selo, que não é mais que um papel A4 que eu mesma poderia ter feito em casa.

Depois, fui ao banco em questão para cancelar dois visas que tinha activos, nem sei eu como. Bem, os visas eram de muita utilidade em Espanha onde não é preciso nem códigos nem nada, basta a nossa carinha de pessoa séria e honesta, ora aqui, não possuindo eu o código dos ditos cartões não havia a necessidade de pagar anuidades absurdas. Assim, lá consegui cancelar um dos meninos, mas o outro tornou-se um aborto complicado, afinal escondia uma divida que não me foi informada. Isto é, uma das vezes em que o visa retirou dinheiro à minha conta não havia suficiente (o que é normal) e ficou em dívida um valor que por cada mês que passava e eu não o pagava, acumulava 15€ de juros. Ora, será que vamos avisar a nossa bestial cliente que tem esta divida para pagar? Nah… esperamos que ela cá venha e enquanto isso sacamos um dinheirinho todos os meses. O que eu tenho a dizer a isto é muito simples: Filhos da Puta.

Eu sou assim, simples e directa e sem um tostão furado. Ora, além deste mês ter pagado o dente, ter que pagar o selo e a inspecção do carro, ainda tenho que pagar a última prestação das propinas e a mais recente dívida. Portanto, creio que a vontade que eu tinha de ingerir algum tipo de alimento neste mês vai para o raio que a parta porque estou a ver que terei que vender os dois fígados que tenho.

Já pensei em prostituição, mas nesta cidade não dava certo, afinal a concorrência é muita. Terra de marinheiros, se é que me entendem…

Não, não quero pedir aos meus pais. Os meus irmão foram trabalhar desde que começaram a ter dentes, e eu, aqui ando com esta idade a chupar o tutano de dois reformados que já fizeram a obrigação deles, já criaram a maravilhosa pessoa que sou. Já tenho muita sorte em ter uma casa, cama e roupa lavada, comida e, não menos importante, pensos higiénicos.

Mas realmente não tenho outra opção. Tenho que engolir o orgulho e a moral, enfiar o rabo entre as pernas e de cabeça baixa, ir chorar aos velhotes que fui enganada pelo banco.

Espero que o mesmo sistema funcione com o reitor e com a dentista. Se não… acho que vou doar esperma, disseram-me que pagavam bem.

03 julho 2008

Sozinho em casa


Qual foi o filme que eu vi ontem, e que por acaso ainda não tinha visto vezes suficientes para encher as duas mãos e os pés?

Pensem naquele filme que, possivelmente, arranjou uma sociedade com as nossas bolsas lacrimais porque não há alma (penada ou não) que não chore baba, ranho e sangue ao ver a realidade assim tão dura e crua.

Qual será a película que nos faz sentir que estamos a perder as capacidades físicas já que não controlamos nem as emoções nem as excreções que libertamos?

E que filme é esse, perguntam vocês já com as tochas a arder e prontos a fazer churrasco… tenham calmas pessoas a atirar para o impaciente, obviamente que falo da Cidade dos Anjos, que é o sozinho em casa da tristeza.

Estou certa ou estou errada? Bem, muito provavelmente estou errada, mas esta não é a questão crucial aqui, não foi isso que vos perguntei e o assunto não é se eu errei ou não nesta vida, portanto, parem de me interromper e deixem-me continuar… ai, quer lá ver que as formigas já têm catarro (hoje usei esta maravilhosa frase com o meu sobrinho… estou anciã…e nada sábia).

Bem, continuando o divertido raciocínio sobre a tristeza, este é realmente um grande filme.

Um filme que acabando mal, acaba como tinha que acabar. Um filme que nos ensina que a pêra é como areia doce que se desfaz na boca. Já alguma vez tinham pensado numa pêra assim? Já alguma vez tinham parado essas vossas vidas atarefadas e cheias de coisas fúteis e ranhosas para dar o devido valor a uma pêra? Bem me parecia que não…

Todos os conceitos que o senhor Seth nos ensina, na minha opinião, são questões essências para o mundo funcionar. Questões às quais não damos a devida importância e não apreciamos, questões que nos fazem mais feliz sem sabermos.

O valor das coisas que não sendo eternas, duram o tempo suficiente para serem inesquecíveis. As ondas que rebentam a nossos pés. A importância duma noite bem dormida. E claro, o direito de escolha, de que muitas vezes nos esquecemos.

E para mim, das coisas mais importantes e que as pessoas não valorizam…o toque. O que vale um dos sentidos mais importantes que damos por certo? O tacto pode matar e renascer. Através do toque sentimos o mundo e sentimos os toques. Um estalo diz tudo, um abraço não precisa de dizer nada. É o calor doutro corpo que nos faz falta. As nossas células epiteliais anseiam por outras células. O nosso suor pede o sabor salgado de outro suor. A língua, a pressão de outra língua.

Mas chegando a esta altura na narrativa em que me apercebo que se tivesse falado do sozinho em casa tinha tido mais sucesso, vou provar o meu ponto de vista tocando-me no banho.

02 julho 2008

Pêlos na virilha


Depois de observar atentamente que o meu vizinho da frente possui um animal empalhado em cima da mesa, onde muito provavelmente se alimenta, achei que este seria um bom tema para discutir nestes monólogos de café que eu aqui desempenho, diga-se, muito brilhantemente. Mas depois de muito pensar, decidi que não, animais empalhados em cima de mesas não é um tema interessante.

O que seria então? O que poderá ser um tema interessante para eu debater comigo própria neste cantinho em que o lema é falar de tudo, à excepção claro, daquilo que for interessante.

Penso que a capa do Correio da Manhã de hoje é um excelente exemplo daquilo a que me refiro. Este jornal, cujo objectivo inicial era ser um importante meio de informação para o público português, tornou-se em mais uma revista cor-de-rosa que tem como mais valia não ser cor-de-rosa e não ser uma revista. Só por isso, ganha em inovação. O Correio da Manhã é a Maria dos Senhores, já que dá muito nas vistas um senhor grisalho a observar as novas namoradas do Cristiano Ronaldo em revistas de bolso que dão óptimas dicas de como tirar nódoas de azeite, assim, sendo em folhas de um jornal a credibilidade, se bem que escondida, está lá.

E o que vinha na capa do Correio da Manhã hoje?... que também foi tudo o que li… é isso mesmo: a namorada do Cristiano Ronaldo. Mas na brilhante capa desta revista… perdão… jornal, há a tentativa de aproximar esta senhora da população feminina em geral mostrando a nós, povo comum, que afinal ela não é assim tão perfeita como o Photoshop a pinta, e sim, pertence aos 90% das mulheres que são atacadas pela celulite.

A senhora, cujo nome confesso que não me recordo, afinal é uma mulher como todas nós. Todos os meses entra em batalhas hormonais, sofre de pêlos encravados na virilha, e como a celulite que tem fica nas partes traseiras faz aquilo que todas nós fazemos que é ignorar que ela lá está, porque o que os olhos não vêm o coração não sente. Acredito que quando a senhora esteja triste porque o Cristiano lhe ofereceu um colar de 100 quilates e o que ela queria mesmo era um carro novo, já que o dela ganhou pó e sai-lhe mais barato trocar que limpar, ela agarra-se a um balde de gelado de chocolate e vê o Pretty Woman até secar a alma.

Sim, namora um rapaz que usa o valor da minha casa em cada orelha e enche as capas das revistas… lá estou eu…. Jornais, com demonstrações de com quantos golos de faz um jogo. Sim, deve ter dinheiro suficiente para pagar a alguém para lhe desencravar os pêlos das virilhas e o mais provável é que não tenha sequer um pêlo naquelas nalgas …. mas…. Da celulite ninguém se escapa… ah ah ah ….é a arma biológica que dá cabo de qualquer rabo e pernas. Mas continuo a defender a minha Litinha até ao fim dos dias, porque já que não a posso vencer (foram demasiados baldes de stracciatella), junto-me a ela. E fico muito mais feliz por saber que o Cristiano aprecia caminhos acidentados, assim posso ter hipóteses de lhe dizer o quanto aprecio a sua conta bancária… quero dizer…. as suas fintas… aprecio muito as fintas do senhor.

01 julho 2008

Apetites


Hoje apetece-me outra vida. Outra cidade. Outras pessoas.

Hoje apetece-me ter vontade de sair, ter para onde sair e ter com quem sair. Hoje apetece-me fazer parte de alguma coisa grande, alguma coisa importante.

Hoje apetece-me ter vontade de comer alguma coisa especial. Apetece-me que me apeteça alguém.

Hoje quero sentir saudades boas e quero ouvir a voz de quem me faz falta.

Hoje apetece-me ter coisas planeadas e encontros agendados. Hoje apetece-me organizar o mundo e ter reuniões. Hoje apetece-me que me peçam o que sou e não o que eu tenho.

Hoje… vai ser tão igual a ontem e será tão igual a amanhã… O hoje, amanhã não terá tido sequer valor, não terá sido minimamente importante. E o que me apetece amanhã poderá ser novo ou não… poderá ser sempre o mesmo, as mesmas vontades, os mesmos desejos… isto, porque não são saciados, não são resolvidos.

Hoje, como sempre, apetece-me apetecer a alguém.