08 fevereiro 2011

O que acontecerá ao nosso amor quando o declararmos à luz? O que lhe acontecerá quando sair da penumbra acolhedora dos nossos braços? ...alguém.

01 fevereiro 2011

Sandes de xóriço

Alguns de vocês perguntam-se pela minha ausência. Talvez a maioria de vocês não queria saber. Talvez o mundo não seja redondo...não sei....

Independentemente da vossa filosofia de vida, não temam fiéis salgadinhos, podem finalmente rejubilar-se com as minhas doces e sincera palavras e preencher as vossas vazias vidas com as peripécias que para aqui debito...

Este mês de janeiro foi agressivo tanto a nível físico como a nível de esclerose cerebral.

Tenho estado com uma sobrecarga de trabalho gigante, e aturar aos 50 miúdos por dia dá cabo da cabeça de qualquer pessoa normal, imaginem da minha... Nos temos tempos livres tenho trabalhado na organização de um espetáculo de teatro, coisa da minha área como imaginam, e quando o meu trabalho depende de muita gente que não só eu, dá-me forte nos nervos não ter controlo no pouco trabalho dos outros, na mentalidade dos filhos da mãe dos artistas, e não ter autoridade policial suficiente para dar uma vardascada com força nuns quantos quando necessário.

Além de todo este mês laboral doloroso, tenho continuado sem me queixar muito a minha longa e salobra dieta.

Tudo muito certinho, enfardando ampolas e coisas naturalmente mal saborosas, e engolindo uma ou outra cápsula de rúculas da Suécia, só naquela de esvaziar o bucho.

Mas tem resultado. A ausência total de alimentos com mais do que 3 calorias, o enfardamento de substâncias naturais em frascos de vidro, e a frequência assídua do ginásio local, levou ao desaparecimento, espero eu para todo o sempre e mais infinito, de 6 longos e pesados quilos da minha muy nobre e especial constituição física.

Baixei um nível na tabela do índice de massa langanhosa, e posso dizer que, por um milionésimo de grama, sou uma pessoa legalmente com excesso de peso.

E isto é bom, perguntam vocês?

É óptimo minhas bombocas de vanilla. Saibam que até à coisa de um mês cheguei a uns assustadores 85 Kg, estando por isso no patamar da obesidade tipo I... M E D O.

Quando isto me foi dito, chorei muito, e inevitavelmente suei a pique... comecei a não conseguir ver a ponta dos meus pés, comecei a sentir os botões a cederem, comecei a achar que não havia nada melhor do que frango frito, e fique extramente cansada só de ter que respirar.

Acreditem que não estou a brincar.

Apesar de me olhar ao espelho e não ver a obesa que os números indicavam, foi assim que me fizeram sentir.

Será que existe o contrário da anemia? A gente olha-se ao espelho e acha-se sempre magro e esbelto mesmo que estejamos a apitar quando recuamos?

É possível que uma das muitas doenças mentais que me assolam seja esta...

Independentemente do que o meu espelho me dizia, sempre achei que a balança era uma amiga mais fiel, daquela que diz o que dói só porque nos quer muito bem, e não tenta enganar-nos com falsos número e elogios mentiroso, e escutei os torpes números que balançavam à frente dos meus pés.

Resolvi então mudar a minha vida, os meus hábitos e a minha imagem neste novo ano, iniciei a dieta uma semana antes do Natal e até agora já saí do assustador 8 qualquer coisa...

Agora é fazer com que isto dure, é ensinar a bolsa gulosa que nos obrigada a comer coisas e a massa cinzenta que nos faz desejar coisas a serem comedidos e inteligentes, e que o sol também alimenta.

Todas as semanas peso-me numa gigante balança digital, e uma senhora loira diz-me a percentagem de peso que já perdi. Sou medida em cada pneu do meu corpo e recebo mais líquidos de beringela para enfiar pela veia adentro. Fico nervosa sempre que subo para a balança meio despida, e tenho sempre medo de decepcionar a minha equipa. Queria mesmo ganhar aquele ano de alimentos grátis para poder recuperar tudo outra vez...

Mas acreditem que a dieta não me custa. O que mais dói é quando a fome aperta às 10h da manhã e tenho 40 criaturas à minha volta a embuchar sandes de paio, bolicaos de chocolate, coca-colas e batatas de presunto, e na minha mala está um pacotinho de bolachas integrais.

Mas eu consigo. Resisto a todos os “Quer professora?” dando um par de bofetadas no primeiro que oferece, culminando desta maneira com todas as tentativas de desencaminhanço que poderiam existir.

Eu sou mais eu. Agora um bocadinho menos.

Desejem-me sorte e que um raio divino me mate as papilas gustativas do cérebro.