31 dezembro 2008

Harry Potter e a Ordem de Fénix

Acredito piamente que o mundo me queira ver prenha. Provavelmente devido aos meus espectaculares genes que são em tudo muito espectaculares. Mas começa a ser irritante. Meus senhores, seguramente que vocês não querem mais do que eu que o processo da reprodução se dê aqui para estes lados… mas o que vocês estão a fazer comigo é pura maldade, daquela mesmo má e maldosa… portanto… da boa!

Aqui há uns tempos quando o Benfica não jogava em casa acerca de 2 meses (parece que tenho 15 anos outra vez) fui ao médico preocupada com tal situação (para facilitar o discurso, e somente por causa disso, substituiremos o senhor doutor pelo agradável termo monstro e a muito jeitosa paciente por bela):

Monstro - Bem, a menina está grávida!

Bela - *Admiração* Não, não estou!

Monstro - *Certeza* Sim, está!

Bela - *medo* O que é que você fez, que eu não me lembro?

Monstro - Há uma elevada probabilidade da menina estar grávida, se o período não lhe vem há 2 meses!

Bela - *nervos* Bem, mas para isso teria que ter relações, o que não é o caso!

Monstro - Mas não precisa de ter relações para engravidar!

Bela - *nervos-a-olhar-ao-redor-à-procura-das-câmaras-da-revista-maria* Pois, mas acredite que realmente isso não é possível!

Monstro - É bem possível sim!

Bela - *desconfiança* Como? - …(queres ver que andei a ler os livros errados este tempo todo?)

Monstro - Os espermatozóides podem viajar longas distâncias!

Bela - *Choque* Bem… a não ser que estejamos a falar da olimpíada dos espermatozóides e que eu não tenha dado pela escalada final, acho que este não é o caso.

Monstro - Mas olhe que você está grávida!

Bela - *Pânico-de-estar-na-presença-dum-fanático-religioso-que-vai-chamar-a-TVI-mais-próxima-porque-acredita-em-milagres* Oh senhor doutor… desculpe… monstro, isto foi só um almoço em demasia, acredite que o que há aqui dentro é uma dúzia de sardinhas assadas e não uma pequena cria! EU NÃO ESTOU GRÁVIDA!

Monstro - Muito bem, vamos lá fazer análises então… (que chatice, tenho mesmo que ir fazer trabalho de médico, achei que podia ter um dia interessante).

Bom, hipérboles à parte foi basicamente isto que aconteceu e que, muitos capítulos mais tarde, se provou ser devido a um excesso de testosterona no sangue (eu era para ser um rapazinho mas o processo falhou a meio… a penugem ficou). Tratamento: Pildra bela goela abaixo!

Recentemente, muitos anos depois, já a Bela se transformou no Bule apesar dos monstros serem os mesmos, a situação volta a repetir-se. Devido ao assunto claramente explícito no antigo post dirigi-me ontem ao hospital da zona, já que o monstro de família está de férias permanentes.

Depois de cerca de 4 horas de espera, apenas porque a puta da enfermeira me pôs uma pulseira verde, fui atendida por um senhor monstro muito simpático:

Bule - *A exalar simpatia* Boa tarde doutor, como está?

Monstro - Muito bem obrigado, você é que não deve estar assim tão bem! Então de que se trata?

Bule - *Medo-enquanto-procura-um-espelho-a-ver-se-está-escrito-na-testa* Hum… bem… a situação é a seguinte, estou com a menstruação acerca de 12 dias e tomo a pílula… #PARA CONSULTAR EM PROMENORES A SITUAÇÂO REFERIDA; DIRIGIR-SE COM ATENÇÂO AO POST ANTERIOR#

Monstro - Bem, a menina está grávida!

Bule - *Deja vu -acompanhado-de-fodasse* Não, não estou!

Monstro - Olhe, que pode estar!

Bule - *Ai o caralho* Não pode ser, porque eu não tenho relações (quer ver que me vai falar dos espermatozóides voadores outra vez?... será uma seita?….).

Monstro - E há quanto tempo não temrelações?

Bule - *Humilhação* nunca tive…

Monstro - *Sorriso estúpido* Que idade tem? … Pois, estou a ver. Vamos então fazer análises a ver o que se passa! Ah… e uma ecografia também!

Deviam fazer a puta das análises antes sequer de fazer perguntas para poupar certas e determinadas situações. *Muitos nervos ao verificar que toda a informação partilhada naquele gabinete estava a circular por todos os computadores do hospital enquanto uma foto minha com ar de quem quer cagar acompanha o ficheiro*.

A minha vida ficou claramente mais feliz depois de ter estado 3 horas numa sala de espera com gente que só não se ria. Corredores que gemiam e choravam e borravam-se e soluçavam e pediam atenção a enfermeiros que se divertiam a engatar as estagiárias.

Alguém me disse que devia beber água porque tinha que ter a bexiga cheia para a ecografia e a minha tarefa foi tentar que alguém me desse água, já que precisava para o exame, enquanto me espetavam uma agulha ma mão (“não lhe encontro as veias no braço, desculpe”)… filho da puta… tira-me o sangue e deixa todos os instrumentos enfiados na veia para CASO SEJA NECESSÁRIO eu levar os medicamentos por ali. Assim sendo, e porque a vida é bonita, eu fiquei ali com a veia aberta, enquanto gente escarrava e gemia por todos os lados e as lágrimas me escorriam nos olhos. Em vez de me darem água, eu ia perdendo ainda mais (não bastasse já o sangue).

Depois de 3 frustrantes horas naquela situação, consegui beber um copito de água e os enfermeiros tiveram a lata de me dizer para comunicar no exame que tinha bebido dois. “Sim senhora, eu posso ter um tumor no útero que não se vai ver porque vocês não me deram água suficiente, mas vou dizer que bebi porque isso vai resolver a situação”…

Bem, no final de contas não estava anémica, apesar de andar a esvair-me com muita força à quase 15 dias e a ecografia (apesar da má visibilidade) não mostrava qualquer anormalidade.

Quando fui mostrar o exame, 3 horas depois, o monstro já tinha ido e encontrava-se uma monstra que olhou para mim com um sorriso de “Coitadinha da menina, está com o período é? Tem dorzinhas é? Sente-se fraca é? Tem um ar assassino, é? “ - Você está óptima, ter o período é perfeitamente normal (faz parte do sistema reprodutor das mulheres, se quiser explico-lhe) e não tem nada que se preocupar que isto é do tempo!

Moral da história, eu ando-me a esvair em sangue há 15 dias porque é do tempo, sinto-me fraca porque sou estúpida e os médicos odeiam-me porque não estou grávida. Só tenho a dizer uma coisa: Obrigado Harry Potter por me acompanhares nestas horas difíceis.

27 dezembro 2008

Médico de Familia

Esta é uma daquelas histórias que começa com a moral. “Deus é um ser feio, porco e mau, que quando se farta de ouvir os nossos pedidos faz-nos engolir os nossos desejos mais íntimos com um amargo sabor a fel”.

Ora bem, lembram-se de quando eu andava aí cabisbaixa porque não me esvaía em sangue à coisa de mês e meio o que, apesar de ser o pesadelo de qualquer criatura possuidora de ovários, é no entanto aquilo que para nós é normal e nos faz sentir muito dói-dói quando não aparece? Pois bem… tanto reclamei… tanto rezei… tanto preguei aos santos, que agora ando com o endométrio a desfazer-se à coisa de 10 dias e este não parece estar a dar tréguas.

Esperei quase dois meses para o dito cujo avermelhado surgisse e desse modo pudesse voltar a tomar as tão saudáveis hormonas redondas e assim homogeneizar o relacionamento complicado que existe entre o meu estrogénio e a minha testosterona. Comecei a tomar a pildra normalmente achando que a coisa iria ao lugar, e que dentro de 2 dias a hemorragia estancaria. Para quem não sabe, e para vos mostrar que aprendo alguma coisa com a Dr.ª Sue, o que a pílula faz é enganar o nosso corpinho dizendo-lhe que já estamos emprenhadas e que por isso não precisa de andar a enviar óvulos a cada minuto a ver se algum é violado por três ou quatro girinos moçambicanos que se atiram de cabeça à complicada tarefa da fecundação. Assim, enquanto o nosso sistema reprodutor anda felicíssimo da vida achando que vai cumprir a sua função vital e a razão pela qual existe, descansa a passareca e não envia mais óvulos à maluca. Até que, 21 dias depois, percebe que foi enganado e vinga-se do corpinho que lhe deu casa e comida, numa acto de puro vandalismo, enquanto nos esventra as entranhas e nos faz arrepender. Bem, basicamente, e muito cientificamente, acho que é isto que acontece.

O que nos leva a pensar… qual foi a parte do “já estou prenha, não precisas de me raspar mais o útero”, que o meu corpo não percebeu? Há aqui um qualquer sistema de comunicação que não está a funcionar como deve ser. Ou a pílula já não tem voto na matéria e as hormonas estão-se a cagar para o que a senhora Diane diz, ou então algo está errado no mundo dos sonhos e estou realmente a ficar doente.

A parte de estar a perder sangue durante 10 dias seguidos, que segundo o farmacêutico é perigoso porque me faz ficar fraca e anémica, não me preocupa porque como tenho estado todos os dias deitada não preciso de forças para nada. O que me preocupa são as dores. Isso é que dói… as dores quando doem são lixadas, e estas são particularmente fodidas.

Portanto, e resumindo, estou à 10 dias com dores menstruais que me parecem piorar a cada dia que passa o que significa que estou a perder cada vez mais o liquido vital que me faz sobreviver!

O que é que eu devo fazer? Ir ao médico, seria uma hipótese. Porém, para quem não sabe, ir ao médico nesta cidade é uma tarefa bem mais complicada que enfrentar um dragão de chifres, e eu arriscaria dizer, bem mais perigoso.

Sabendo que não me aceitariam nas urgências, porque estar a esvair-me em sangue não é em lado nenhum uma situação urgente, e que, mesmo que eu tivesse neste momento 70 euritos para despender numa consulta privada num ginecologista, não serviria de nada já que me vai mandar fazer análises que só receitadas pelo médico de família, decidi-me a enfrentar o touro pelos cornos e fui tentar uma consulta no médico de família. Surpreendentemente não dá consultas até ao final do ano e não aceitam marcações para o próximo ano, já que parece que é o ano que ele vai tirar férias. “E então?” pergunto eu, de lágrimas nos olhos “Fico-me a esvair em sangue até essa criatura de estetoscópio se lembrar que é médico e que há mais gente doente além das velhas que já põem naperons (fiquei surpreendidíssima por isto se escrever assim) nas cadeiras da sala de espera, tal a frequência com que lá estão?”… “Pois, minha menina, não posso fazer nada em relação a isso!”, diz-me a secretária que me olha por cima dos óculos com todo o ar de quem está com uma indigestão, “O-obrigado”, digo eu uma vez mais a ter dores abdominais, desta vez, devido ao sistema médico português, “De nada querida, boa continuação de esvaimento!”!

Assim, e porque não tenho forças nem sangue suficiente para lutar contra o sistema, vou-me deixar esvair em sangue na minha cama quente e confortável, enquanto desejo ardentemente que o mundo se expluda em dores como as que eu tenho, e que o meu médicozinho de família tropeça e enfie o estetoscópio pelo rabinho acima até lhe sair pelas amígdalas.

Ah... e um feliz Natal a todos!

23 dezembro 2008

Eu gosto de chicha!

Uma coisa boa é que o meu corpo deixou de se armar em maricas e arreou o calhau como deve ser logo no primeiro dia!

O meu rabinho, juntamente com todo o sistema digestivo, sempre achou que era demasiado fino para se sentar em qualquer tampo de sanita pouco amigável. Assim, e porque são eles que mandam, havia uma quarentena de 3 dias (nem vale a pena referirem que uma quarentena não são 3 dias…) inchados e doloridos até a poupança se encontrar devidamente confortável para assentar tijolos, mas parece que as traseiras gostaram aqui do frio nortenho e sentaram-me no trono logo no primeiro dia, e com visitas regulares.

Vocês precisam deste tipo de informação tão detalhada e orgânica? Provavelmente não, mas sabem como eu acho necessário escrever coisas sobre coisas extremamente desnecessárias…. E se vocês lêem…. É porque no fundo gostam! Vocês gostam!!

O dia de hoje até foi interessante e fizemos imensas coisas biológicas juntamente com dois agentes jeitosos da polícia marítima, mas realmente só me lembro de vos contar o que eu e a Simone acabámos de beber e que ela cuspiu em seguida achando que era urina: chá com sal!

Pois é… ela achou por bem usar o resto da água dos cuscus para fazer chá, sem se recordar que eu havia lá posto sal… bonito… até me estava a saber bem até ela o cuspir, depois lá percebi que realmente algo não estava normal e agora parece que andei a lamber um bacalhau seco e toda eu sou sede… coisas da vida!

Isto remete-nos ao tema da alimentação. Ora bem… a minha amiga Simone é vegetariana, como eu desconfiava (não sei porquê mas tem pinta de comedora de alfaces), o que leva a que eu ande a experimentar uma dieta extremamente verde esta semana que aqui vou estar.

Até aí tudo bem, não fosse o facto e só termos para cozinhar um fogão eléctrico no chão, sal e azeite… não muito por onde nos mexermos, portanto! Assim, vamos ver onde a imaginação nos deixa e o paladar aguenta.

Ontem comemos 30 porções de espinafres para 10 de massa e 0,5 de salmão… vá… comemos espinafres (acho que nem o Poppey comeu tantos espinafres na vida) … e isto em 2 refeições já que o que cozinhamos de noite fica para o almoço no dia seguinte.

Eu até queria cozinhar e colaborar, mas realmente todas as receitas sem carne que eu me lembre ou têm bacalhau ou têm atum… mas ELA NÂO GOSTA DE ATUM… como é que alguém que não come carne não gosta de atum?! Se eu fosse vegetariana andava a latas de conserva (eu sei que o termo vegetariano é só para gente que só como vegetais e os que comem também peixe têm outro nome, mas estou a escrever isto a caneta e a papel e não há Google nesta cabana… por isso fiquem lá com a bicicleta e deixem-me da mão).

Hoje tentamos uns vegetaizinhos fritos em azeite com os tais cuscus. Nunca na minha vida tinha provado tal coisa e acho que continuo sem provar porque os cuscus não sabem a nada…

Mas não sei se o meu corpo alentejano habituado a coelhos de molho vai aguentar muito tempo a comer só rabanetes… começo a ver bifes em vez de pessoas e ainda me atiro ao Minho em busca de atum… já faltou mais para morder alguém!

Andamos nós a subir penhascos com baldes de barro enquanto tentamos não ser levadas pela corrente do rio e só vamos buscar energias às cenouras? Esta minha forma redonda, bela que nem uma flor, necessita de muito mais e melhor… chicha… muita chicha… e pão!

Lá está… comi à uma hora e já tenho fome, se calhar é do chá com sal… digeriu as curgetes mais depressa!

Olhem, acho que estou a ver um bife loiro!

22 dezembro 2008

I’m here! I’m Hairy! Get usted!

Alguma vez já se sentiram como o abominável homem das neves? Bem… eu já!

Vim para o campo como homem do mato, isto é, canivete no bolso para limpar a unhaca e muita penugem a proteger.

Ao entrar no banho com uma alemã loira não pude deixar de me sentir ofuscada pelo brilho do pêlo dela e escuridão do meu… não estupidifiquem… já explico!

Quando dizem para teres sempre roupa interior bonita porque nunca sabes o que pode acontecer “hagas lo que hagas, ponte las bragas”. Bem… eu acho que é mais: Faças o que faças… depila a penugem!

Vim com a quantidade de pêlo que uma alentejana, com demasiadas hormonas e um verão sem praia pode ter… isto é… demasiado. Tenho tantos pêlos nas pernas como os meus irmãos e a penugem das axilas parecem pequenos ecossistemas negros recheados de vida. Não me interpretem mal, andam bem lavadinhas, mas realmente a escuridão habita por aqueles lados e até faz um bocadinho de medo.

Já nem falo dos países baixos que têm florestas densas das quais se orgulham e que cada vez mais alargam fronteiras, já que ninguém está interessado na conquista.

Mas pronto, era esta a minha situação: negra e peluda, quando me apercebi que os chuveiros eram partilhados e que a moça não fazia questão de esperar que eu tomasse banho.

“Ah, vais para o banho? Parece-me uma boa ideia!”… raça da miúda que não meu deixa tocar no banho sozinha e faz-me sentir abominável no meio da minha penugem!

Pois estas moças loiras e espadaúdas têm tudo menos pêlos… que nem se atrevam a dizer que têm pêlos que eu parto já para a ignorância…. Pêlos são os meus… aquilo são meninos… são espigas de milho a balançar ao vento (bonita poesia associada e pêlos púbicos…).

E pronto, lá tive eu que tentar arranjar desculpas para não ir tomar banho com ela, como ir castigar a porcelana, ouvir telemóveis que não tocam e imaginar a telepizza à porta… mas não… tive mesmo que me manter debaixo da mesma água que a alemã e partilhar as minhas intimidades. Foi quase um Erasmus de pilosidades. A situação era digna dum anúncio da Benetton para o qual não me pagaram… senti-me violada e não no bom sentido.

Espero que ela não tenha notado muito, tal como o Titanic não viu o iceberg, mas a verdade é que não posso esconder quem sou!

I’m here! I’m Hairy! Get usted!

17 dezembro 2008

No campo com a Popota

Pergunto-me o imperguntável, o inquestionável, o inatingível… questiono uma das grandes temáticas do nosso tempo, da nossa sociedade, a caixa de Pandora do nosso tempo. Refuto eu aquilo que ninguém se atreveu a refutar… Mas porquê é que o Tony Carreira está a fazer um dueto com um hipopótamo cor-de-rosa? Porquê?? Alguém faz a caridade de me explicar este universo paralelo digno de qualquer sonho induzido por hipnose?

Eu ainda não atingi, ainda não absorvi o porquê desta ideia saído dum mau episódio do Family guy.

É caridade? Oh meus amigos, isto está mais para tortura chinesa daquela que faz ihhhhhhhhhh no céu-da-boca.

Em todos os anúncios e publicidade a este duelo mortal já se observou a senhora Popota no Titanic (logo a que sobrevive…), a fazer de Angelina Jolie e de Rebeca, a Rainha do Anal… mas cantar que é bom nada… ainda não ouvi a voz seguramente graciosa do hipopótamo, que ainda por cima é cor-de-rosa (haverá cor mais maricas que o cor-de-rosa?.... hum… talvez o pesseguinho ou o azul-bebé….agora que penso, o bordeaux é sem duvida a cor mais maricas que há).

Surgem então várias questões nesta temática tão susceptível de análise: Porquê um hipopótamo? Porquê cor-de-rosa? E porquê o Tony Carreira?? No meio disto tudo, acho que a questão do Tony é a mais pertinente.

Afinal o senhor está assim tão necessitado de autopromoção que justifique fazer duetos com animais imagináveis?

Até a Linda de Susa e a Maria Armanda se safaram depois da “mala da cartão” e do “eu tenho um sapo” sem precisarem recorrer a tão pouco dignas soluções. Está certo que hoje em dia trabalham na arte do comércio, mas ao menos têm um trabalhito decente e levam comida para casa sem precisar andar aí a tirar o sono aos outros.

Sim… isto tira-me o sono. A fome que é boa não tira, mas o soninho sim.

São 8 da noite, estou num parque natural de Ponte de Lima com a Simone e enquanto ela analisa os guias que eu trouxe (ao menos fiz algo útil) eu dedico-me a tremer de frio enquanto oiço a Cesária Évora e penso na Popota… pior… no Tony Carreira.

Isto há coisas que não lembram a ninguém e outras que são complemente desnecessárias… esta consegue ser ambas.

08 dezembro 2008

Update

Caras blogoespectadoras (não acredito que haja gajos de pilins no sitio a ler as minhas divagações, por isso falo no feminino que é sempre bem mais bonito e cheiroso), venho por este meio (só porque é de graça) justificar-vos a minha ausência num futuro próximo, isto é, a partir de amanhã.

Voluntariamente irei colaborar com uma colega bióloga alemã na parte de campo do seu doutoramento sobre o visão americano (Mustela vison), que para quem não sabe é uma espécie introduzida no nosso ecossistema, e deste modo uma espécie exótica.

Irei estar aproximadamente uma semana na zona do Minho onde há muito frio, mesmo muito frio, um frio estranho que magoa. Vou conhecer toda uma zona de Portugal que ainda não tive o prazer de conhecer mas que acredito ser maravilhosa. Vamos estar numa quinta perto de Ponte de Lima (Lagoas de Bertiandos) onde segundo a Simone há imensos animais, cavalos e o mais interessante... rangers… isto é… senhores grandes, espadaúdos e a cheirar a cavalo. Em princípio iremos ajudar na quinta também, montar nos ran… nos cavalos e ler livros à lareira (vou estar no meu próprio livro do Nicholas Sparks). E se tudo correr bem, teremos o fim-de-semana para passear em Santiago de Compostela e conhecer a Galiza.

Estou muito ansiosa não só por ir passear e conhecer um novo Portugal, mas também por poder ir aprender técnicas novas de Biologia, por finalmente matar sãs saudades do campo, do cheiro a mato, das unhas com terra e de ter frio e não me importar.

Já de malas feitas com muitos impermeáveis e blusas quentinhas, parto amanhã bem cedo para o desconhecido. Tenho a certeza que será muito bom apesar de todos os constrangimentos climatéricos, mas espero poder aproveitar para escrever alguma coisa do artigo e avançar este tema.

Espero na quarta já estar por terras sineenses e poder vir aqui contar-vos como foi. De qualquer maneira não se espantem com a minha ausência (já que estavam tão habituadas ao meu estado ocupado no msn) mas estarei longe, mas muito feliz.

03 dezembro 2008

Movimento Perpétuo Associativo

Gente da minha Terra! Povo que lavas no rio!

Se vieram aqui à espera de boas e garantidas gargalhadas, repletas de muitos “não acredito que ela disse isto”, sempre com o desejo inconsciente de fechar a janela da qual vocês não conseguem despregar os olhos e com o desejo ardente de me dar três pares de estalos até eu dar duas voltas às cuecas sem tocar no elástico….

Vieram ao sítio errado, à hora errada.

Hoje não há nada disso para ninguém! Diz que é do tempo… a inspiração vem com o calor do sol, com o calor humano, com o calor da alma e claro, com muito calor na passareca… como ultimamente o clima por estes lados anda mais frio que um pinguim inglês, o que tenho para dizer não é nem engraçado, nem gargalhado e muito menos interessante.

Venho falar-vos da minha vida.

Sim, sei que muitas vezes dá vontade de rir quando olham para mim, já que toda eu cintilo alegria e boa disposição. Sim… sei que os episódios da minha envolvem sempre cabelos Pantene, strip e “não se preocupe vizinho que eu não lhe vomito no taxi…. E se vomitar pago-lhe a limpeza” entre muitas outras situações que justifiquem ceder a chantagens… mas hoje não… hoje não há “quem vota em votar?” ou “entrámos na saída errada”… hoje não há “vou dormir” enquanto acredito ser boa ideia cair de boca nas escadas dum bar cujo soalho tem vida… hoje simplesmente venho-vos falar da mim…. Eu, agora e aqui!

Estou a coçar a micose acerca de 1 mês e começo a criar graves perturbações, são só dermatológicas, mas também psicológicas devido a este estado letárgico e muito deprimente.

Lutando todos os dias para aproveitar a Happy hour dos downloads viro as noites a ver “O rancho das coelhinhas” na Sic Radical e os segredos do sexo com a Dra. Sue. Acordo ao som da Júlia Pinheiro e isso inevitavelmente estraga-me os dias, muito mais do que qualquer endométrio a desfazer-se (por falar nisso, já vos contei do meu período que não aparecia à coisa de 2 meses e que voltou repentinamente depois de uma larga convivência com uma cadela no cio?... não?... é uma bonita história… mas fica para depois). O restante, não do dia mas da tarde, é passado em envios sistemáticos e quase automáticos de currículos para todo e qualquer endereço electrónico que contenha o símbolo @, enquanto recebo emails diários de quase todos os fóruns de emprego com a frase “Precisa-se acompanhante” de modo muito cativante….

Mas agora chega! Basta! Vou emergir num Movimento perpétuo associativo entre mim e comigo mesma!

Depois da dita reunião sobre o meu futuro-que-até-podia-ser-promissor-mas-não-é ficaram algumas coisas esclarecidas sobre o que vou fazer, quando e porquê. Como acredito que vocês estão muito preocupados comigo, com o meu futuro, com a minha vida e com o jantar de amanhã, resolvi vir esclarecer-vos.

Assim sendo e porque a crise anda aí, não só a nível de homens como também a nível de empregos (se começa a haver crise alimentar engulo um fecho-éclair…), vou focar-me agora e somente no desenvolvimento do meu artigo para posterior publicação (que era o que devia estar a escrever em vez de vir para aqui prostituir-me com palavras).

O objectivo actual da minha vida é o doutoramento que pretendo fazer com gorilas nos Camarões (soa a festa né? Uuuuu) e claro que como uma coisa destas custa uns 7000€ (tive uma descarga cerebral como soube isto) convém conseguir as tão aclamadas bolsas da FCT. Para tal, e como só tenho a média pequenina de 15 (gosto tanto de ti média!!!) preciso de ter alguma publicação para garantir a bolsa. Deste modo, e muito resumidamente, até Março (altura das candidaturas) tenho que ter um (ou 3) artigo em revisão numa revista de elevado nome e impacto!

Como os resultados só se sabem no inicio do próximo ano lectivo, altura em que também são as candidaturas para as pós-graduações e afins, caso não consiga a bolsa pretendo inscrever-me numa pós-graduação que vai abrir em Biologia forense, Primatologia e Antropologia para que possa juntar todas as minhas séries preferidas na minha realidade (ando a ver demasiada televisão).

Até lá, e porque ainda não cago notas de 500, convém arranjar algum trabalhito para poder juntar aforro para a pós-graduação e se calhar para comer também não era mau pensado.

Mais coisa menos coisa, mais série menos série, mais alarvidade menos alarvidade, é nisto que me encontro. A escrever coisas em Alentejanês enquanto anuncio que me vendo facilmente e me divirto a ir às convocatórias do centro de emprego para ir para a Tropa.

E já sabem… se perguntarem por mim… digam que voei!