tag:blogger.com,1999:blog-313188432024-02-19T02:05:50.154+00:00Memórias de uma QueixaEste é um Blog muito imaginativo, muito divertido e...muito preocupante se forem a minha mãe.Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.comBlogger218125tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-49030722535285199012017-05-12T20:21:00.000+01:002017-05-12T20:21:06.051+01:00Ciganos e vaginas temperamentais.<div style="margin-bottom: 0cm;">
Existirá um prazo de validades para
blogs não abertos? Se sim, este meu cantinho no mundo virtual já
estará expirado... na realidade já houve tempos em que cheirou
melhor, e o bom senso aconselha-me que o jogue fora para a lixeira
cibernética.. mas o coração é mais forte, e este meu espacinho é
sem dúvida um brinquedo que deixei de usar mas que não empresto a
ninguém...
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Vou sacudir o pó, abrir as janelas a
ver se o cheiro sai, acender uns incensozitos, e vamos ver se a coisa
ainda se aproveita.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Mas na verdade não está esquecido.
São muitas as vezes que penso em vir aqui verborrear as coisas da
vida, mas sinto que a vida tem sido pouco interessante para merecer
ser debitada nesta caixa de pandora...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
“olha a parvalhona” - dizem vocês
os dois que estão a ler isto (tu, e eu própria que irei reler, tá
claro) - “vive numa Ilha perdida e paradisíaca no fim do mundo e
diz que a vida não é interessante... haviam de lhe nascer
hemorroidas pelo rego acima“...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
E vocês estariam certos – no fundo
tu e eu estaríamos certos – mas sinto-me casada, quotidiana e
tributável... Já não tenho stripers na minha vida, nem ciganos a
querer vender-me esperma...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
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...</div>
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<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Ou será que tenho?</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
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Era uma vez um determinado indivíduo
de etnia cigana que me ofereceu a sua essência, que é como quem diz
esperma, para curar o meu problema de pilosidades faciais, que é
como quem diz barba
(http://memoriasdeumaqueixa.blogspot.com/2010/03/domingo.html),
depois desapareceu da minha vida, mas nunca da minha memória.
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
É verdade que me mudei, não foi só
de cidade, nem tampouco só de país, foi mesmo de continente e para
debaixo da axila de África para ele não me encontrar, mas... nesta
minha última visita a Sines, em passeio pelo grande Internachê com
os meus progenitores, demos de cara com o dito cujo.
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
M E D O.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Ele comenta “Tu já na te deves
alembrar de mim”... e eu penso cá para mim... “então não me
iria alembrar do personagem que além de dizer que eu tinha barba, se
oferece para cozinhar uma receita de esperma, vinagre e ervas para
resolver de vez os meus problemas?”... “Pois, não estou a ver
não” - digo eu, a fingir-me tímida e sem pêlos na cara, não vá
a oferta surgir outra vez... O meu pai fez questão de me relembrar
(ele não assistiu à generosa oferta), que o senhor tinha sido muito
caridoso, pois ajudou-nos a carregar mobília para Évora. Eu disse
“Ah, claro.. Então não me iria lembrar de pessoa tão generosa
como você, caro senhor, claro que me lembro”... Cumprimentamo-nos
assim meio à tia, que era para ele não sentir barba nenhuma.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
E pensei cá para mim, que melhor
oportunidade para retomar este cantinho de queixiçes que depois de
reencontrar o cigano do esperma?</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Só mesmo se for para falar de vaginas
e restos de parede do endométrio. E é exatamente sobre isso que
venho aqui falar hoje.</div>
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<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Vou re-abrir esta espelunca para falar
de copos vaginais.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Copos vaginais? - perguntas tu, porque
eu já perdi o interesse na leitura.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Sim, copos vaginais, minha criatura sem
vida que continua a vir aqui reler aquilo que escrevi há uma década
atrás.
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Copos vaginais são a nova sensação
de coisas para enfiarmos na vagina. Ah e tal, é ecológico. Ah e
tal, é mais saudável. Ah e tal, é mais barato. Ah e tal, só tens
que enfiar um copo pela vagina acima.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Desafio azeite.... desculpa, aceite..
são as saudades.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Isto de morar no fim do mundo tem que
se lhe diga. É espetacular q.b....
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
É bonito, sim senhora, não há
ciganos que me oferecem esperma, nem strippers que dancem ao som da
spanish guitar
(http://memoriasdeumaqueixa.blogspot.com/2008/04/one-with-strip.html)…
mas, se me aparece o filho-da-puta do período sem aviso prévio, eu
não posso ir ali à Galp comprar pensos a 20€. Não há galp. Não
há pensos. Nem tampouco há euros.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Eu estou em África e há folhas de
bananeira. Já tentei e não resulta. Diz que é pouco absorvente.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Assim sendo, de cada vez que vou a
Portugal, o que acontece de 6 em 6 meses, tenho que trazer um
carregamento de pensos como se me estivesse a esvair em sangue por
todos os poros do corpo. A senhora da caixa olha sempre para mim com
uma certa pena, receito e alguma curiosidade também. Parece-me que
evita tocar-me, em caso de ser contaminoso.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
E assim, tenho os armários, gavetas e
o espaço debaixo da cama cheios de embalagens de evax, para quando o
filho-da-puta visita e para o resto da minha vida, parece-me.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Eu estava bastante conformada com esta
vida. Afinal, sobre isto de nos esvairmos em sangue há pouco que se
possa fazer.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
“Porque é que não usas tampões?”
- perguntas tu com a mania que sabes das coisas. “Arrumam-se
melhor, ocupam menos espaço e blá, blá, blá, wiskas saquetas”.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Porque a minha pitchuquinha não gosta
que se lhe enfiem tampões pelo colo acima. Eu pensava que ela até
era assim para tudo o que fosse de enfiar, mas parece que a magana
afinal gosta que outras coisas se enfiem por ela acima... mas
tampões... a cabrona não vai lá...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Já tentei. Em cada período tenho a
esperança que desta vez ela aceite a minha oferta generosa de lhe
enfiar um supositório de algodão que triplica de tamanho com o
fluxo, pela goela acima. Faço-lhe carinhos, falo com ela com
respeito, e explico-lhe o quão melhor é do que andar de pensos que
ensopam, sujam, e nunca ficam bem alinhados na cueca e acabam sempre
por se enfiar no rego.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Eu juro que tento. Ela não deixa.
Fecha-se em copas. Grunhe “Nã nã nã nã”, e não deixa.
Estrago tampões e nada... lá tenho que abrir a merda de uma fralda
evax e fazer-lhe a vontade.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
“Então se ela não aceita tampões,
vai aceitar um copo vaginal?'”, perguntas tu a meter-te já onde
não deves, que assuntos privados são assuntos privados.
Raios-ta-partiçe...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Mas é aí que a história fica
interessante.... ou talvez não... pouco importa agora.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Uma amiga visitou-me aqui a casa e,
sentada na minha casa de banho, e com pouco com que se entreter (eu
aqui não tenho Turmas da Mónica perto do trono de cerâmica),
reparou na quantidade astronómica de pensos higiénicos que eu tinha
em armazém.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
E perguntou-me “tu, que és uma moça
tão ecológica e dada às eco-cenas, ainda fazes todo este lixo em
pensos usados”?</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
E eu pensei, “eh lá, tu queres ver
que agora, nos países chamados desenvolvidos, voltaram ao paninho
para lavar?”</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
“Porque é que não usas o copo
menstrual?” - pergunta ela.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
5 anos de Ilha do Príncipe faz com que
se perca um pouco dos desenvolvimentos do mundo. Estamos bem aqui.
Não precisamos de modernices. Mas por isso, quando ouvi falar em
copos vaginais senti-me membro da comunidade Hamish que ouve falar de
música pela primeira vez. Repugnei, achei absurdo e um pecado, uma
loucura diria mesmo, “quem é que inventa tal tortura?” - disse
eu... mas depois fiquei curiosa.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
“Copos vaginais?” - perguntei eu,
já a parecer tu.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
“Sim, é a nova moda. São
ecológicos, porque podes reutilizar e duram 10 anos. Só tens que
lavar entre cada utilização, e ferver de período para período.
São mais saudáveis, porque o vácuo que se cria no copo não deixa
que se desenvolvam bactérias. E o melhor de tudo, podes ficar com
ele 12 horas.”</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Senti a pitchuquinha encolher-se. Senti
as paredes do endométrio apertarem e os lábios fecharem-se para
nunca mais abrirem (os vaginais, não os outros). Senti-a a tremer e
a pedir-me baixinho “Não, por favor, não” - numa cena em que se
encosta à parede a ouvir a Celin Dion e a soluçar baixinho.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Mas então tu não gostas ed coisas
grandes por aí acima, e de preferência que vibrem, minha grande
porcalhona? Ah, vais experimentar sim senhora, que quem manda aqui
sou eu!</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
(não sou, na realidade, mas são
coisas que se dizem no momento).</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Assim sendo, caguei nas vontades da
pitchuquinha e comprei um copo vaginal de 30€.
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
E para me forçar a realmente vencer a
mimalhiçe da pitchuquinha, nem trouxe pensos desta vez. Assim, ou é
isto, ou folhas de bananeira.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Comprei o dito cujo. Todo fashion, num
saquinho roxo, de cor verde. Fiz várias perguntas à menina da
farmácia que não soube responder a nenhuma. “Não conheço
ninguém que tenham usado” - diz ela, “Mas, nunca ninguém veio
reclamar.” - completa. “Talvez porque ninguém sobreviveu” -
penso eu. “Mas que se lixe, vou levar e depois venho cá contar”,
remato eu confiante, enquanto saio toda serelepe da farmácia, de
copo vaginal na mão e sorriso na cara. Isto é que é modernidade!</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Guardei na mala para a viagem e não
pensei mais no assunto.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Cheguei há 3 dias, e hoje veio visitar
o filho-da-puta, porque estava cheia de saudades (o período,
entenda-se. Eu trato-o assim que é uma brincadeira que a gente tem).
Ao pressentir que ele ia aparecer, isto porque ele gosta de se
anunciar, tirei o copo do saquinho fashion.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Durante a hora de almoço pus o copinho
a ferver e tal. Ele boia na água, por isso fiquei com a sensação
que se calhar estava mal fervido, e quando voltei do trabalho à
tarde, resolvi ferver novamente só por descargo de consciência.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Enquanto esterilizava o copito, fui
fazer exercício – sim, porque agora eu faço exercícios e sou uma
mulher cheia de energia e com menos 20 kg – esqueci-me do copo ao
lume.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Quando comecei a ouvir o som de panela
a ferver vazia, saltei da bola de pilates e corri para a cozinha. Só
havia uma bordinha de água e pensei, já fodi esta merda toda....
gaiata dum cabrão, nem sequer vai conseguir dizer que conseguiu usar
esta porcaria porque derreteu o copo ao lume... só mesmo tu Estrela
Matilde... e esbofeteei-me um bocado, só para ver se aprendo.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Mas afinal o copo estava bem. Se dura
10 anos, também dura o fogo direto, ao que parece. Nem sei do que
isto é feito, mas parece imortal e invencível... mesmo o que eu
preciso para a luta contra a pitchuquinha.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Depois de tomar banho, toda limpinha e
em toalha, resolvo experimentar, porque o período iria chegar em
breve, e convinha experimentar antes de ficar toda lambuzada em
langanhozises.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Fiquei a olhar para o copo uns bons 20
minutos. Pensei. Deixei de pensar. Pensei. “Como é que vou enfiar
isto lá dentro?”. Deixei de pensar...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Fui ver videos no youtube. Agora é
assim que se aprendem coisa, as enciclopédias menstruais ou a Drª
Susy da Sic Radical, são coisas do passado. Ignorei os vídeos que
diziam “o que não te explicam sobre o copo menstrual” e “a
minha vagina recusou o copo menstrual”, e tudo o que fossem
energias negativas de gente com passarecas mais esquisitas que a
minha. Eu queria positivismo, passarinhas felizes, contentes e com um
copo enfiado... tudo o que ajudasse na contaminação positiva da
minha pitchuquinha já era muito bom.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Aprendi, por exemplo, que se tem que
dobrar o copo. Ufa... menos mal.
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
É fácil dobrar um copo de silicone
médico? Não..</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Mas existem 7 dobras possíveis: em S,
em C, em 7, em diamante, em o raio-que-a-parta... porque ao que
parece, cada passarita gosta do copo dobrado de maneira diferente...
são finas, as meninas.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Lá tentei uma dobra... não foi.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
outra dobra... não foi.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
A verdade é que o copo é tão grosso
que é difícil fazer força na dobra para ele não se abrir antes de
estar no sitio certo. Tem estar fechadinho, e depois de enfiado rodar
um bocadinho para ele se abrir, e puff.. fez-se o chocapik. Depois é
só puxar quando tiver cheio, despejar, lavar e voltar a enfiar.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Simples não é?</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Não....</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Tentei várias dobras.. Tentei até ao
contrário, não fosse o caso da minha pitchuquinha ter a mania de
ser alternativa.. Não foi..</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Tentei deitada, nada...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Com a perna em cima da sanita enquanto
olho para trás, nada..</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
A fazer o pino, nada...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Quando começou a ficar dorida,
irritada – literalmente – e vermelha, desisti.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Chamei-lhe todos os nomes possíveis e
imaginários. Ameacei que não irá comer tão cedo.. mas desisti...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Hoje veio-me o período.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Pensei, vou tentar de novo. Nem que
seja pelos 30€, tenho que tentar de novo.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Tentei uma, duas vezes. Uma, duas, três
dobras diferentes. Finalmente consegui!!!</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Fiquei na dúvida se abriu lá dentro.
Será que abriu? Tentei rodar para fazer não sei o quê que explicam
nos vídeos, não roda merda nenhuma, e ainda belisquei a pobre
coitada.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
As especialistas do youtube disseram
que não podemos sentir o pinozito que sai do copo e que serve para
puxar, então achei que devia ir um bocadinho mais para dentro e lá
enfiei a porra do copo mais para dentro.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Merda...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Agora não consigo tirar. Tive 5
segundos de pânico em que imaginei a minha vida nesta Ilha depois de
ter que ir às urgências – que não existem – por ter um copo
enfiado na vagina. Com certeza seriam filas de “médicos” para
ajudar a puxar o copo da vagina da branca... eu deixaria de ser a
branca da biosfera para passar a ser a branca do copo na vagina..
Vivo com isso? Talvez...acho que já vivi com pior...</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Estes pensamentos ocorreram todos em 5
segundos. Eu sou assim, quando quero sou rápida. Respirei fundo,
lembrei-me que a minha pitchuquinha tem músculos bem fortes, e fiz
um bocadinho de força. Lá consegui tirar o pinozinho para fora e
não mexi mais.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Tentei sentar-me, andar e dançar a ver
se sentia alguma coisa e sim.. sente-se que está ali qualquer coisa.
Não dói nem magoa, nem faz impressão, mas está lá. Pode ser
psicológico também, que o meu psicológico tem muito que se lhe
diga. Mas não está mau....</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Fui para o trabalho, regressei, fiz
xixi, que essa era outra coisa que eu, apesar de saber que são dois
canais diferentes, estava-me a fazer confusão, e resolvi escrever
esta dissertação a explicar o sucedido.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
E porquê? - não pergunta ninguém
porque até tu já desististe da leitura.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Porque agora que está cá dentro, não
quero tirar porque acho que já não vou conseguir pôr outra vez.
Assim sendo, e porque gosto de experimentar, estou a pensar que em
vez das 12h vou tentar os 3 dias de período, pode ser que não
transborde.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Mas, se a coisa não correr bem e eu
morrer com um copo menstrual na pitchuquinha, fica aqui o relato na
primeira pessoa desta experiência vaginal.
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Se não correr mal, volto aqui para
contar.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Good Bi, minha gente. Good Bi, vaginas
do mundo.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmgEJyxYJRvL_xkBDM1yaihgNZo-SR0b2EwyY4vUXs9p3wK7czmY22zp4PX_U_wMWTWNA3RXoY79y86IQ2NVG27kCDZpNgOvbfmPLn9Q0Fq343nGSuoavSju1of4T2p5iTKHLbyA/s1600/Fotografia%252C+11-05-17+-+22.43.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmgEJyxYJRvL_xkBDM1yaihgNZo-SR0b2EwyY4vUXs9p3wK7czmY22zp4PX_U_wMWTWNA3RXoY79y86IQ2NVG27kCDZpNgOvbfmPLn9Q0Fq343nGSuoavSju1of4T2p5iTKHLbyA/s320/Fotografia%252C+11-05-17+-+22.43.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-51734276112830632542015-06-03T12:53:00.001+01:002015-06-03T12:53:39.755+01:00Entrevistas e MãesOra olá.<br />
Parece que voltei. Voltei a terras africanas, voltei ao Blog, voltei à condição de menstruada... voltei a muita coisa.<br />
Mas tenho estórias. Ah se tenho...<br />
Ora como vocês as duas sabes, tenho andado a enviar currículos e em entrevistas, isto para tentar encontrar oportunidades laborais interessantes na minha área das biologias, por esse mundo afora. Assim sendo, houve uma oportunidade de entrevista para uma posição super interessante num sitio ainda mais interessante. Chorei bastante quando recebi o email para a entrevista... mas eu choro sempre muito e por muito pouco, por isso não há aí nenhuma novidade.<br />
Chorei, fiquei extasiada, principalmente pelo facto de ainda ter valor no mercado, que há já tanto tempo abandonara. Podia não dar em nada a entrevista, não interessa, mas quiseram ouvir a minha bela voz, o que já me faz cair uma lagriminha no canto do olho.<br />
Marquei entrevista com a senhora, e calhou que essa entrevista fosse no dia a seguir a eu ir para Sines. Ora até não calhou mal, ia estar em casa, sossegadita... ou não.<br />
A minha mãe tem um hábito muito giro que implica elevar o tom de voz em situações pouco propositadas. Por exemplo, quando ela está no andar de baixo e eu estou no de cima ela grita o meu nome muito e muitas vezes - pode não ser por nada, pode ser para pôr na SIC que está a dar alguma coisa que ela acha giro, pode ser para eu ir ajudar a ir ao facebook, pode ser porque diz que o tempo vai mudar.... Normalmente eu respondo mas ela só ouve a resposta se eu gritar muito também, o que se traduz numa casa de gente com boa projecção de voz - se ao menos fosse no tom a coisa era bonita. No entanto há situações em que eu não consigo responder. Não posso. Ora estou ao telefone com alguém, ora estou a castigar a porcelana, e não dá jeito gritar dali porque ainda puxo uma ou outra hemorróida. Então nestas situações, em que eu não respondo, ela sobe as escadas, sempre a gritar (Estrela, Estrela, Estrela, Estrela, Estrela), até eu lhe fazer sinal para ela se calar que não posso responder naquele momento. E depois ela vai-se embora muito encolhida por ter feito uma asneira, e eu fico sempre cheia de pena de ter sido má e com vontade de lhe dar abracinhos.<br />
E vocês agora vocês perguntam o que raio é que isto tem a ver com entrevistas. Tem tudo. Tem mesmo tudo...<br />
Conhecendo os antecedentes comportamentais da minha mãe, disse-lhe que ia estar a manhã toda no computador a trabalhar e em reuniões e que não podia ser interrompida, nem ela podia gritar por mim. Percebeste, mãe??? Percebeste?<br />
Percebeu.... ou não...<br />
Ora no dia X, comecei eu a labutar no computador cedinho, porque ainda não estava de férias, e passei uma manhã tranquila no meu quarto, sem ninguém me chatear ou sem ouvir os cães, os pais, a televisão, estava bem encaminhada a coisa.<br />
A entrevista era ao final da manhã. Liguei-me ao skype, avisei a rapariga que já estava online, e pus-me a ler coisas da empresa, a afinar os últimos detalhes. Na hora marcada ela liga-me pelo skype, e o que eu achava que seria uma conversa apenas vocal, incluía afinal a câmara ligada. PÂNICO! Primeiro atendi, vi que ela ligou a câmara e vi-me a mim também... de robe vestido (estava com frio), de cabelo desgrenhado e no meu quarto de adolescência.... Ai... não está a começar bem a coisa... Despi o robe como quem não quer a coisa, como quem continua a não querer a coisa fechei a porta do roupeiro atrás de mim que está aberta e tentei jogar ao chão, sem sucesso, a toalha que estava a secar na porta...<br />
Lá fui eu respondendo às questões, mas sempre a olhar para a minha câmara a ver se estava tudo ok com o que a outra senhora estava a ver. Estava a coisa mais organizada e mais encaminhada quando... para mal dos meus pecados... a minha mãe assoma-se à porta.<br />
Sem gritar, está claro, mas a gesticular muito. Fiz-lhe um sinal, como se faz com o cães quando se se quer que eles saiam, sem desviar o olhar da câmara e a olhar de esguelha para ela, enquanto lhe faço sinal para ela se ir embora. Ela, achando que eu não estava a perceber bem a importância de me chamar para o almoço, vem ao pé de mim para me tocar no ombro e me falar ao ouvido.... eu empurro-a e quase cometo mãecídio. O que é que ela faz de seguida? Passa muitas vezes atrás de mim, para fazer não sei bem o quê, enquanto a entrevistadora assiste à minha mãe a rodopiar no meu quarto enquanto procura a minha compostura perdida.... Por fim, lá se decide ir embora e eu olho muito envergonhada para a senhora, sem saber bem se pedir desculpa (its my mom, sorry about it), sem saber se me justifico que este era o meu quarto de adolescente e estou de férias e aqueles peluches não são mesmo meus... bom... no final não disse nada, e fingi que não aconteceu esta situação. Espero apenas que mais do que não ter visto a minha mãe a passar repetidas vezes atrás da câmara, ela não tenha visto os meus olhares assassinos para ela, que foram muito poucos apelativos da boa pessoa que sou.<br />
Moral da estória. Mãe é sempre mãe, e a minha é a maior inspiração para este cantinho especial.<br />
Ah.. e consegui uma segunda e uma terceira entrevista, por isso a situação nem foi assim tão má..<br />
Fingers crossed!<br />
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<br />Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-65436680289978676762015-05-15T23:31:00.001+01:002015-05-15T23:31:47.893+01:00estórias da minha vida. e da vossa, já que estão a ler isto.Não.<br />
Não abri um negócios de camelos, como o meu último post sugeria... não..<br />
Consegui apanhar o voo, consegui participar no workshop, consegui sobreviver a África e voltar para a minha África, que é só minha.<br />
Desculpem não ter dado noticias. Sei que têm mais em que pensar. Também eu.<br />
Mas acho que sou daquelas pessoas que precisa de situações estúpidas para ter inspiração. Este é um sitio desses... de diarreias mentais... Mas infelizmente não tenho passado por situações estúpidas (ou inspiradoras)... Até hoje.<br />
Portugal parece propício a personagens dignas de um filme mau, e todas têm uma certa tendência de se cruzarem no meu caminho. Ora hoje foi um desses dias em que pensei "ora aqui está uma boa inspiração para voltar às minhas queixas".<br />
Estou eu no meu Portugal, de ferinhas boas em casa, e resolvo ir cumprir a tradição que é ir lanchar caracóis com o Sr. Arménio, meu rico paizinho, ao café do meu irmão. O meu paizinho, ricoquinho da minha vida, tem um hábito giro que é convidar toda e qualquer pessoa para a nossa mesa, desconhecidos ou não, só porque sim. E hoje foi um desses dias.<br />
Convidou um tal de Sr. H para vir comer caracóis. E até aí, nada de mal. Normalmente os senhores gostam de saber onde é que eu ando, a fazer o quê, porquê, como, etc.<br />
Não o Sr. H. Não este.<br />
O Sr. H gosta de dizer onde já esteve e o que já fez.<br />
Mas o Sr. H é muito mais do que diz. É tudo o que veste. Ora bem... como descrever.. um senhor dos seus quase 60 anos, com calças de ganga com muitos daqueles remendos que as nossas mães punham nos joelhos que esfolávamos, botas de cowboy e camisa típica de reformado.<br />
Até aí tudo bem, ele sabe o que veste, ele é que fez a música.<br />
Mas o Sr. H é muito mais do que veste. É tudo o que ele diz. Ora bem... como descrever... um senhor dos seus quase 60 anos, com calças saídas do Yellowstone, botas de cowboy e que diz muitas vezes a palavra "meu" durante o discurso e trata as pessoas por "maninho". Hum..... Freak.<br />
Pois a coisa passou-se mais uma menos assim: "Ora meu, eu já estive na Guiné e no Gabão e em Cabo Verde e no Senegal, e no Caboja e no Quatar e no Benidorm e no Afrizaquistão (ou qualquer outro país que mais ninguém sabe que existe, nem as pessoas que lá vivem), meu". Ou "maninho, desculpa aí meu, maninho, ena pá maninho" - isto quando alguém que o Sr. H conhecia o cumprimentou e ele não respondeu de volta.<br />
Mas uma das histórias mais interessantes foi quando me disse que tem umas amigas "meu, umas amigas, meu", que o convidaram a ir à Cuba (sim, ele dizia à Cuba e não a Cuba, o que me levou a pensar que era a Cuba do Alentejo, por alguma razão), e as amigas queriam que ele fosse lá, meu e pagavam o avião e tudo (neste ponto achei que provavelmente não seria a do Alentejo) e que ele já lá tinha estado "meu", e elas tinham pago tudo, tudo "meu". Eu devo ter feito cara de desconfiada, porque ele disse "oh pá meu, são mesmo amigas pá, engraçaram comigo maninho". E acho que revirei os olhos e por isso a conversa ficou por aqui, porque amigas destas, só em Avatar e mesmo assim não pagam bilhetes de avião porque conseguem voar.<br />
E assim ficámos, com alguns silêncios constrangedores porque o meu paizinho gosta mais de ouvir do que de falar, e lá tenho eu que fazer conversa de circunstância.<br />
Então depois de se repetir a frase "estes caracóis estão mesmo bons meu, mesmos bons maninho", o Sr. H, depois de um longo silêncio diz - e até vou fazer parágrafo para isto - :<br />
- Eu conheço uma coisa que enxuta aí a barriga...<br />
E eu pensei "pronto, já fostes, mais um a querer oferecer o esperma (ou essência do homem), para me reduzir a barriga desta vez" - referência ao post sobre o cigano e a essência dele. E o rás-parta do maninho nem se importa de sugerir este tipo de javardices à frente do meu rico paizinho...<br />
- É assim - continuou o Sr. H - De manhã engoles - mas tu queres lá ver - um dente de alho (haaaaaa), e depois bebes chá, pode ser qualquer um.. e depois já não crias barriga e isso encolhe tudo.<br />
- Ah. Obrigada. Pois, diz que o alho faz bem.....<br />
...<br />
Ora bem. MAS PORQUE RAIO É QUE O MUNDO ACHA QUE TEM QUE ME DAR MEZINHAS PARA RESOLVER O QUE ELES ACHAM QUE É UM PROBLEMA ??????<br />
<br />
É pá deixem-me da mão... deslarguem-me a breguilha... Deixem-me lá ter barriga, barba ou que seja.. Mas realmente eu tenho lá cara de precisar de mezinhas que incluam barrar esperma na cara ou engolir dentes de alho?? Tenho??<br />
<br />
É capaz...<br />
<br />
Bom, o moral disto tudo é que o Sr. H me fez lembrar que tenho o sitio perfeito para escrever sobre isto. Um lugar cheio de histórias pouco credíveis mas que são todas tão verdadeiras que não tenho nem coragem que convencer ninguém...O meu lugar.<br />
<br />
Sinto-me bem por estar de volta. Continuarei. Obrigada a quem continuou por aí.<br />
<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRPwNff18p7fzprr4eri5Qz5hZDSldisVglKp_70d5nTx1PW51SfDNVORzyTuDuDYKGWEuFYJufnUG-hjmx67BdUnO7fKf-kQF_pjYXL5lhQS44zH5Tu2L45JheZ5DDFsg4nadMg/s1600/i-am-back.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRPwNff18p7fzprr4eri5Qz5hZDSldisVglKp_70d5nTx1PW51SfDNVORzyTuDuDYKGWEuFYJufnUG-hjmx67BdUnO7fKf-kQF_pjYXL5lhQS44zH5Tu2L45JheZ5DDFsg4nadMg/s320/i-am-back.jpg" width="320" /></a></div>
Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-89702767883811587472014-05-13T21:57:00.000+01:002014-05-13T21:57:06.768+01:00Salaam Aleikum...<div class="MsoNormal">
Vocês sabem quando as coisas todas vos correm muito mal,
nada parece dar certo e num momento de pausa entre tentarmos que o teto não no
caía em cima recebemos uma carta das finanças a dizer que “na sequência do
procedimento de liquidação das declarações de IRS, relativas ao ano de 2013, a
sua declaração de rendimentos Modelo 3 com a identificação I0317/ 94 , foi
selecionada para análise”, e de repente parece que encontramos a paz estamos
prontos para partir para o além?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu sinto-me assim neste
momento, com alguma carência de higiene básica nas últimas 48h, mas em paz
depois de provações e privações…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ontem, apesar dum ligeiro atraso no voo Libreville-Dakar, a
coisa correu sem demais problemas. A gente podia-se sentar onde quiser, eu era
a única branca no avião, a tripulação era porreira e ainda jogámos ao Picturnary
para lhes explicar onde era São Tomé e Príncipe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Era um voo longo, com duas paragens, mas supostamente nem
tínhamos que sair do avião por isso a coisa ia correr bem… ia… ia, mas não foi.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Logo na primeira paragem, no Benim (que eu nem sabia que
existia como país ou marca de bolachas), ficámos cerca de 4 horas no avião.
Sempre que perguntávamos o que se estava a passar diziam que estavam à espera
de combustível… ninguém lhes vinha pôr combustível, porque aquilo não era a
GALP e se calhar era self service…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Um atraso a colocar combustível parece-me aceitável…. 4
horas é de loucos. Estavam todos aos gritos em francês a tentar descobrir o que
se passava e a falar muito alto com os hospedeiros enquanto eles falam muito
alto de volta…Era no fundo um filme da Amélie muito alto..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu tentava também, no
meu inglês, tentar conversar com alguma calma com eles, já que eram novos e
estavam tão fartos de ali estar como nós, e não tinham culpa – aparentemente…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Um dos rapazes, romeno, confidenciou-me entre as prateleiras
das sandwiches, que não punham combustível porque a companhia aérea não pagava,
e eles foram contratados pela companhia, e não podiam fazer nada. Ao que parece
os pilotos estavam também aos gritos na administração durante essas 4 horas e
nada puderam fazer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu tentei explicar que tinha o voo de ligação e que não
podia perder. Expliquei esta história várias vezes, em vários idiomas e em
várias tentativas que soaram dialéticas. Até ao último minuto tive esperança, principalmente
quando o rapaz me disse que se ainda fossem já nem faziam a próxima paragem e iam
diretos para Dakar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foram esperanças vãs, sim senhora…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Depois de 4 horas fechados, de muitos gritos e protestos,
deixaram sair os passageiros para o aeroporto, vulgo estação das camionetas de
um bairro degradado onde se fazem abortos na casa de banho, e ali ficámos por
mais 5 horas…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não veio ninguém da companhia dizer o que quer que seja.
Ninguém do aeroporto sabia dizer nada de nada, nem sobre aquele estúpido e
incompreensível atraso, nem sobre a minha situação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Disseram-me que podia ficar ali até de manhã e apanhar o voo
das 9h00 direto para o Ghana, o meu objetivo final. Obviamente não consegui
explicar a ninguém esta escala que me arranjaram, em que fazendo duas paragens
em países relativamente perto do Ghana, me fazem fazer escala em Dakar do outro
lado de África para depois voltar para trás.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Achei que esta era uma boa hipótese.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Estava tudo fechado àquela hora no aeroporto e por tal não
consegui ter informações para tomar a decisão se arriscava ficar para tentar o
voo de manhã, ou continuava ali quando aquele voo de conexão resolvesse seguir
viagem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sem saber bem o que fazer e num estado de puro cansado e
desgaste nervoso comecei a chorar fungosamente. Não queria saber de nada, nem
de ninguém… só precisava de me assoar…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A casa-de-banho tinha meia torneira, as sanitas era indiscritíveis,
as velhas cabines telefónicas serviam para guardar material de limpeza, e não
havia papel higiénico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tentei comprar água, porque não havia nem um único café no
aeroporto, e a merda da palavra “águâ” em francês deve ter uma entoação
qualquer que ninguém me percebia..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O meu estado devia ser de tal maneira triste, que o único passageiro
que falava inglês (um rapaz da Nigéria) me pagou a água e tentou ajudar-me
ligando para “amigas” para saber do voo, mas sem sucesso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Por fim, num recanto recôndito da sala de espera, consegui
aceder à internet e verifiquei que o voo da manhã estava a vermelho, o que
poderia significar que estava cheio ou que já era tarde para comprar. Também
ninguém me sabia dizer se era possível comprar o bilhete com visa por tal era
um risco grande ficar e não conseguir comprar o voo. A companhia também não me
deixou tirar a mala do avião e ficar ali, já que o me voo era de conexão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Moral da história: segui viagem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A nova tripulação chegou pelas 02 da manhã e mais uma
eternidade depois lá voltamos a entrar no avião, comigo de lágrimas enxutas e
só a querer dormir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sentei-me, encostei-me e adormeci quase instantaneamente
quando, cerca de 7 minutos depois, sou acordada por um roncar profundo do
senhor grande ao meu lado… Put# Que pariu…. Lá me começaram a vir as lágrimas
outra vez aos olhos…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Era mesmo o que faltava, um daqueles senhores grandes que
dorme com o queixo encostado à barriga e ressona como um elemento do gado suíno
em dia de consumo, no momento em que mais preciso apagar..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pedi ao hospedeiro para me arranjar, encarecidamente, outro
lugar… nem que fosse no chão.. longe daquele roncar. “I just need to sleep”… era
o meu mote, e quase que queimei o soutien para provar o meu ponto..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ele lá conseguiu e, no que podia ser o virar das coisas,
fiquei sozinha em 3 lugares onde me pude estender.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Esta maravilha só durou 2 horas porque na paragem seguinte o
avião encheu e perdi o privilégio. Mas estava tão cansada e exausta que não dei
pelo avião aterrar, por gente nova entrar, por ter pessoal ao meu lado, não dei
por nada… acordei já com o avião a descer para Dakar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E pronto, às 6h50 da manhã, muito longe do meu voo das 2h00
que perdi, cheguei ao Senegal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Na emigração tentei explicar a minha situação milhentas
vezes, até que o 12º guarda falava minimamente inglês. Levou-me e ao meu
passaporte até à agência de viagens do aeroporto para eu comprar o próximo voo
para o Ghana, porque não me apetecia estar até às 2 da manhã no aeroporto o dia
todo, passar outra noite num avião e chegar lá às 5 da manhã e ir logo para as
conferências.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Havia um voo às 15h30. Boa. Comprei o bilhete e fui para a
sala de espera do aeroporto. Dada a ausência de restaurantes e afins, de
internet wireless e de bancos confortáveis, resolvi ir para a sala vip onde
podia ter um bocadinho disso, falar com a família e dar sinais que estava viva
e, acima de tudo, avisar o pessoal da UNESCO que não tinha conseguido ir no
avião.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E aqui fiquei, na sala semi-vip (a vip é muito cara), onde
conseguindo me sentir mais confortável e perto de todos lá longe, consegui
descansar um bocado e acalmar os nervos..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Os senhores ficaram com o meu passaporte, por isso tive que
esperar que mo viessem trazer no check in.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Estava tudo bem encaminhado, parecia… mas nesta minha vida
de queixa as coisas correm sempre pior do que o esperado para ter o que
escrever….Não devia ser a lei de Murphy, mas a lei de Estrela Matilde.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cheguei ao check in e não me deixaram embarcar porque não
tinha VISTO para o Ghana. Tentei explicar que podia fazer o visto na chegada e
tinha a carta da UNESCO e tudo isso e não meu deixaram ir…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Desesperei… gritei…chorei….implorei por ajuda… nada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
“Como é que é possível terem-me deixado atravessar meia
África e só agora é que me pedem o VISA? Como? Como é que é possível
deixarem-me comprar o bilhete e não falarem disto? Como?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Berrei e gritei tanto que o senhor me emprestou o seu
telemóvel para poder ligar a alguém a explicar a situação… foi a única coisa
que consegui fazer por mim…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A única hipótese, disseram, era pagar pelo VISTO do Senegal
ali no aeroporto para poder sair e ir à embaixada do Ghana e tentar fazer lá o
visto e mesmo assim perdia aquele voo que já tinha começado o check in.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Lá fui eu pagar 50€ para fazer o VISTO, saí a correr e
agarrei no primeiro gajo a roubar dinheiro que estava à entrada e que disse que
tinha um taxi, levando-me depois a pé durante quase 500m até um carro com
estofos de pelo de ovelha (NO SENEGAL), com um condutor próprio, e eu achei que
fosse ficar sem um rim ou ser trocada por camelos (a sorte é que não sou loira
e cheiro mal). Mas lá me levaram até à embaixada do Ghana, num passeio rápido
por Dakar que não quero repetir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Esta cidade parece que foi bombardeada a semana passada e
assim ficou…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ao chegar lá encontrei a senhora mais simpática que já vi na
vida, e só desejo que alguém um dia lhe arreie com um tijolo na testa, só por
ter sido tão prestável. “No, No, No. Only tomorrow. 3 Days. No, no, No”.
Parecia a doméstica do Family Guy… Tu sabes que não vale a pena.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Esta foi daquelas que nem adiantava chorar, por muita
vontade que tivesse… aquela simpatia e prestação meteu-me tanta raiva que não
me preocupei com o futuro nos minutos seguintes, mas só em maneiras dolorosas
de lhe abrir o esfíncter…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Bom, lá voltei para o aeroporto contra à vontade dos dois
taxistas que só diziam “tranquila sister”, que me queriam levar para um hotel e
que não havia problema “tomorrow, tomorrow”. Dei o troco que tinha no dinheiro
aqui deles ao rapaz do carro, sem saber quanto foi… ele não se fez de rogado e
agarrou nas notas que tinha, e o outro acompanhou-me ao aeroporto esperando
mais dinheiro, mas caguei-lhe na cabeça e virei-lhe as coisas, enquanto um
tumor se ia formando na minha cabeça derivado do sistema nervoso…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tentei na mesma ir apanhar o outro voo, dizendo que ficava
apenas na escala e lá tentava resolver a situação, e que precisava mesmo de ir,
e já tinha o visto do senegal.. mas nada… o senhor da emigração era outro que
merecia a testa aberta com a quina de uma cadeira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Bom, a chorar compulsivamente – devo ser conhecida nos
aeroportos africanos pela branca chorona – fui novamente à agência e disse que
queria um bilhete para o próximo sitio não importa para onde mas já. A senhora,
que foi estranhamente simpática e calma, percebeu a minha situação toda e, pela
primeira vez em 48h, tentou ajudar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cancelou-me o voo que tinha comprado e que não me tinham
deixado apanhar, devolvendo-me o dinheiro, e encaminhou-me até à diretora de
operações da companhia aérea que me fez perder o voo para que me arranjasse
outro. Chegando lá a senhora também era simpática, ligou para a companhia cujo
voo eu devia ter apanhado, explicou que perdi a conexão por causa do atraso
deles e perguntou se eu podia ir no voo seguinte nessa noite. Ele disse que
sim, não havia problema, e disseram-me que em principio não haveria problema
com o VISTO, porque podia fazer lá.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Hum…. Desconfio…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto esperava que me devolvessem o dinheiro fui lá fora
fotografar umas rapinas que andavam no ar quando reparei que o vidro protetor
da minha lente estava estilhaçado…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Olhei para a lente… e veio-me uma calma estranha.
Preocupante e estranha…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Hum… hesito… <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas pronto. Aqui estou. Continuo á espera. O voo é às 2h00 e
estou a rezar a todos os santos para me deixarem ir…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Já pedi á minha mãe para me tirar o mau-olhado, que acho que
isto foi olho gordo da outra que queria vir a esta reunião e não pode … mas
agora que o azeite se dissolveu na água, acho que tudo vai correr bem…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Se não conseguir apanho o próximo para Lisboa porque não
aguento voltar a atravessa África nestas condições… o problema é que o voo para
Lisboa é 1 hora antes deste e posso não ir a tempo… vamos ver…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Outra hipótese é sair do aeroporto e formar vida e família aqui…
Visto já tenho…Se não voltar a dar noticias é porque abri um negócio de aluguer
de camelos aqui e estou a dar-me bem…. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
... Alaikum salam..<o:p></o:p></div>
Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-38261032675187759582014-05-13T11:25:00.002+01:002014-05-13T11:25:43.147+01:00Profundidades Africanas<div class="MsoNormal">
Olé… isto ainda cá está…. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pensaram que este meu espaço estava esquecido e olvidado nas
fibras óticas da vida??? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pois claro que não... este pedacinho digital de verborreias
verbais faz parte de mim e, quase em tons de elogia, diria que é praticamente tudo
o que sou…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas tenho sido pouco fiel a este meu pedaço que aqui ficou
pairado noutra dimensão, quando comecei a viver a vida a sério… mal pensado eu
sei… isto é muito mais importante…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas Voilá. Voltei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E este voilá vai fazer sentido, se continuarem a ler isto
até ao fim. Se não continuarem, vou assegurar que esta dúvida e inquietação vos
vai perseguir para o resta da vossa vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Bom, este espacinho nasceu, há 8 anos, na sequência de uma
viagem pela Europa com a minha mãe querida, mãe querida e na realidade, sempre
foram as viagens que me deram bastante material para me queixar da vida…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Agora que voltei a embarcar numa viagem com certos “quês”
que merecem ser queixados, resolvi reanimar o blog, com massagens cardíacas e
respiração sub-labial…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Depois de partir 3 costelas, tentar descobrir passwords
através de perguntas-chave sobre a minha vida que eu um dia considerei
essencial e que hoje a única resposta que me vem é “WTF?”… lá consegui trazer à
vida estas memórias de uma queixa, que mesmo alzheimica, ainda tem muito por
onde alvitrar…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Só para vos contextualizar na coisa, continuo por África,
para onde embarquei há cerca de um ano e meio, e onde fui ficando. Continuo a
viver na Ilha do Príncipe e foi aí que encontrei também o meu próprio príncipe
e formámos o nosso ninho do amor…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas não é para falar dessas javardeiras sentimentais que
resolvi abrir uma folha em branco no word (sim… eu escrevo primeiro no word). É
para falar de aeroportos africanos. Já que estou com uma noite quase em claro
em cima e acho que vou ficar com outra igual… parece-me que faz sentido falar
de tráfego aéreo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Há cerca de 3 horas atrás apanhei um avião em São Tomé, com
destino a todo o lado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Passo a explicar: Fui convidada a participar numa reunião da
UNESCO em Accra (Ghana), sobre um manual de gestão das Reservas da Biosfera em
África (e é aqui que vocês desconfiam que eu se calhar até sou uma pessoa séria
e trabalhadora… nã….).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ora, se forem olhar para o mapa que já não é mapa mundi, mas
sim mapa Google, vão verificar que o Ghana é quase imediatamente em cima de São
Tomé. Diria que até bem pertinho, tendo em conta que os aviões mexem-se
depressa…. O problema – não fosse este blog alimentado deste tipo de coisas – é
que não há voo direto e por isso tenho que apanhar 3 voos de quase 24 h para
chegar ao destino..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tudo bem… aeroportos em África soam bem… Viajar sozinha em
áfrica também soa bem… Bora lá a isso… Estar vivo é o contrário de estar morto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Apanhei o primeiro avião em São Tomé em direção a
Libreville, no Gabão. Nome bonito Libreville.. é capaz de ser um sítio fino…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ora, primeiros… a companhia aérea chama-se CEIBA, nome que
não inspira segurança aérea e bom serviço aéreo… mas antes coisas com gordura,
por alguma razão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O avião, apesar de maior do que o que faz o trajeto São
Tomé-Príncipe, é relativamente mais pequeno do que seria de esperar para um
avião internacional… mas deixa andar… o logotipo é colorido, por isso ao menos
morro num avião com falta de gosto… o facto de as hospedeiras serem de raça
negra e falarem espanhol dá um ar ainda mais chique a isto tudo… e eu, por
alguma razão que desconheço, tentei falar francês com elas (nem tive 1 ano em
Barcelona a falar espanhol nem nada…), mas só me saiu o merci…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Em São Tomé só haviam uns 3 passageiros a ir para a
Libreville e eu achei estranho que o avião voasse com tão poucos – comecei logo
a pensar em probabilidades de cair tendo em conta que juntar o destino de
poucos passageiros para que faleçam todos da mesma maneira é mais fácil do que
se forem 200 – voltei à realidade e tentoei interiorizar que estando leve voa
melhor… e lá vou eu, tentando passar na porta que tem as medidas exatas da
minha anca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ao entrar no avião apercebo-me que afinal já estava recheado
de pessoas coloridas, a fazer jus ao logotipo da CEIBA. Nunca vi tanta cor
vibrante e tanto ouro num espaço tão curto… Não sei donde aquela gente toda
veio, mas parecia que iam todos a um casamento indiano ou cigano.. sei lá…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Consegui no entanto ter dois lugares só para mim..
maravilha… e lá abri a mesinha, saquei do meu estojinho de canetas colorias e
comecei a colorir…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mentira. Comecei a sublinhar e a rasurar o documento bíblico
que tenho que ler para a reunião. Trabalhei um bocado e achei que ia ter
bastante tempo quando, 2 minutos depois de começar a ler, o piloto diz qualquer
coisa numa língua qualquer, como que a dizer que íamos aterrar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E eu.. “ora queres ver… ainda mal entrámos… tanto avião para
apanhar e vou cair logo no primeiro, queres ver?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Afinal de contas o voo era mesmo só de uma hora, mas no meu
itinerário esqueceram-se de contar com as mudanças de hora… coisas da vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tentei tirar algumas fotos do ar de uma cidade que parece
que está a ser agora construída. Essa foi a sensação com que fiquei do céu…
obras e fundações por todo o lado.. poucas casas… não devem ter dado com isto
há muito tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Saí do aeroporto e tirei umas fotinhas para a posteridade da
minha chegada ao Gabão, afinal não iria sair do aeroporto, quando, no alto do
seu francês, um sujeito negrão e grande vem falar comigo a dizer que não podia
tirar fotos porque era inconstitucional e iria apreender a máquina… Não percebo
francês.. fiquei com esta certeza agora… mas era isto que ele queria dizer…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E ninguém aqui, nesta terra, falam inglês. Também aprendi
isso hoje. E ainda não consigo perceber como é que aeroportos internacionais
não têm um único funcionário que fale inglês?... <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu fiz olhos de cadelinha, humedeci as pupilas, pisquei
bastante as pestanas e disse “pardon, pardon, je ne sabia… pardon.. pardon”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O senhor, contra todas as expectativas tendo em conta o alto
da sua negridão e a conversa de membro integrante da segurança e regras, disse
que queria uma “Coke”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu pensei… será que é uma coca-cola? Será que é cocaína?.. É
difícil perceber no meio de todo o franciú. Fiquei confusa com a alusão ao
termo coka no meio da conversa sobre ilegalidades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu, depois de com gestos tentar perceber o que ele queria
(isto foi no meio da pista e todos os outros passageiros já tinham ido embora),
lá compreendi que ele era amigo do dono daquilo tudo e que se lhe pagasse uma
coca-cola não havia problema, e ele fechava os olhos (fez mesmo gesto de quem
fecha os olhos). Eu, achando que isto devia ser uma armadinha, tive o bom senso
de mostrar apenas a minha carteira local com dobras que levantei para pagar a
taxa de saída do país (sim, tenho que pagar 18€ para sair de São Tomé), e
fiz-me de parva que estava em transfer, não tinha dollars e só tinha dobras.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O senhor lá aceitou as 100.000 dobras (4€) e foi à vida
dele. Uma coca-cola cara, mas uma máquina fotográfica barata, se ele fosse
ficar com ela.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu, sentindo-me suja e badalhoca por ter comprado um agente
da autoridade, fui tentar achar a entrada para ao aeroporto (ainda estava na
pista), e depois de falhar todas as portas que tentei (sinais indicativos é
para meninos!), lá me foram dando algumas indicações “sortir, sortir”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Entrei no aeroporto pela sala de espera dos próximos voos –
estranho – e tentei no meu francês, puxando de todas as vezes que vi a Amelie,
perceber para que lado é que tinha que ir para fazer o check in para o próximo
voo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tentei primeiro a zona das bagagens, não foi tarefa fácil
tentar lá ir sem ter que ir aos VISAS e coisas afins, mas a palavra “transfer”
funcionou bem e lá dei com a zona das bagagens.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Chegando lá uns moços meteram-se comigo no alto do seu
francês, e eu respondi o que pude do baixo do meu “francenhol”. Para variar
ninguém falava inglês, mas consegui, através de “Mi Jane Tu Baggage” descobrir
o tapete com as malas de São Tomé. Chegou bem a mala.. até agora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Acho que entrei nos confins do aeroporto de Libreville onde
mais ninguém andou, mas lá consegui chegar à entrada principal, apinhada de
gente. Tentei achar o check in, que dizia no único ecrã existente estar aberto,
quando reparei que estava fechado e havia toda uma fila de gente por todo à
espera de entrar no check in (ao que parece é um a um).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Lá fui eu para o fim da fila para entrar no check in, quando
o rapaz das malas veio falar comigo e me fez alguma pergunta complexa que não
consegui perceber e cuja resposta que dei foi “Dakar”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Bom, Dakar no Senegal é a minha próxima paragem, e acho que
deu para ele perceber o que eu queria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Entretanto junta-se um senhor vestido de roxo à conversa
(ele a falar comigo em francês e eu a responder “Sants Ellisé” e palavras
aleatórias em francês que me fui lembrando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O senhor teletubi lá me disse, pelo menos acho, que o voo de
ontem para o Senegal foi cancelado e que toda a gente de ontem estava ali hoje
para apanhar o avião e por isso este estava cheio. Eu olhei para a fila de
gente e comecei a explicar que tinha uma conexão, que não podia perder e
“Croassant” e assim.<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O senhor leva-me para o início da fila e começa a chamar a polícia,
que diz que são seus amigos “sabem dizer friends ao menos…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
(Neste preciso momento tenho gente de joelhos a pôr a testa
no chão a rezar ao meu lado e não sei o que fazer… Tenho que parar de escrever,
como se estivessem a atear a bandeira? Estou constrangida… Acho que me sentei
no caminho de Meca e por isso vieram ajoelhar-me mesmo ao meu lado… sinto-me a
pecar.. Também tenho que me ajoelhar? Eles levantam-se, ajoelham-se, põem a
testa no chão, voltam a levantar e a ajoelhar (descalços), enquanto balbuciam
coisas estranhas. Estou com medo agora… Bom, pelo menos com o levantar e ajoelhar
fazem uns abdominais…. Se calhar é uma boa religião para mim… e por esta, vou
arder no fogo do inferno… Oh meu Deus – ou o deles - estão a juntar-se mais e
estou cheia de coceira por não poder tirar fotografia… quem me dera ser
asiática sem vergonha na cara…. Podia mostrar-vos os chefes tribais com capas
roxas que por aqui se pavoneiam… podiam ver gente de testa no chão do
aeroporto… podia ver meninas com mais outro que o Banco Nacional Português…
podia… mas não era a mesma coisa).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Voltando à história.. O Polícia não lhe ligou nenhuma, mas o
senhor passou-me à frente de toda a gente sem dizer nem ai nem ui, e a verdade
é que ninguém pareceu importar-se… Sinto-me sempre muito “negativamente branca”
quando me passam à frente de outras pessoas de outras cores…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas pronto, lá no início da fila (à espera que chamassem
mais gente), o senhor também veio com a conversa da Coka… E eu revirei logo os
olhos… Disse que só tinha dobras, dinheiro de São Tomé. O senhor de roxo lá
disse que tinha que ser euros ou dólares, que o dinheiro de São Tomé não
prestava que era “tré petit, tré petit” e eu disse que “é tré petit mas chapéu”
(mostrei a carteira local só com dobras), que morava em São Tomé e não tinha
mais nada, uma historieta convincente com os olhinhos de quem está perdida e
abandonada no mundo e tem muito medo… O senhor não estava nada contente, e
falava com o rapaz das malas em francês uma conversa que me soou qualquer coisa
como “puta da branca aparece aqui no nosso país e nem uma merda dum dólar tem”.
Não se se foi isto, mas pareceu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Depois apareceu a polícia e eu entrei com o rapaz da mala, e
o senhor de roxo ficou a dizer para eu depois voltar a sair e ir ter com ele
para, segundo gestos inconfundíveis, ir a uma espécie de máquina mágica em que
se enfia um cartão e sai dinheiro”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Deves ter sorte deves…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Bom, na fila do check in (estavam 4 pessoas a atender, 2
cliente e 100 lá fora à espera de entrar) estava um senhor que “MILAGRE” falava
inglês. Tive vontade de o abraçar com força e até me saiu uma pinga de lágrima
quando consegui explicar, com a certeza de ser compreendida, toda a história da
minha vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O rapaz da mala, apesar de não me ter pedido nada, percebeu
que não tirava nada dali e foi há vida dele e eu fique com o senhor que me
explicou que eles queria dinheiro mas as dobras não serviam de nada ali (o
outro deve ter sorte com a coka) e para não me preocupar que se tinha o bilhete
comprado ia voar de certeza.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Lá fiz o check in, e graças ao senhor com quem os senhores
falam ajoelhados no chão, mandaram-me subir umas escadas em vez de voltar a sair
pela multidão enfurecida em busca de cokas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(Está mais gente ajoelhada no chão… isto é assustador… do
nada homens grandes e de capas coloridas jogam-se para o chão e começam a
balbuciar coisas sem sentido... Pelo menos já sei para que lado é Meca. Isto
não devia ser sempre há mesma hora? Não parecem organizados…).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Agora que já se aperceberam que o meu conhecimento de
religião é louvável, continuemos...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Subi escadas que mais nenhum passageiro subiu e fiquei com a
sensação de ter entrado na área para funcionários, mas quando encontrei alguém
que não me ignorou – normalmente homens – lá disse “Dakar, Dakar” e o senhor
abriu-me portas secundárias para ir para o controlo de passageiros e segurança.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A bem da verdade, sem ser a fila de viciados em coka a
querer apanhar avião, não há filas nenhumas neste aeroporto e é tudo muito
rápido (em troca de uma coka, claro)…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E agora aqui estou eu, na sala de embarque do aeroporto de
Libreville, onde a Duty Free Shop só tem bebidas alcoólicas, a loja de perfumes
tem uma senhora
cujo-sonho-era-ser-hospedeira-mas-puseram-na-a-vender-perfumes-e-por-isso-não-responde-a-ninguém,
e uma cafetaria sem café. Não existe um único sítio para comer. E há senhores
por todo o lado de joelhos no chão, a dizerem coisas piores que o Francês… <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As pessoas não são simpáticas… não fazem esforço para te
compreender, a não ser que queiram o presentinho para a Coka. E sinto-me
estranha em ser a única pessoa de pele branca numa sala com mais de uma centena
de pessoas… <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As roupas e os modelitos são indiscritíveis. Os homens usam
mantos esvoaçantes, com fatos de linho da mesma cor e um chapéu de porteiro…as
mulheres competem pelo vestido mais berrante, pelo maior número de joias de
ouro e sandálias brilhantes… as minhas unhas desaparecem por não poder
fotografar (tenho medo da quantidade de cokas que tenho que pagar por isso).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E juro, por tudo o que é mais sagrado, que o feiticeiro
negro amigo do Harry Potter que trabalhava no ministério está aqui na sala de
espera… igual até no chapéu…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas avante. Moral desta experiência toda: Tenho mesmo que
aprender francês.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas tudo isto é compensado quando nos ecrãs do aeroporto
aparecem gorilas…. Eles sabem como me conquistar…<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
A seguir vou apanhar um avião da Senegal Airlines, e olha…
seja o que Alá quiser. Por via das dúvidas acho que me vou ajoelhar.<o:p></o:p></div>
Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-52263063102500920712013-01-23T21:50:00.000+00:002013-01-23T21:50:06.803+00:00inté...<br />
<div class="MsoNormal">
Dentro de aproximadamente 24h estarei no aeroporto de Lisboa
a embarcar para o continente Africano.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O quê? O meu anterior post sobre escorrimentos vaginais não
fazia adivinhar uma eventual viagem para um sítio quente, húmido e
encaracolado?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Isso é porque vocês deixam
muito pouco à imaginação e só por causa dessa deviam imolar-se pelo fogo...</div>
<div class="MsoNormal">
Mas assim, a bem da verdade e da realidade, que nem sempre é
valorizada neste cantinho, nem eu própria sabia.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em menos de um mês a minha vida deu uma volta sobre si
mesma, rebolou-se ao contrário, esbarrou na parede umas quantas vezes e agora
estou meio Alzheimica: não sei quem sou, nem para onde vou, nem com quem vou...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas pronto. Não há-de ser nada. Há que ir. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Há tanto tempo a desejar sair, ir embora, fazer alguma
coisa, arranjar trabalho longe, ter novas experiências... Agora que veio, custa
um bocadinho a ir.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Foi tudo muito rápido, e preparar uma viagem para África não
é o mesmo que para Cuba do Alentejo e por isso ainda não parei, ainda não
respirei e este tom arroxeacho, apesar de ficar lindamente com os meus olhos,
acaba por ser desagradável.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Irei, 6 meses por enquanto, trabalhar na magnífica ilha do
Príncipe, fazer a gestão ambiental dum resort, com ordenado, cama e comida.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Até aqui a coisa parece boa. Mas desconfio. Desconfio sempre
que alguma coisa é demasiado boa. Hum... <gesto a="" dedo="" desconfiado="" do="" esfregar="" nariz...="" no=""></gesto></div>
<div class="MsoNormal">
Mas vejamos...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por enquanto, e porque foi tudo super rápido, irei com um
visto de “homem de negócios” que implica que fique apenas por 90 dias, seguido
de uma rápida deslocação a outro país Africano para depois voltar... Ora ser
homens de negócios não me parece mal, acho que me assenta bem o estatuto e
tenho buço para tal... fazer outra viagem a outro país do continente só para
bater o ponto, também é razoável, há aeroportos bonitos... por isso, se virem a
minha cara nos jornais como “portuguesa detida com catrefadas de drogas na
bagagem em África” não se admirem... é porque a coisa era mesmo boa demais.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas tou com fé. Apesar daquela relutância em sair de casa,
deixar quem amamos por longo tempo, deixar o meu Puffy Emanuel com um aperto no
peito, deixar a minha casinha, o ginásio... deixar assim a vida com que estava
confortável (mas não feliz) nos últimos tempos e ir.... susta sempre. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Odeio fazer malas. Odeio empacotar num recipiente definido
aquilo com que estou confinada em 6 meses...não gosto mesmo...é demasiado
limitado... é demasiado finito...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas está feita. Amanhã lá estarei.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Espero voltar. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Depois de enfardar comprimidos anti-maláricos como se fossem
rebuçados porque achei que a toma semanal era diária e por pouco não explodi o
fígado é um começo auspicioso... E como acredito que metade dos antibióticos
que tomei me escorreram pelo braço quando fui vacinada, acho que é uma viagem
promissora a coisas boas..</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Agora a sério. Até mais do que não apanhar doenças... aquilo
que eu mais desejo, mais do que tudo, mesmo, mesmo, mesmo... é não engordar...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A banana frita diária parece-me pouco diética... Pode ser
impressão, deixa ver.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se deixar de aparecer nas fotos é porque deixei de lá caber.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Depois vou dando noticias.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Abraço quente e anti-biótico.</div>
Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-47859034029481613502013-01-06T01:17:00.001+00:002013-01-06T01:17:19.707+00:00E Darwin nunca menstruou...<br />
<div class="MsoNormal">
Ultimamente não tenho cá vindo. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Está frio por aqui...algum pó nos cantos... e os espelhos já
não têm reflexo...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Enfim... o tempo passa. A vida passa, e sem darmos por isso,
morremos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não. Calma. Ainda não morri. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se morri não dei mesmo por isso. No entanto a conexão online
é fantástica por aqui... nada de perdeu, portanto...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A verdade é que gosto de aqui vir dizer mal das coisas e da
vida. Mas das coisas parvas e estúpidas da vida, não das coisas sérias da vida...
Ultimamente não tenho grandes coisas parvas e estúpidas para dizer... </div>
<div class="MsoNormal">
A vida
tem perdido a sua graça, e histórias de ciganos que me oferecem o seu esperma
para uma qualquer mezinha contra pêlos faciais, é coisa do passado... com muita
pena minha...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não quero vir aqui falar da crise, do desemprego, da falta
de esperança, da falta de amor, do aperto constante no coração... Não preciso
disso... Vocês não precisam disso... Têm os telejornais todos os dias.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Portanto... Enquanto castigava a porcelana aproveitei para
fazer pensamentos profundos e estúpidos sobre a vida e vir aqui partilhar com
quem não encontrou a porta da saída, e ainda cá anda.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para quem me conhece ou acha que sim, através destas linhas
de pura parvoíce, eu gosto particularmente falar de fluídos corporais. Aqueles
que todos temos, só a bailarina é que não tem, e que ninguém gosta de falar
porque é feio.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E como estou naquela altura do mês, venho falar daquela
altura do mês. Aqueles dias de puro inferno onde a vida é um bocadinho pior, as
pessoas são todas mortalmente idiotas, e só nos apetece bater em todos um
bocadinho, com muita força.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu percebo toda a questão da procriação e não sei quê, e a
mulher tem que sofrer porque a outra deu ouvidos à cobra zarolha e o raio que a
parta... Tudo isso é bonito, sim senhora. O corpo da mulher prepara-se para
receber uma criatura dos infernos que nos vais rasgar as partes íntimas e
desprivadas. Nada contra. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Agora há uma coisa que não percebo... como pessoa das
ciências tento ver o lado cientifico da coisa, só naquela de dar nas vistas... e...
supostamente... se estamos na época reprodutiva, preparadíssimas para receber
os girinos albinos, não deveríamos andar por aí que nem pavoas e conquistar os
portadores de sacos escrotais, com ar de papás? Não devíamos vestir leggings cor
de pele, sapatos com padrão chita, pintar os lábios de vermelho, as unhas de
rosa e assinalar com raquetes de aeroporto o caminho mais rápido para a entrada
sagrada?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas então, como é que esperado evolutivamente que façamos
tal espetáculo, se inchamos 3 vezes (e não adianta os 20 kg perdidos... voltam
todos à tona em apenas 3 dias)? Como é que havemos que tentar conquistar quem
quer que seja, quando sangramos que nem um porco, temos dores que doem muito,
só queremos comer pipocas salgadas, ouvir o “All by myself” encostadas na
parede, enquanto choramos e cantamos, e engolimos ranho em todo o processo?
Como é que é possível querer reprodução quando todo o processo prévio é já tão
doloroso, sujo, badalhoco e desconfortável? Como é que é esperado que lutemos
contra as nossas fêmeas competidoras, quando só queremos nos abraçar umas às
outras, dizer mal dos homens que tal, queixarmo-nos da celulite, enquanto
enfardamos um balde de Haagen Daz? </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Lamento, não venho qualquer excitação em toda esta imagem, e
acho que a última coisa que uma mulher quer, em plena época de esvaimento
sangrinal, é o contacto corporal com outro espécime...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A evolução não funcionou bem neste sentido apenas e somente
porque o Darwin nunca menstruou. E esta é a conclusão científica de tudo isto.</div>
Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-18498603105487504102012-12-19T13:38:00.000+00:002012-12-19T13:39:02.839+00:00A natalidade estraga-me a natalícidade....<br />
<div class="MsoNormal">
Enlouqueci.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Hoje, enlouqueci completamente.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Disse “Que se foda tudo” e vou gastar dinheiro que nem uma
inconsequente...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Sinto a adrenalina no sangue, porque a carteira está
vazia.... Sinto espuma e sangue nos lábios, tal José Régio... mas que se foda!</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Não tenho dinheiro? Continuo desempregada?? </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Pshiu... ninguém perguntou nada e hoje quero que o mundo se
foda!</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Fui comprar coisas. Fui comprar prendas. Fui comprar prendas
para mim, coisa rara hoje em dia. Fui consumir que nem um viciada. Fui salivar
em frente às montras , entrar nas lojas, sorrir quase ensandecidamente às
empregadas e gastar, gastar, gastar...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
E hoje que se foda tudo!</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Que venha o saldo negativo, as ameaças de penhoras e as perseguições
dos credores...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
NÃO QUERO SABER DE NADA!!!! </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Pode ser que o mundo acabe mesmo na sexta (e agora desejo um
bocadinho mais que acabe), e fica a questão resolvida!</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Chega de pensar no futuro e nas contas para pagar. Chega de
ser responsável e ter ponderação monetária. Hoje quero que tudo se ... ok, já
perceberam...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Estou histérica. Pareço uma criança que partiu uma jarra e
que sabe que vão descobrir e vai levar porrada.<br />
Mas por enquanto riu-me sozinha
da minha traquiniçe e aproveito os momentos até a realidade se me espetar nas
trombas numa esquina qualquer...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Mas não quero saber...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Tenho tido um ano difícil. Mereço prendas boas e bonitas. </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Há muitos anos que não recebo prendas. Na minha família a
adultiçe começa aos 12, idade a partir da qual começas a perceber que o pai
natal só existe para as crianças mais pequenas que surgem que nem coelhos na
minha família. Moral da história: 12 sobrinhos para oferecer prendas e nenhuma
para receber (já sou grandinha, dizem). E fico triste. Também quero uma
prenda... nem que sejam umas meias... Mas já não tenho avós, e os meus pais têm
12 netos para agradar... fico a chuchar no dedo... Anos e anos tem sido esse o
meu sofrimento.... A amaldiçoar as crianças que nascem no meu seio familiar por
me roubarem mais um bocadinho do natal que tive, e me fazerem gastar dinheiro
em prendas que no momento a seguir são lixo...(sim, já lhes comprei as
prendas...)</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Ah... que se foda!! Hoje fui eu e só eu! Prendas para mim! </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Ah ahahahah ahahahaa ahaha ahhha ahaha ahhaha</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Oh senhores... espero mesmo que o mundo acabe...</div>
Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-24021528928024964252012-11-27T23:16:00.000+00:002012-11-27T23:16:54.202+00:00The one with the optimismJá aqui disse muitas vezes que a vida não me corre bem.<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É verdade que não corre bem a muita gente, mas isso a mim
não me interessa nada. A mim a coisa corre mal e isso é que é grave. Com os
problemas dos outros posso eu bem!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não suporto que menosprezem os meus problemas. Só porque não
são super-hiper-mega-ruins, não quer dizer que não moam. São meus e doem...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Entre mim e o Job só existe uma peste bubónica para
diferenciar. Não.. não tenho nenhum tipo de peste... pelo menos por enquanto.
De resto ando a sofrer as mesmas provações que o meu ancestral e quase que se
podia escrever um livro semelhante com a minha vida.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tenho tido azares diários e contínuos tal provação à minha
fé, e se só me apetece gritar “Não vencerás Belzebú...” mas a verdade é que, ao
contrário da personagem bíblica, eu tinha desistido à primeira provação se
fosse possível, mas ninguém me perguntou nada e elas continuam a suceder-se.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Este último ano tem sido assim de bonito. As merdas
acontecem. Eu grito por dentro. Sorrio forçosamente para o mundo. E no meu
interior forma-se um nódulo que canta “I´m a tumor, i´m a tumor, i´m a tumor”...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Há mais de um ano que estou desempregada. Fiquei sem receber
ordenado durante 5 meses, se vocês bem se devem lembrar destes pormenores desta
minha interessante vida. Continuo sem os receber. Os trabalhitos que consegui
ir fazendo só podem pagar no próximo ano, e como consequência só pago as contas
e só como para o ano. Terminei um relacionamento de quase 4 anos. Tive um
acidente de carro com o meu samurai nu que o mandou para os cuidados
intensivos. A discussão da minha tese está no limbo desde Setembro algures nas
resmas universitárias. Continuo sem conseguir arranjar trabalho. Já não recebo
nenhum tipo de subsídio à desocupação. Acabei de perder as chaves dum carro que
me tinham emprestado algures noutra dimensão e uma chave nova custa 90€. Tenho
uma gripe do tamanho do mundo porque andei a plantar árvores com a ministra....
E isto foi ontem... amanhã será mais qualquer coisa....tenho um certo
sentimento que isto é só o aquecimento... e tenho medo do jogo a sério.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Está certo que estas coisas não são extremamente graves.
Está certo que ninguém morreu ou se feriu gravemente. Tudo isso é muito bonito.
Mas estas minhas coisas estúpidas e chatas fazem-me nós de tensão que eu não
tenho dinheiro para desatar...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Continuo optimista e a achar que no fundo até não tenho má
vida. Afinal de contas ainda respiro, coisa considerada acima das
possibilidades neste país de oportunidades.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas vou ser optimista. Eu consigo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O desemprego permitiu-me tirar o mestrado, dormir até tarde,
aprender a fazer tricô e ir ao ginásio todos os dias. Apesar de ter terminado
um relacionamento foi amigável e ficou uma grande amizade, para preservar e
acarinhar, e claro, fica a oportunidade de outras experiências e outras pessoas...dizem
que tens que passar por sete pessoas para encontrar a alma gémea, e pode ser
que volte à casa de partida ou tire a carta da prisão... nunca se sabe. O
acidente de carro permitiu-me poupar combustível até à casa dos meus pais, para
onde me dirigia, o senhor do reboque pagou-me uma bifana, e pode ser que
arranje outro carrinho mais económico (mas vou guardar o samurai para sempre no
meu coração). Se as coisas correrem como prometido no tribunal vou receber
brevemente parte dos ordenados. Tenho tempo para me preparar para a discussão
da tese, já que só recentemente voltei do trabalho de campo (apesar de ainda
não ter pegado na coisa). Tenho fé nas fadas e duendes que me devolvam a chave
algures numa gaveta esquecida. E a tosse está a melhorar enquanto aproveito o
calor da salamandra e leio um bom livro. Tenho os quartos todos alugados que me
permitem pagar a casa. Tenho a ajuda da Relíquia para pagar as contas. Ainda
consigo ir ao ginásio e comprar dióspiros A minha mãe está feliz e contente
porque fez uma viagem à Turquia onde andou de balão de ar quente. Tenho saúde
(dentro do invernantemente possível). A minha família tem saúde. O meu Puffy
Emanuel tem saúde. Agora temos um cachorro novo, que tem mais nomes que um beto
de sangue azul, mas a quem eu chamo moscatel. E acordo todos os dias com
esperança que a vida melhore.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vêem?! Vêem como eu consigo ser optimista e achar que o mundo
é maravilhoso???</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Continuo a sorrir. E algures no meu cérebro oiço uma
musiquinha “I´m a tumor, i´m a tumor, i´m a tumor”...</div>
Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-45994606438509672372012-10-19T23:04:00.003+01:002012-10-19T23:14:34.388+01:00A minha circunstância dóiContinuo sem perceber se sou uma pessoa de sorte ou de azar.
Ainda não é claro para mim. E no fundo... Depende só da perspectiva.<br />
<div class="MsoNormal">
<br />
Este último ano não tem corrido bem... </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Acredito que este sentimento seja geral. A vida anda a
correr mal para muita gente, e a verdade é que muitos estão piores e mais
enrascados que eu. Mas eu sou eu e a minha circunstância e a verdade é que o
mal dos outros não tornam a minha vida melhor...é pena...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Quando fiquei sem receber ordenado o ano passado, tive
alguns meses bastante atarefados com milhentos trabalhos pelo país todo, para
várias empresas. Foi bom. Deu para ajudar com esses meses despidos e quando
oficialmente me despedi, depois de 5 meses de receber, a coisa acalmou. Achei
que seria porreiro um ano mais descansado, dava para fazer o mestrado, terminar
a tese, e no meio ia aparecer qualquer coisa, de certeza que sim. Tenho bom currículo,
sou boa profissional, desenrascada e boa pessoa... vou conseguir alguma
coisa....</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Ou talvez não.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Consegui acabar o mestrado. Estou à espera de defender a
tese, mas trabalho que é bom nada.... Tem sido recusa atrás de recusa, poucas
ofertas, ofertas de merda.... nada... </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Já passou mais de um ano e nada... </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Estas coisas acabam por afectar a vida pessoal que desmorona.
Tudo à volta parece que corre mal e não há maneiras de melhorar. A minha
vontade é comprar um bilhete para o próximo avião a sair e ir.... ir... apenas
ir.....</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Mas os planos fracassam. As expectativas fracassam. A vida
parece que a cada dia fracassa mais um bocadinho.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Nestas últimas semanas tenho andado com um trabalhito que já
o ano passado fiz, com aves migradoras, o que é bom para angariar algum
dinheiro e desanuviar a cabeça, mas parece que até aí as coisas correm menos
bem.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Ontem despistei-me.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Dia de chuva, não há trabalho. Podia vir para casa mais
cedo. Coisa boa...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Mas as primeiras chuvas, as estradas com óleos, as curvas
apertadas continuam nas coisas boas...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Espatifei o meu samurai nu numa curva, que ficou muito mal
coitadinho e eu safei-me.. Preferia ter ficado com alguma coisa partida para
ele ficar menos mal.... ao menos curar-me era mais barato...</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Nesta fase de ausência total de trabalho e dinheiro, de perspectivas
futuras, ainda levo com uma despesa de mecânico que me deve deitar abaixo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
As pessoas agoiram que não se safa, que é muito caro, que
tem que ir para a sucata. Mas I said No, and No, and No!!</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Gosto demasiado dele. Ainda não sei quanto vai ser o
tratamento, mas não se auguram bons futuros....</div>
<div class="MsoNormal">
Quando as coisas correm mal, há sempre alguma coisa que vai
correr pior... é certo..</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Acho que tenho que ir ler o Segredo a ver se mudo a nuvem
negra e agradeço aos céus ter saúde e bom corpo para poder vender.... </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
A minha mãe tirou-me hoje o mau olhado das invejas e males
que me rodeiam.. pode ser que ajude.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Hoje, tenho o corpo dorido do acidente, o coração dói-me
pelo meu carro e a carteira queixa-se de estar vazia.... não é um bom dia.</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Mas amanhã é outro.</div>
Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-38312595146504538122012-08-18T04:21:00.003+01:002012-08-18T04:22:59.860+01:00sopros no ginásioOlá pessoinhas bonitas.<br /><br />Tenho saudades disto... é tão cruel que a vida passe e nos esqueçamos de coisas que já nos fizeram tão bem... como estes pedacinhos de nós que aqui vamos depositando...<br /><br />Hoje estou carinhosa, é verdade. Talvez por serem 4 da manhã. Talvez porque tenho a tese a escorrer-me dos ouvidos. Talvez até porque o sushi me tenha caído mal. Tantas e tão mais razões para este surto de mimosilhiçe... mas a verdade é que me apetece dar uma grande e repuxada beijoca a cada um de vocês... <br /><br />Cada vez mais acredito que os blogues têm os dias contados. E fico triste. Sim.. já se acabou a mimoseira e voltou o drama... estes momentos são sempre coisa passageira...<br /><br />É com pesar que constato que cada vez as redes sociais dominam o mundo e estes cantinhos tão aconchegantes têm tendência a desaparecer do mapa.... <br /><br />Mas não era sobre a dominância do mundo por parte das redes sociais que vos venho falar, nem tão pouco para propor um grupo no facebook a apoiar o regresso dos blogues...<br /><br />Venho-vos falar de gazes.<br /><br />Vocês sabem o quanto aprecio uma boa função corporal daquelas feias e perfumadas.<br /><br />Mas este é um tipo especial de gazes. É aqueles que aparecem numa aula de abdominais no meio de um ginásio cheio de mulheres e rabos.<br /><br />Já vos aconteceu?<br /><br />A mim é frequente...<br /><br />É um momento de pânico. É o drama, o horror, a tragédia...<br /><br />Se paramos o dito exercício para tentar apertar o nalguedo, levamos com gritaria em cima e o tenente-coronel que tiver a dar a aula aproxima-se ainda mais para nos espetar os músculos a ver se estão contraídos... não é boa opção.<br /><br />Pensei muitas vezes em libertar os prisioneiros na loucura. Afinal, a sala está cheia de velhas... provavelmente vão pensar que alguma idosa se largou, pois a sua capacidade de controlar o próprio corpo é cada vez menor, e é pouco provável que achem que fui eu...<br /><br />Mas e se fizer barulho?? Assim é mais fácil aperceberem-se de onde saiu....<br /><br />E se cheirar muito mal... é difícil ser ignorado...<br /><br />Se o bichinho andar livremente pela sala é difícil saber a sua origem... mas as pessoas à volta podem se aperceber e aí... acabou-se reputação... acabou-se a vida....<br /><br />Sei disso, porque as velhas que já se largaram à minha frente, nunca mais as olhei da mesma maneira...<br /><br />Isto transtorna-me a vida..... Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-7055797205041033412012-03-08T23:54:00.000+00:002012-03-08T23:55:16.234+00:00Tesourinhos deprimentes de dentro de nós<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 100%; ">Hoje, que é dia da mulher, venho falar de coisas tristes.</span></p> <p class="MsoNormal">Bem, convém notar que o meu triste não é de maneira nenhuma aquele sentimento que nos saí enxaguado pelos cantos dos olhos, enquanto nos deixamos cair no chão encostados à parede, a soluçar baixinho com o Alejandro Sanz de fundo…</p> <p class="MsoNormal">Podia ser. </p> <p class="MsoNormal">Mas não é.</p> <p class="MsoNormal">Venho falar pois, de todos aqueles momentos vergonhosamente tristes que fizemos ou fazemos, mas escondemos do mundo.</p> <p class="MsoNormal">Ora lá está. Como ouvir Alejandro Sanz, por exemplo… ou qualquer outra criatura que chora muito por mulheres que, normalmente, são alheias.</p> <p class="MsoNormal">Não me lixem.</p> <p class="MsoNormal">Com certeza que ouvem.</p> <p class="MsoNormal">Eu oiço e com muito orgulho. Ainda agora, durante o correr deste trecho linguístico de renome, escuto o “Y se fuera ella”, em modo repeat constante… e até parece que me sangram os ouvidos…. Mas não me importa.</p> <p class="MsoNormal">A verdade é que passámos por várias fases nesta nossa vida, e não nos devemos envergonhar de nenhuma delas.</p> <p class="MsoNormal">A minha relíquia tem um embaraço constante perante a minha panóplia de cds expostos na sala e que, segundo a sua singela opinião que eu não tenho em conta, deveriam estar escondidos nos confins do baú.</p> <p class="MsoNormal">Ora discordo. Aquele cd do Enrique Iglésias e que eu só comprei porque tinha uma música com a Sandy & Júnior, faz parte dos meus tristes 16 anos e por tal, merecem estar expostos e sublinhados, pois apesar de deprimentes e vergonhosos, são bonitos.</p> <p class="MsoNormal">Muito me orgulho eu dos meus anos de fã assídua das Spice, tal ar para respirar. Resmas de dinheiro poupado em comida para ser gasto em cromos. Os cds comprados quando ainda não tinha onde os ouvir. Os 5 dossiers de recortes de revistas sobre as criaturas, não dando qualquer relevância à língua da mesma. Os mesmos dossiers organizados com separadores por grupo, e por cada uma individualmente com uma capa para cada feita manualmente e com muitos brilhantes. Os bonecos de plásticos comprados apenas porque sim. A caixas dos chupas onde vinham os autocolantes…. E isto podia ser apenas um texto descritivo sobre as tristezas das minhas obsessões, mas fico-me por aqui.</p> <p class="MsoNormal">Acredito que um dia isto venha tudo a valer dinheiro. Chorei muito quando elas acabaram, chorei mais do que com o Armageddon, para verem o grau da coisa. Mas agora, pensando friamente, se elas morrerem posso fazer boa fortuna. </p> <p class="MsoNormal">Agarro-me a essa esperança e desejo-lhes o mal.</p> <p class="MsoNormal">Mas não me arrependo, que dizer… do dinheiro gasto arrependo-me um bocadinho, mas se for compensada num futuro próximo, só significa que era uma adolescente empreendedora.</p> <p class="MsoNormal">Ainda hoje, se começar a dar qualquer sonoridade das ditas raparigas picantes, corro a fazer a coreografia e a cantar o inglês da altura, que era uma qualquer versão arcaica que eu julgava existir. </p> <p class="MsoNormal">E exponho. E digo. Não tenho vergonha de quem fui, de quem sou ou de quem serei …. Bem, esta parte logo se vê…. Mas acho que não nos devemos envergonhar de nada.</p> <p class="MsoNormal">Sim, caguei nas calças quando já não o devia fazer.</p> <p class="MsoNormal">Sim, tiro macacos do nariz quando os tenho.</p> <p class="MsoNormal">Sim, oiço repetidamente o Alejandro Sanz enquanto deslizo por uma parede e desejo ser Ella só porque a música é bonita.</p> <p class="MsoNormal">Sim… </p> <p class="MsoNormal">E talvez já me tenha arrependido um bocadinho de ter contado algumas coisas.</p>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-4390279580252541232012-01-16T15:50:00.001+00:002012-01-16T15:50:55.831+00:00A minha vagina come lenços de papel ranhosos…<p class="MsoNormal">… e este é talvez um dos melhores títulos de sempre.</p> <p class="MsoNormal">Explico? Talvez mais tarde… afinal estamos num novo ano. Naquele ano em tudo acaba ou tudo começa e é tempo de fazer o balanço final do ano que passou e rebalancear o ano que já cá está…</p> <p class="MsoNormal">Nããããã… vamos falar de vaginas e lenços ranhosos que é muiiiito mais interessante.</p> <p class="MsoNormal">Quem me conhece, e pode ser só aquele conhecimento na base da visualização que eu não me importo… eu sou o que se pode chamar uma pessoa a dar para o ranhosa.</p> <p class="MsoNormal">Com isto não quero dizer que sou má pessoa, reles e imunda, e que trato mal o próximo. Não senhor. Até sou uma pessoa para o asseada (quando não está frio), e só trato mal quem está longe, nunca quem está próximo porque me posso aleijar.</p> <p class="MsoNormal">Mas voltando à ranhosice: Sou muito dada a mucos e pingamentos nasais. Seja verão ou seja Inverno, esteja frio ou esteja calor… eu… Estrela Isabel…. ando sempre ranhosa.</p> <p class="MsoNormal">Sou até fã no facebook dos lenços de papel cheiro a alfazema, e nunca… mas NUNCA… pode faltar um lenço nem que seja ranhoso na minha mala, bolso, ou mão… pode faltar dinheiro (o que acontece com frequência)… mas lenços de assoar… NUNCA!!!</p> <p class="MsoNormal">Assim sendo, no acto da condução, é importante ter sempre à mão um lenço próprio para o acto da limpeza mucal, e é um perigo rodoviário que sempre que precise vá buscar o mesmo à mala ou ao chão do carro. Por isso mesmo, e de certeza que vocês já lá chegaram, enquanto conduzo guardo os lenços de papel entre as pernas.</p> <p class="MsoNormal">Serei a única a fazer tal coisa? </p> <p class="MsoNormal">Acho que sim… mas não me envergonha. É um belo sitio de arrumos digo já, e o telemóvel também já experimentou o calor púbico…</p> <p class="MsoNormal">Mas atenção senhores da autoridade… nunca atendo… não me enviem multas feias e más pelo correio como já tiveram o prazer de fazer, porque eu nunca atendo nem mando sms enquanto conduzo, só gosto de o sentir vibrar….</p> <p class="MsoNormal">E prontos… voltando novamente ao ranho… </p> <p class="MsoNormal">Quando os coloco os lenços no baixo ventre para ficarem resguardadidos, a verdade é que muitas vezes dão o sumiço para nunca mais voltar… É uma realidade estranha esta… </p> <p class="MsoNormal">Tal como há carros que comem canetas e coisas afins que desaparecem nos confins dos tapetes sujos para nunca mais retornar… a minha vagina come lenços de papel… mas só os ranhosos… já temperados..</p> <p class="MsoNormal">E isto era importante perante a conjuntura actual e problemática política e social???</p> <p class="MsoNormal">Sim…</p>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-13855980827477031862011-11-30T22:27:00.002+00:002011-11-30T22:28:02.110+00:00o amor dos outros pelos meus olhos adentro, dói<p class="MsoNormal">Preciso de música alta… preciso de imagens rápidas e coloridas que me impeçam de olhar em frente… preciso de entrar em combustão espontânea rapidamente…. </p> <p class="MsoNormal">Há quartos, minha boa gente… há quartos…. Não havia esta necessidade….</p> <p class="MsoNormal">Boa… perceberam que eu não faço grande questão de os ver a enfiar a língua um no outro.</p> <p class="MsoNormal">Nossa senhora da Agrela… </p> <p class="MsoNormal">Uma vez mais noto que preciso de uma situação constrangedora para me dar uma vontade louca de escrever… se calhar é doença ou assim… é capaz…. </p> <p class="MsoNormal">Para vos situar neste meu momento avestruz nº341 do mês de Novembro, convém saberem que estou uma vez mais desterrada (apercebo-me agora que esta é uma condição quase constante da minha vida, quase aciganada). Mas desta vez em pleno sudoeste, não muito longe do lar paternal, a apanhar ratos em armadilhas, apenas e somente para lhes cortar as orelhas, o pêlo e lhes enviar uma agulha muito grande pelo pescanhoço (parte de trás do pescoço – definição científica) adentro.</p> <p class="MsoNormal">Bem, estou numa casita alugada com outras pessoas do mesmo ramo da apanha do rato. Um desses meus colegas está apaixonado. Doente, portanto.</p> <p class="MsoNormal">É um daqueles homens que emburrece quando está apaixonado. É angustiante. </p> <p class="MsoNormal">Depois de meses aqui sem limpar nada, hoje, na véspera da menina cá vir, foi uma limpeza a cotonete que só visto. Foi interromper a busca pelo rato encantado para ir buscar a menina que não podia esperar 10 minutos no carro, foi levá-la ao campo para ver as estrelas e os ratos que são queridos e fofos para toda a gente, foi chegar a casa e começar a comerem-se à minha frente, foi um agarramento de dar muitos gómitos.</p> <p class="MsoNormal">São daqueles casais que não conseguem deslargar-se, mesmo quando existe uma outra pessoa na divisão comum sentada a meio metro (porque não consegue fugir mais), e um quarto privado ao lado.</p> <p class="MsoNormal">Foi eu sentar-me no sofá ao computador e foi vê-los muito subtilmente pelo canto do olho a sentarem-se à minha frente, a arrastarem as cadeiras para mais perto um do outro, e a começarem a examinar as amígdalas do outro com a língua…</p> <p class="MsoNormal">Comecei a escrever freneticamente, já que é a minha maneira autista de fugir da realidade assustadora que me rodeia. Não sei se o meu pensamento “FDX… vão para o quarto…CRLHO…” foi na realidade um grito audível, mas a verdade é que funcionou.</p> <p class="MsoNormal">A minha outra colega também teve a visita do marido, já que amanhã é feriado, e neste preciso momento estão cada casal no seu quarto a fazer o amor bem alto…. Eu como não quero presenciar mais do que já fui obrigada, tenho a dar o/os/a/as/aquilo Marilyn Manson, porque foi realmente a coisa mais barulhenta que me lembrei que poderia funcionar no meu desejo profundo de furar os tímpanos…. Seja como for não estou a ouvir nada mais…. Acho que funcionou…</p> <p class="MsoNormal">Acho bonito o amor dos outros… longe… mudo… </p>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-32217612215961358632011-11-29T16:05:00.000+00:002011-11-29T16:07:07.176+00:00Aulas e mamilos<p class="MsoNormal">Como vocês sabem, voltei a estudar. E se não sabem é porque não tomam a devida atenção à minha pessoa, e por tal merecem muito ser escarrados.</p> <p class="MsoNormal">Mas continuando…</p> <p class="MsoNormal">Dado que neste preciso momento os 5 anos de estudo afincado e muito dedicado que tive são equiparados aos 3 anos que estas crianças passam na universidade a aprender a beber sem vomitar, fui obrigada a ir mestrar-me um bocadinho mais para tentar competir com estes desgraçados filhos da mãe, roubadores de trabalho alheio.</p> <p class="MsoNormal">Nesse sentido, e algumas propinas depois, lá me encontro eu a refrescar a memória e o corpo em salas de aula, ouvindo mais do mesmo e o mesmo a mais.</p> <p class="MsoNormal">A verdade é que o meu belo e redondo pacote já não estava habituado às largas horas passadas em cadeiras duras de anfiteatros, à complicada tarefa de absorver informação relevante para todo o futuro que se avizinha logo às 09h da manhã e, claro, tentar manter os olhos abertos perante apresentações PowerPoint pretas com letras amarelas.</p> <p class="MsoNormal">Tem sido interessante esta volta ao passado. Obviamente que se nota logo uma clara falta das praxes na unificação de toda a turma, já que como não fomos obrigados a andar de olhos no chão enquanto nos cospem espuma de barbear dos chineses e nos chamam nomes feios, estamos meio afastados uns dos outros, e parece até que não temos muito que falar.</p> <p class="MsoNormal">Há toda uma ausência de algo que nos unifique, e as diferenças acentuam-se quando se descobre que existem seres quase humanos nascidos nos anos 90 a frequentar o mesmo mestrado.</p> <p class="MsoNormal">É assustador. Mas estou lá.</p> <p class="MsoNormal">Sinto falta das filinhas pirilau e de todas as osgas da vida para não ter vergonha de olhar ao colega do lado, já que o mesmo, por mais malas Gucci que use, andou a rebolar na lama tal como eu.</p> <p class="MsoNormal">Mas isso já passou. Agora somos adultos. Alguns nascidos nos anos em que eu, serelepe, dançava e cantava ao som das grandes Spice… mas a vida é mesmo assim… e por muito que me sinta idosa e incompreendida, é com esta geração “Bieberizada” que eu vou trabalhar, ou…. ou… é a esta geração a quem vou dar três pares de estalos por me roubarem emprego, com todos os seus currículos gordurosos das bolonhesas.</p> <p class="MsoNormal">E com isto, de todas as aulas intensivas, fica-me o seguinte:</p> <p class="MsoNormal">Professor (não interessa o contexto) – Por exemplo, consigo saber a cor dos mamilos da menina só observando os seus olhos.</p> <p class="MsoNormal">Eu (acordando de repente, ouvindo a palavra mamilo) – É pá, professor…. Não faça isso…</p> <p class="MsoNormal">…</p> <p class="MsoNormal">Não consigo deixar de me sentir um tanto ou quanto violada.</p> <p class="MsoNormal">No sentido mau da coisa, claro. </p>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-56561069210668409082011-10-23T18:17:00.000+01:002011-10-23T18:18:54.281+01:00mais coisas das profundezas<p class="MsoNormal">Ora bem, cá vem um daqueles textos que em nada vem concretizar o prometido, mas que, tal como sempre, me vem de dentro da alma, com a certeza certezinha. Penso, e conclui agora neste pequeno momento de reflexão, que a minha criatividade é directamente proporcional aos fluidos sanguíneos que me saem do ventre. </p> <p class="MsoNormal">Isto faz sentido?</p> <p class="MsoNormal">Provavelmente não.</p> <p class="MsoNormal">Mas como me estou a esvair em sangue, bem e bonito, apetece-me escrever coisas giras e pouco interessantes, sem sentido absolutamente nenhum, mas com um escárnio que me sai tão naturalmente, como promissores gazes silenciosos.</p> <p class="MsoNormal">Estou aqui, perdida no Algarve profundo a pensar.</p> <p class="MsoNormal">É verdade… </p> <p class="MsoNormal">Não estou perdida no Alentejo profundo… estas profundezas são diferentes. </p> <p class="MsoNormal">Estou no ponto de terra lá mais para dentro do mar, rodeada de homens a cheirar a suor, águias e bacalhau espiritual.</p> <p class="MsoNormal">Estou com a Chica, e apesar de não ter vontade de os matar a todos como algumas pessoas com um conjunto de argumentos favoráveis à matança masculina no momento do castigo feminino, tenho a certa tendência para me questionar sobre a essência desta raça.</p> <p class="MsoNormal">E apercebi-me disto: As mulheres estragaram os homens. Não só estragaram, como os emburreceram.</p> <p class="MsoNormal">Podem dizer o que quiserem, podem dizer que eles sempre mandaram, que eram os chefes e senhores, que faziam e aconteciam… mas os homens não são mais do que o reflexo da mãezinha deles.</p> <p class="MsoNormal">E todos esses grandes pequenos homens da história, que acharam que faziam e aconteciam, ajoelhavam sem pensar quando queriam leitinho ou outras coisas demais. Havia, com toda a certeza, uma grande ou pequena mulher que tinha aquele grande e sempre pequeno homem na mão e fazia dele o que quisesse, sem sequer que ele desconfiasse.</p> <p class="MsoNormal">As mulheres quando são mães, tratam de cuidar dos filhos como homenzinhos que são, e por tal estes não aprendem a fazer nada que não implique materiais que se encontrem no AKI, ou que envolva tocar em produtos pouco tóxicos e com odores agradáveis. Quando são crescidos, esses pequenos homens tendem a casar com alguma mulher que lhes escolhe a roupa que vestir, que lhes trata dessa devida roupa, que lhes põe a mesa e o prato à frente da boca, e que lhes traz ao sofá a cerveja que este só pediu no seu interior mais íntimo.</p> <p class="MsoNormal">Depois, estas mulheres educadoras discutem e lamentam que os seus homens não fazem nada, não ajudam em casa, não partilham tarefas. E essas mesmas mulheres, educam os seus filhos pequenos homens da mesma maneira que educam os maridos homens grandes.</p> <p class="MsoNormal">Já assisti muitas vezes a mulheres que dizem sem sarcasmo e sem rodeios, que qualquer tentativa do homem ajudar é mal feita e imprestável. Muitas vezes ouve-se o “Deixa estar que eu faço, que tu não serves para nada”.</p> <p class="MsoNormal">Sim. Estou a defender os homens. Estou a defender a ignorância de quem não foi educado nem re-educado para partilhar tarefas, como tão bem os psicólogos das terapias de casais gostam de utilizar, e não os culpo por desistirem de tentar.</p> <p class="MsoNormal">Obviamente que para tudo há excepções, e aposto que quem me lê conhece/namora/vive/cresceu com algum ser masculino com M grande, e não concorda absolutamente nada com o que aqui debito. Mas calem-se que ninguém vos perguntou nada.</p> <p class="MsoNormal">Eu tenho os melhores exemplos em casa. Os homens da minha família são Seres Humanos, com S grande, e para muito orgulho meu. Seria a última pessoa do planeta a vir falar deste tipo de coisas, porque realmente cresci com o melhor dos exemplos, e podem ter a certeza que o meu filho vai ter que fazer o berço, desde que comece a dormir nele. E engana-se muito bem enganadinho que lhe vou pôr o mamilo na boca… quer comer, ele que escale, que a vidinha não é fácil para ninguém.</p> <p class="MsoNormal">Mas à minha volta, em círculos não familiares, assisto muitas vezes às esposas a mandarem os maridos vestir o casaco, a dizerem para comer que têm fome, a dizerem para se sentarem porque estão cansados e estes parecem, a meu ver, bonecos sem sistema nervoso que não sabem identificar quanto têm frio, quando têm fome ou quando estão cansados. E é triste. É triste principalmente porque se nota uma certa desistência no olhar, e impavidade perante a própria incapacidade de reagir aos cuidados. </p> <p class="MsoNormal">Sim, as mulheres emburreceram os homens porque no fundo gostam de os ter na mão. “Ele sem mim não é nada”, é um mote que faz sorrir por dentro, porque faz sentir que se tem a faca e o queijo na mão. Às vezes há trocas e baldrocas, é verdade, porque há sempre uma outra mãe e mulher para escolher a roupa e fazer o jantar, mas no fundo a merda é sempre a mesma.</p> <p class="MsoNormal">Talvez as mulheres acreditem que ensinar os filhos e maridos a fazer tarefas domésticas os vai fazer fugir e desaparecer por não precisarem mais delas, e é possível que isso fosse acontecer em muitos bons lares. Mas acredito que a longo termo tal contribuiria muito para a solidez dos casais actuais e acima de tudo, para a segurança em como aquela pessoa está connosco porque nos ama por quem somos e não porque lhes passamos a camisa… </p> <p class="MsoNormal">…é que se pensarmos bem… há sempre lavandarias e prontos a comer algures em qualquer esquina.</p>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-71031268840902378692011-10-04T21:09:00.000+01:002011-10-04T21:13:39.295+01:00Cóltura gerale.<p class="MsoNormal">Olá espaço vazio coberto de eco. </p> <p class="MsoNormal">Já cá não vinha arejar as janelas há algum tempo. </p> <p class="MsoNormal">Peço desculpas pelo abandono. Tenho andado ocupada. </p> <p class="MsoNormal">Sinto que os fãs não tenham muito que fazer e que, transtornados, vão passando por aqui sem que haja novidades… é o que dá serem desocupados.</p> <p class="MsoNormal">Eu tenho muito que contar, e esta será uma boa maneira de eu própria colocar em linhas limpas os últimos acontecimentos, e organizar a cabeça e talvez o futuro.</p> <p class="MsoNormal">Mas isso ainda não vai ser hoje. Tenho a toalha enrolada na cabeça tal turbante, e a vontade louca de me deitar e dormir até ao feriado. Talvez noutro dia venha conversar.</p> <p class="MsoNormal">Deixo-vos apenas um daqueles momentos que gostaria de ter partilhado, mas que me garantiu gargalhadas solitárias pelas calçadas de Évora.</p> <p class="MsoNormal">Poderia ter postado isto no facebook. Mas achei que não. Vocês merecem. Este espaço vazio merece. E estas pequenas pérolas merecem ser apreciadas por quem aqui vem com vontade, e não por quem usa as redes sociais para partilhar cada movimento de músculos que faz.</p> <p class="MsoNormal">Então aqui vai. Enjoy:</p> <p class="MsoNormal">Évora. Praça do Giraldo. 2 adolescentes de 16 anos, com cigarros na mão. Agarram folheto da discoteca Praxis a anunciar concerto do Martinho da Vila, com foto do senhor de braços abertos a gritar Samba.</p> <p class="MsoNormal">Adolescente nº1 - FDX men, o Martinho da vila vem à Praxis, FDX!</p> <p class="MsoNormal">Eu - a estranhar o facto do adolescente saber quem era o grande Martinho da Vila.</p> <p class="MsoNormal">Adolescente nº1 - Sabes quem é, men?</p> <p class="MsoNormal">Adolescente nº2 - Népia pá, não estou a ver.</p> <p class="MsoNormal">Adolescente nº1 – FDX é um ganda DJ, men! Tipo, dos melhores de Portugal!!</p> <p class="MsoNormal">….. gargalhada… a rebolar no chão de tanto gargalhar…</p>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-4598503046982039452011-07-09T13:28:00.000+01:002011-07-09T13:34:15.178+01:00Mazelas laborais<p class="MsoNormal">Podia começar esta pequena dissertação por dizer que tenho o dedo indicador enfaixado porque a lâmina da picadora estava algures no meio do lava-loiça e veio, sem aviso prévio, fazer-me sangrar com muita força.</p> <p class="MsoNormal">Na verdade não foi nada de grave, e apesar de estar a fazer pensos porque a coisa ficou esverdeada e muito infectada, achei que já não fazia sentido começar o que quer que seja sem falar de mazelas que a vida me traga, afinal começa a ser frequente…</p> <p class="MsoNormal">No entanto, uma amiga contrariou-me quando lhe disse que era a pessoa mais azarada do mundo, dizendo ela que eu era a mais sortuda, afinal andei a capotar pela estrada fora, levei com um sobreiro em cima, e ando a enfiar o dedo em lâminas afiadas… e sobrevivi a tudo isso com muita saúde, graças ao senhor.</p> <p class="MsoNormal">Vou então esquecer as dores físicas e vamos conversar sobre os três empregos que possuo actualmente, que acaba por ser mais doloroso que tudo o resto.</p> <p class="MsoNormal">Todos sabem que sou uma pessoa contratada e com trabalho certo, no entanto quando falamos do ordenado a coisa já não é tão certa assim. Como a crise é a palavra da moda, acho que a podemos empregar no sentido em que, por causa dessa senhora prostituta, não tenho recebido o tão aguardado pagamento há já coisa de 3 meses. Como a perspectiva da situação é não melhorar até começar as primeiras chuvas, tive que me desenrascar para pagar as contas.</p> <p class="MsoNormal">Assim sendo, telefonei e contactei toda e qualquer pessoa que me pudesse arranjar trabalhitos minimamente pagos, e voltei a estruturar o currículo com várias vertentes: hotelaria, sem licenciatura para lojas e afins, bióloga para trabalhos da área, e até tentei enviar alguns de massagista de dançarina exótica, mas até ver não fui chamada.</p> <p class="MsoNormal">Através de amigos de amigos de primos de conhecidos de tios de estranhos, entrei em contacto com um senhor que abriu agora um negócio de passeios de barcos pelo Alqueva. Fui então conversar com o dito cujo no sentido de me disponibilizar para fazer passeios pelo rio e falar da natureza e de coisas bonitas. Como a empresa ainda é nova, não sabemos se a coisa terá futuro, no entanto estou a fazer os conteúdos e vou iniciar os passeios. Não é nada certo, nem milionário, mas é alguma coisa.</p> <p class="MsoNormal">Entretanto, comecei também num part-time num ATL de verão, e basicamente passo as tardes com duas meninas que querem ser princesas e casar com cavaleiros, enquanto ganho uns fantásticos 3€ por hora. Apesar de ser a coisa mais mal paga do mundo, não é um trabalho pesado é certo, mas implica muita responsabilidade, imaginação, dedicação e claro, muita capacidade de bater sem deixar marca…</p> <p class="MsoNormal">E pronto, basicamente as horas do meu dia duplicaram-se para conseguir passar 5 horas com as princesas cor-de-rosinhas e fofinhas que gostam de póneizinhos, trabalhar naquele emprego cujo contracto tenho assinado mas não recebo ordenado e claro, escrever e desenvolver conteúdos enquanto faço visitas pelo Guadiana ao fim-de-semana.</p> <p class="MsoNormal">Tenho tempo para tudo? </p> <p class="MsoNormal">Não… mas também ninguém disse que tinha que dormir… essas mariquices deviam ser proibidas. Da mariquice de ter refeições já me livrei, para poupar dinheiro, dormir deve ir à vida quando conseguir arranjar trabalho a dançar exoticamente enquanto faço massagens… façam figas!</p>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-32515210347821716952011-07-01T14:34:00.001+01:002011-07-01T14:35:56.296+01:00Regalias, Mordomias e cuecas lavadas.<div>Alguém é capaz de encontrar um argumento credível para o facto de ser requerido uma boa aparência a operadoras de telemarketing?</div><div> <p class="MsoNormal">É que realmente não consigo entender. Não é que eu não tenha boa aparência, às vezes é tão boa que até enjoa, mas não tenho vontade nenhuma de responder a anúncios onde seja exigida uma aparência cuidada para endrominar pessoas pelo telefone. </p> <p class="MsoNormal">Mas porquê andas tua a ver essas coisas de emprego, perguntam vocês, a querer saber demasiado sobre a minha vida.</p> <p class="MsoNormal">Porque a coisa está difícil, respondo-vos eu, sem querer alargar-me muito.</p> <p class="MsoNormal">Na realidade continuo com o meu emprego, porém a remuneração mensal ao fim do mês é que está complicada de chegar. Ao que parece ter dinheiro para pagar a casa, as contas e vá lá, talvez comer, é uma regalia que só porque trabalhamos não quer dizer que tenhamos direito.</p> <p class="MsoNormal">Eu a bem da verdade até concordo. Aposto que o banco tem grande interesse em que eu não pague a casa, com certeza que será muito mais eco-in-ri-fixe voltar a usar candeeiros a petróleo (se bem que o petróleo está caro), e comer é só uma desculpa para não emagrecer.</p> <p class="MsoNormal">A coisa está mais o menos neste prisma. Coisas boas: Já perdi uns quase 16 Kg, estou-me a aproximar do número que pretendia, e parece-me que quando lá chegar ainda vai haver pegas do amor para desaparecer. Infelizmente vou fazer uma pausa forçada na nutricionista e no ginásio, e tentar manter/perder o que me falta sozinha, mas a crise assim o obriga. </p> <p class="MsoNormal">O bom desta história é que com o que tenho no banco, não é tão cedo que como um bife.</p> <p class="MsoNormal">E prontos, andamos nisso. A ver de trabalhos temporários até a minha associação ter dinheiro para nos pagar, e estou por tudo… a não ser que me peçam boa aparência, que se tiver que ir por aí vou vender-me na esquina que aí sim, faz sentido ter uma aparência cuidada e a cueca lavada, e com certeza que ganho mais do que a dizer “Ok teleseguros, em que posso ajudar?”. </p></div>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-72928550966644548832011-06-07T21:48:00.001+01:002011-06-07T21:48:47.565+01:00Enxurradas de verão<p class="MsoNormal">Lembram-se da história do mau olhada e cruzes canhoto e coisas afins?? Lembram-se de supostamente ter tudo acabado e eu ia começar a ser feliz para todo o sempre e mais além? … Bem, desta parte não se devem lembrar pois foi coisa que só passou pela minha cabeça, pronto, estão perdoados….</p> <p class="MsoNormal">Mas nãããããããããããããã…..</p> <p class="MsoNormal">Está tudo muito errado….</p> <p class="MsoNormal">Afinal o bicho cornudo ainda anda debaixo dos meus lençóis, e a coisa continua a não correr bem.</p> <p class="MsoNormal">Ontem cheguei a casa limpa, asseada e mais magra depois de uma longa jornada no ginásio, quando me deparo com 40 polícias, 23 bombeiros, 1 canalizador da câmara do tamanho de 3, e alguns mirones que gostam de drama. Isto tudo nas escadas da minha casa.</p> <p class="MsoNormal">Chegámos no momento exacto em que os 23 bombeiros faziam pontaria com o ombro à minha bela e verde porta, e no meio daquela confusão o que nos ocorreu é que o cão poderia ter-se jogado da janela, na esperança de voar, mas que a coisa não tinha corrido bem.</p> <p class="MsoNormal">Depois de um discurso complicado entre várias pessoas, em que o consenso geral era que estivéssemos as duas mortas na banheira que não temos, enquanto a água corria e inundava todo o prédio… depois de verificar as 500 chamadas telefónicas do meu irmão em pânico no outro lado da linha, pois foi contactado pela vizinha em como eu deveria estar morta no chão da casa-de-banho, dos meus chefes e colegas de trabalho, das pessoas do ginásio, e penso que da cidade toda no geral… Lá nos disseram que a casa de baixo da nossa estava toda alagada, que a água vinha de cima, e que devíamos ter deixado uma torneira aberta ou um cano roto, e que estava tudo destruído… M E D O….</p> <p class="MsoNormal">Lá subimos as escadas, com os 23 bombeiros, a apalpar terreno com os pés não vá termos água pelo joelho e fossemos dar com o cachorro a boiar pela sala afora, quando nos deparamos com uma coisa extraordinária…. A casa estava exactamente como a deixámos, tirando o cão que achou que nos deveria presentear com o ecoponto pelo chão da cozinha… de resto, tudo na mesma… exactamente tudo como deixámos….</p> <p class="MsoNormal">Os bombeiros lá espionaram, lá verificaram e realmente estava tudo seco. Não havia hipótese de torneira aberta. No entanto, aquilo que nos disseram, é que o contador estava a fazer barulho e que água parou de correr no momento em que o senhor que vale por três fechou a torneira de segurança da câmara. </p> <p class="MsoNormal">O que poderia ter acontecido era um cano roto… mesmo assim era estranho o contador fazer barulho…</p> <p class="MsoNormal">Hoje, já cá veio um canalizador verificar a situação, que isto é necessário apurar responsabilidades e afins…</p> <p class="MsoNormal">Estava eu preocupada com o arranjo de 500€ do carro, com o ordenado do mês de Maio que ainda não veio e que não deve vir tão cedo, com as contas e comida para pagar…. Quando a vida me prova que há coisas piores, como canos rotos que implicam obras de empreiteiros, e contas de vários dígitos….</p> <p class="MsoNormal">Depois da visita do senhor Júlio, que nos descansou que não havia canos nenhuns rotos, ficámos mais descansadas... </p> <p class="MsoNormal">Falta então descobrir donde veio aquela água toda…. Segundo testemunhos era uma enxurrada de água pelo telhado da vizinha, que entrou na casa e inundou tudo, e que supostamente viria da nossa casa (a arquitectura das casas históricas de Évora é demasiado complexa para tentar explicar).</p> <p class="MsoNormal">O senhor lá andou a inspeccionar tudo e viu que não havia maneira de vir da nossa casa, porque não havia canos rotos e estava tudo seco, logo não poderia ter havido nenhuma torneira aberta.</p> <p class="MsoNormal">Descobriu-se então que o algeroz que dá para o telhado da vizinha estava com um telha a atravancar (nada nosso), e que a água das chuvas do fim-de-semana tinham ficado ali retidas e entraram na cobertura da casa da vizinha, e com o tempo foram acumulando e demoraram 24h a descer até ao escritório.</p> <p class="MsoNormal">Isto tudo pareceu-nos uma explicação muito lógica e a fazer bastante sentido. </p> <p class="MsoNormal">Mas o vizinho de baixo diz que não. </p> <p class="MsoNormal">Que o algeroz não fazia aquela enxurrada. Que o que faz sentido é que os canos da minha casa tenham subido até ao telhado dele e largado água, duma torneira que não molhou o chão mas milagrosamente molhou o telhado, e cujo argumento de que o contador estava a funcionar e a água parou de correr quando fecharam o contador é algo que ele não deixa passar.</p> <p class="MsoNormal">Como o vizinho não me consegue explicar como é que não havendo furos nos canos, e não havendo água no chão de casa nem nada molhado, aquela água saiu dos meus canos, eu acho que aquela água toda que estava acumulada no algeroz saiu de rompante e a que se foi acumulando do fim-de-semana foi a que foi descendo até se infiltrar na casa, e que o contador ficou a contar quando saímos de casa possivelmente por causa do autoclismo que ficou a encher (isto tudo demorou apenas uma hora, desde que saímos e voltámos), daí terem ouvido o contador, e que o facto de terem cortado a água e a água ter parado, coincidiu com o fim das águas que estavam acumuladas... </p> <p class="MsoNormal">Parece-vos lógico? Perceberam alguma coisa? Tudo demasiado confuso?....</p> <p class="MsoNormal">Algumas explicações parecem-me um bocado rebuscadas, eu sei, mas dizerem-me que deixamos uma torneira aberta, e quando chegamos a casa está tudo seco e temos um canalizador a dizer que não há canos rotos, ainda me faz menos sentido que a responsabilidade seja nossa…. </p> <p class="MsoNormal">Bem, o vizinho agarra-se ao contador estar a contar e que a água parou quando cortaram a ligação, e não há quem o convença do contrário. Eu ter a casa seca, não ter canos rotos, e ele ter um algeroz entupido que por última das coincidências dá para o telhado donde vinha a enxurrada é coincidência que não lhe dá jeito.</p> <p class="MsoNormal">Segundo o canalizador, o senhor anda a querer quem lhe pague as obras, e é coisa que já aconteceu neste prédio antes. A companhia de seguros do rés-do-chão, por alguma razão que eu desconheço, culpou este andar, o 2º, por uma inundação nos escritórios, quando existe um apartamento no meio que ficou bem…. Por razões que eu desconheço ainda mais, os antigos proprietários pagaram essa indemnização e acho que agora andam a tentar o mesmo comigo….</p> <p class="MsoNormal">Mas comigo não fazem farinha. Esta história tem muitas coisas que não fazem sentido, e eu tenho um relatório dum canalizador que diz exactamente que a minha casa não é minimamente responsável pelo que aconteceu no andar de baixo.</p> <p class="MsoNormal">Acho que o vizinho vai fazer queixa. </p> <p class="MsoNormal">Eu digo muito sinceramente… </p> <p class="MsoNormal">….que se foda o vizinho e a puta do mau olhado….</p>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-33148749132771109112011-05-12T16:56:00.000+01:002011-05-13T21:29:01.306+01:00The one with the broken head....<!--StartFragment--> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%">Pois é. Parti a cabeça.<o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Passei eu uma infância/adolescência/adultíce, a subir às árvores, a esfolar-me no asfalto, a partir a cabeça dos outros... e a minha sempre se manteve intacta e inalterada perante as pedras dos outros.... foi preciso entrar no mundo laboral para saber o que custa abrir o crânio com muita força.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Depois do tal acidente da semana anterior, e confiante que estava pronta e fina para o trabalho, resolvo voltar em plena época de trabalho de campo. Três dias intensivos de montagem de ninhos para os abutres, coitadinhos dos passarocos que não têm onde dormir, e por isso lá andamos nós com barras de ferro de 9 metros pelo matagal cerrado adentro só naquela de procurar a melhor árvore no meio de milhões para que os senhores abutres possam vir viver para os nossos belos e amarelos habitats....</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Seguidamente são 6 horas para preparar, montar, decorar e finalizar todo o condomínio privado que criámos e montámos para os nossos amigos comedores de bichos mortos. Até aí tudo bem, é para isso que me pagam, e andar dias infinitos ao sol a ser comida viva por elefantes voadores, a comer barritas de cereais, e a carregar fardos de troncos pesados é talvez uma das coisas mais divertidas que se podem fazer num dia de calor.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Pensava eu. Mas estava enganada. O mais divertido é fazer isso tudo e depois levar com um desses troncos que são elevados para o cimo de árvore para o senhor abutre assentar o cagueiro, bem em cheio na tola.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Existe uma catrefada de gente debaixo da árvore a preparar os troncos para ascenderem ao futuro T2 que se está a construir, e é mesmo na minha cabeça que bendito tronco se vai alojar.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Será isto azar? Vontade divina? Boa pontaria? ....</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Como já tinha acontecido algumas vezes, escuta-se a palavra “cuidado” quando um dos milhares de troncos que fazem a subida cai a pique, e normalmente levanto o braço de modo a proteger a cabeça e a cara, mas a verdade é que a cabeça é bem maior do que o que o braço protege, e não foi preciso muito para levar com ele em cheio no meio da massa encefálica.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Só senti uma dor aguda pelo cérebro adentro, e quando pus a mãe no sitio afectado senti que havia alguma coisa que não estava bem, pois além de começar a sentir algo viscoso a escorrer-me pelo pescoço abaixo, havia uma falha tectónica que não deveria existir.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>O único médico presente no meio daquela herdade de umas quantas dezenas de hectares era um veterinário, perfeito para me tratar portanto. Veio a correr na minha direção e quando olhou o estrago só disse: “Niña, nos temos que ir ahora”. Eu, que estava pálida, fiquei amarela e disse “Partiu-se?”. Ele para me animar disse que seriam só uns 3 ou 4 pontos, nada de grave, mas que tinha que sair do meio do mato naquele preciso momento se não podia apanhar uma infecção gangrenaria e ter que amputar a cabeça, o que não era coisa boa com certeza.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Um ou dois voluntários vomitaram-se quando viram o sangue que me escorria pela cara abaixo, e o meu chefe (pessoa que estava em cima da árvore a recepcionar os troncos e a fazer pontaria à minha cabeça), estava pálido e imóvel quanto se apercebeu que tinha falhado redondamente a tarefa de me assassinar.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Depois lá fiz alguns quilómetros pelo mato cerrado em direção à carrinha com uma camisola alheia a estancar o sangue, depois fizemos a meia hora de caminho acidentado dentro da herdade até chegar à estrada, e ainda tive 3 taquicardias durante o percurso de carro devido às ultrapassagens que o meu colega fazia nas curvas com traço contínuo e desfiladeiros nos dois lados, até chegar a Barrancos, a civilização mais próxima.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Chegados a Barrancos lá nos disseram que o posto de saúde só estava aberto a certos dias da semana, e por isso as pessoas já sabiam quando podiam ou não ficar doentes, e que naquele dia havia apenas a senhora da recepção que por muito boa que fosse a fazer bainhas, não tinha agulhas que furassem o couro cabeludo.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Fomos então por mais uns 10 Km até Espanha, a civilização mais próxima, onde fui muito bem recebida por um enfermeiro que resolveu experimentar os agrafos novos que tinham chegado na minha cabeça, perguntando sempre à colega do lado se era assim que se fazia, e prometendo-me sempre que o próximo não doía. Depois de agrafada a cabeça 6 vezes, fui ao médico que me fez perguntas pessoais para testar a minha cabeça pela parte de dentro, se bem que como não entendia nada do que eu dizia, não poderia saber se as respostas estariam ou não certas, mas calculou que eu estava com ar convincente de quem sabia o nome completo, a data de nascimento, morada e número das cuecas.</o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%"><o:p>Depois de responder se me tinha caído um pau na cabeça ou me tinham atirado um pau à cabeça, pergunta que me deixou hesitante pois não sei ao certo até que ponto todos estes meus “acidentes” têm sido uma grande coincidência, lá voltei eu satisfeitíssima com o serviço espanhol de saúde, em que me deram analgésicos de graça, não paguei absolutamente nada por ter sido agrafada e consultada e ainda fui atendida no segundo em que cheguei. </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%">Em Portugal teria estado numa cadeira com uma pulseira cor de rosa, até não ter mais um pingo de sangue para perder, quando me chamariam para preencher a ficha de registo e aguardar um bocadinho mais para que todos aqueles com tosse de cão fossem atendidos.</p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%">Posteriormente, quando fui tirar os agrafos, a enfermeira ficou também pálida e amarela quando viu o estado em que a coisa estava, o senhor apesar de ter andado a cortar o cabelo, agrafou por cima de umas quantas madeixas não deixando sequer ver o estado em que a ferida estava, e levou-me a ajoelhar a todos os médicos que existiam no centro para que alguém lhe confirmasse que aquilo estava muito mal feito e não era assim que se fazia a coisa, porém ninguém lhe deu razão e disseram que os cabelos até eram bons para cicatrizar melhor a ferida. Ela terminou com “laia dos médicos, defendem-se todos uns aos outros...”, e lá me foi tirar os ditos agrafos.</p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%">E foi assim que deixei o meu ADN no ninho do abutre, o que poderá servir para atrair algum casal para aquele apartamento, já que dizem que tenho o sangue doce.</p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%">Nesse dia a senhora das limpezas do meu trabalho tirou-me o mau olhado, poi ou ando mesmo cheia de olhares malignos, ou alguém quer que eu experiencie uma morte dolorosa muito rapidamente.</p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%">Fui então de férias uns dias depois. Correu alguma coisa mal, perguntam vocês?</p> <p class="MsoNormal" style="line-height:150%">Isso já fica para outra história.<o:p></o:p></p> <!--EndFragment-->Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-61509121069080176512011-05-10T18:29:00.003+01:002011-05-10T18:33:00.270+01:00Estrangeiros e defenderes<div>Não comecem já a reclamar por esta minha ausência prolongada, pois o facto de ainda ter mãozinhas para escrever é um mérito que ninguém me tira, nem que puxem com muita força!</div><div> <p class="MsoNormal">Das 7 vidas que eu tinha já só me restam 5, e consegui esta proeza em apenas duas semanas. Formidável não é? </p> <p class="MsoNormal">É o chamado mau-olhado… ou a puta da inveja, como preferirem.</p> <p class="MsoNormal">Apesar da minha vida ter estado inumanamente fugaz nestes últimos meses, houve alguns episódios na minha existência recente que por pouco não puseram este blog inactivo para todo o sempre.</p> <p class="MsoNormal">O primeiro de todos, e quiçá o mais importante, é o facto de ter tido o chamado acidente de viação que quase me levou desta para muito pior. </p> <p class="MsoNormal">Para aqueles cuja vida roda em torno da minha pessoa, tenham calma e não fiquem já de lágrima no olho, que estou pelo menos com as articulações finas para continuar a escrever coisa da boa (ohhhhh – dizem vocês em tom de lamento). </p> <p class="MsoNormal">Apesar de não ter sido considerada sequer ferida ligeira, a coisa foi grave e foi todo um conjunto de factores e amuletos que me permitiram voltar a casa apenas com as chamadas escoriações ligeiras.</p> <p class="MsoNormal">Mas passo a explicar o sucedido:</p> <p class="MsoNormal">Ia eu no grande Defender utilizado no âmbito laboral da minha pessoa, quando retorno a casa de mais um grupo de crianças fofas e queridas (quando caladas), numa estrada em linha recta, sem traço contínuo, margens grandes…. portanto nada que supusesse que poderia acontecer algo de drástico ou perigoso.</p> <p class="MsoNormal">Na minha frente segue a chamada furgoneta estrangeira, com um casal de senhores que deveria ter parado de conduzir assim que deixou de dizer lápis, para dizer lápes.</p> <p class="MsoNormal">Eu já tinha visto o senhor fazer algumas guinadas estranhas como quem procura uma qualquer entrada no meio do mato para ir explorar a coisa ou um local tranquilo e escondido para fazer o amor. Não querendo eu atrapalhar a coisa, muito menos assistir ao sexo octogenário, resolvi ultrapassar o senhor para seguir a minha vidinha e ir em frente que é o caminho.</p> <p class="MsoNormal">Ora no momento da dita ultrapassagem, o senhor deve ter visto um bom arbusto e guinou na minha direcção enquanto eu estava ao seu lado. O meu instinto foi guinar na direcção contrária de modo a evitar o embate, e foi o que fiz, e que não teria sido nada de mais se não tivesse eu nas mãos o camião tir dos jipes.</p> <p class="MsoNormal">Ora o carro, como qualquer jipe, é grande e instável e muito fácil de capotar. Foi o que aconteceu… Perdi-lhe o controlo quando guinei para me desviar dos rufias idosos, e ao tentar controlar o carro acabei por capotar, tendo o carro se virado num lado da estrada e indo a derrapar até à outra via.</p> <p class="MsoNormal">E agora até parece que estou a descrever o sinistro à companhia de seguros, mas a verdade é que não há outra maneira de o fazer.</p> <p class="MsoNormal">O carro, enquanto deslizava pelo alcatrão, com a minha cara colada ao asfalto a ouvir a chaparia toda a partir e os vidros a caírem-me em cima, só parou com as rodas espetadas num sobreiro que me salvou a vida, pois se não estivesse ali naquela altura e naquele momento (poderia ter ido dar uma volta, claro), o jipe tinha continuado o capotanço pela ribanceira abaixo e aí sim, não haveria mais espaço belo e amarelo para ninguém.</p> <p class="MsoNormal">Depois do carro parado (ao contrário, mas parado) e de acabado o ruído, desliguei o motor e fiquei à espera de acordar do pesadelo.</p> <p class="MsoNormal">Vi um senhor aproximar-se enquanto chamava a ambulância e a senhora do casal octogenário veio-me agarrar na mão e falar qualquer coisa numa língua estrangeira que não entendi. Quando percebeu que eu estaria viva foi embora à sua vidinha que com certeza, teriam mais que fazer.</p> <p class="MsoNormal">Entretanto foram chegando mais pessoas que me ajudaram a sair do carro, nem sei bem por onde, que recolheram as minhas coisas espalhadas pela estrada, e os restos que sobraram do meu telemóvel, e quando chegaram os bombeiros foi uma viagem longa até ouvir a voz da minha relíquia quando descia a pique da ambulância.</p> <p class="MsoNormal">Ela tinha um pior estado do que eu, e só descansou quando me viu o dedo grande esticado em sinal positivo, já que o resto do corpo estava entalado no meio de ataduras e coleiras cervicais.</p> <p class="MsoNormal">A moral da história é que eu fiquei bem e os estrangeiros não prestam. Uns cortes e arranhadelas, umas dores nas costas durante uns dias e uma história para contar. Mas o pior disto tudo não foi as pessoas que causaram o acidente terem ido à vidinha deles sem sequer pensarem duas vezes. O pior de tudo nem foi o Defender ter me defendido a vida e perdido quase a dele à conta disso já que ficou todo partidinho. </p> <p class="MsoNormal">O pior, o pior, mesmo o pior de tudo…. Era eu querer mijar e ninguém me deixar.</p> <p class="MsoNormal">Eu já estava apertadinha enquanto conduzia. Aconteceu o acidente, entrevaram-me numa maca, e nem uma porcaria duma arrastadeira eu podia utilizar porque não podia mexer as costas. </p> <p class="MsoNormal">Até ser atendida num hospital público com pulseira verde, até fazer raios-x a todos os ossos existentes do corpo humano e mais alguns, até esses exames serem vistos e confirmados, até eu gritar pelo hospital inteiro que queria mijar (enquanto me mandavam fazer nas calças)…. Até eu desesperar passou muito tempo e sofrimento… mas por fim lá me disseram que não tinha lesões, e eu fiquei por poder mijar….</p> <p class="MsoNormal">Na semana seguinte parti a cabeça. Mas esta fica para depois….</p></div>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-18613167909973473282011-02-08T19:15:00.001+00:002011-02-08T19:17:12.607+00:00<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; color: rgb(204, 204, 204); line-height: 20px; "><b>O que acontecerá ao nosso amor quando o declararmos à luz? O que lhe acontecerá quando sair da penumbra acolhedora dos nossos braços? ...alguém.</b></span></div>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-20444197019544521702011-02-01T18:59:00.001+00:002011-02-01T19:07:02.354+00:00Sandes de xóriço<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; ">Alguns de vocês perguntam-se pela minha ausência. Talvez a maioria de vocês não queria saber. Talvez o mundo não seja redondo...não sei....</span></div><div> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Independentemente da vossa filosofia de vida, não temam fiéis salgadinhos, podem finalmente rejubilar-se com as minhas doces e sincera palavras e preencher as vossas vazias vidas com as peripécias que para aqui debito... <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Este mês de janeiro foi agressivo tanto a nível físico como a nível de esclerose cerebral. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Tenho estado com uma sobrecarga de trabalho gigante, e aturar aos 50 miúdos por dia dá cabo da cabeça de qualquer pessoa normal, imaginem da minha... Nos temos tempos livres tenho trabalhado na organização de um espetáculo de teatro, coisa da minha área como imaginam, e quando o meu trabalho depende de muita gente que não só eu, dá-me forte nos nervos não ter controlo no pouco trabalho dos outros, na mentalidade dos filhos da mãe dos artistas, e não ter autoridade policial suficiente para dar uma vardascada com força nuns quantos quando necessário.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Além de todo este mês laboral doloroso, tenho continuado sem me queixar muito a minha longa e salobra dieta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Tudo muito certinho, enfardando ampolas e coisas naturalmente mal saborosas, e engolindo uma ou outra cápsula de rúculas da Suécia, só naquela de esvaziar o bucho.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Mas tem resultado. A ausência total de alimentos com mais do que 3 calorias, o enfardamento de substâncias naturais em frascos de vidro, e a frequência assídua do ginásio local, levou ao desaparecimento, espero eu para todo o sempre e mais infinito, de 6 longos e pesados quilos da minha muy nobre e especial constituição física. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Baixei um nível na tabela do índice de massa langanhosa, e posso dizer que, por um milionésimo de grama, sou uma pessoa legalmente com excesso de peso. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">E isto é bom, perguntam vocês? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">É óptimo minhas bombocas de vanilla. Saibam que até à coisa de um mês cheguei a uns assustadores 85 Kg, estando por isso no patamar da obesidade tipo I... M E D O.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Quando isto me foi dito, chorei muito, e inevitavelmente suei a pique... comecei a não conseguir ver a ponta dos meus pés, comecei a sentir os botões a cederem, comecei a achar que não havia nada melhor do que frango frito, e fique extramente cansada só de ter que respirar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Acreditem que não estou a brincar. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Apesar de me olhar ao espelho e não ver a obesa que os números indicavam, foi assim que me fizeram sentir. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Será que existe o contrário da anemia? A gente olha-se ao espelho e acha-se sempre magro e esbelto mesmo que estejamos a apitar quando recuamos?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">É possível que uma das muitas doenças mentais que me assolam seja esta...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Independentemente do que o meu espelho me dizia, sempre achei que a balança era uma amiga mais fiel, daquela que diz o que dói só porque nos quer muito bem, e não tenta enganar-nos com falsos número e elogios mentiroso, e escutei os torpes números que balançavam à frente dos meus pés.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Resolvi então mudar a minha vida, os meus hábitos e a minha imagem neste novo ano, iniciei a dieta uma semana antes do Natal e até agora já saí do assustador 8 qualquer coisa...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Agora é fazer com que isto dure, é ensinar a bolsa gulosa que nos obrigada a comer coisas e a massa cinzenta que nos faz desejar coisas a serem comedidos e inteligentes, e que o sol também alimenta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Todas as semanas peso-me numa gigante balança digital, e uma senhora loira diz-me a percentagem de peso que já perdi. Sou medida em cada pneu do meu corpo e recebo mais líquidos de beringela para enfiar pela veia adentro. Fico nervosa sempre que subo para a balança meio despida, e tenho sempre medo de decepcionar a minha equipa. Queria mesmo ganhar aquele ano de alimentos grátis para poder recuperar tudo outra vez... <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Mas acreditem que a dieta não me custa. O que mais dói é quando a fome aperta às 10h da manhã e tenho 40 criaturas à minha volta a embuchar sandes de paio, bolicaos de chocolate, coca-colas e batatas de presunto, e na minha mala está um pacotinho de bolachas integrais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Mas eu consigo. Resisto a todos os “Quer professora?” dando um par de bofetadas no primeiro que oferece, culminando desta maneira com todas as tentativas de desencaminhanço que poderiam existir.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Eu sou mais eu. Agora um bocadinho menos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Verdana">Desejem-me sorte e que um raio divino me mate as papilas gustativas do cérebro.<o:p></o:p></span></p> <!--EndFragment--> </div>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-31318843.post-42522348143174269502010-12-24T20:03:00.003+00:002010-12-27T19:53:03.612+00:00Um pacífico Natal... e um atlântico também se quiserem... e vá... um mar negro.... e pode ser também um Balsâmico... Báltâmico.... Báltico....<p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Há duas coisas importantes na minha vida actualmente.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">A primeira, e claramente a mais importante, é a dieta que me propus a fazer. A minha lógica para iniciar a dieta exactamente nesta data comelícia, é acreditar no mote que diz que uma empresa que nasça durante a época de crise e se safe aguenta tudo e qualquer coisa. Assim sendo, achei que o natal era a época apropriada para iniciar uma dieta a sério. Se conseguir fazer dieta enquanto os meus sobrinhos se passeiam à minha frente com bombocas de morango no nariz e vianetta nos bolsos, consigo qualquer coisa.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Assim sendo cá estou eu, no meio de bacalhaus em banho de natas e azeite, frangos recheados de gordura e muitos doces encharcados necessariamente de óleo e açúcar, a tentar contentar-me com vegetais cozidos e frango sem tempero. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">A verdade é que nem está a ser assim tão complicado. Comer muitas vezes, coisas controladas e saudáveis e ajudar com aqueles medicamente naturais que ajudam a coisa a ir melhor, até se faz bem… ver o The biggest loser ajuda a manter os objectivos. Muitos litros de água diariamente e esquecer que doces e salgados existem está a ser mais fácil do que pensei, talvez porque também a vida me está a tirar o apetite.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Estou a conseguir com algumas irregularidades não graves, que se devem sobretudo a acordar ao meio dia durante as férias e por isso faltar as refeições matinais. Mas penso que não será grave…. A nutricionista lá dirá na próxima consulta.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">E quanto passo o meu natal assim, pouco doce e pouco gorduroso. A minha vida também está mais ou menos assim… com pouco tempero e até com um picozinho ao azedo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Apesar de não parecer à primeira vista e até para mim, a minha vinda para casa foi um tanto ou quanto nervosa, ansiosa pela reacção da família à minha pessoa, à presença de um acontecimento que tinha sido apenas por telefone.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">O orgulho que sinto do meu pai e irmãos não poderia ser mais inabalável. Receberam-me e trataram-me como se eu fosse a mesma pessoa que sou, sem tirar nem pôr, sem a doença temível e contagiosa que a minha mãe acha que se apoderou de mim.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Ela, sendo a única que acha ter o direito de reagir face à minha vida e às minhas escolhas como se fossem suas por direito, continua a comportar-se como se eu estivesse muito errada e tivesse cometido um crime impagável.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Não me fala. Não existo na mesma divisória que ela, e penso que se não tivesse tanto nojo de me tocar, até passava por cima de mim só naquela de se armar em autista. Já estou aqui há uma semana e as primeiras palavras que me dirigiu foram hoje: “não falo com bichas” disse… eu ri-me… haverá coisa mais ridícula que esta? Não pude deixar de me imaginar de plumas à volta do pescoço e pestanas cravejadas de diamantes. A verdade é que se eu fosse assim, talvez fosse mais fácil de perceber e aceitar. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Diz que a vergonha é muita e nem consegue falar com as pessoas e sair à rua… a verdade é fala falsamente como se o mundo fosse maravilhoso, e vai em excursões como se nada tivesse acontecido, a vergonha só acontece na minha direcção, porque afinal os outros não sabem… ainda… tenho vontade de cada vez que me perguntem como estou, dizer que estou bem e vivo com uma mulher, só naquela de criar os boatos. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Sei que a intenção é magoar-me, fazer sentir-me envergonhada e arrependida… tão errada que ela está…</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Como é que é possível achar que alguém se pode arrepender de estar tão feliz e ter encontrado a pessoa que quer que esteja ao seu lado para sempre. Envergonhada de quê?... Não creio que as minhas atitudes sejam erradas, não acredito que esteja a cometer nenhum crime, e por isso a única coisa vergonhosa aqui no meio disto tudo é a atitude preconceituosa e maldosa da minha mãe. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Mas eu já sabia que ia ser assim. As mães são cruéis, e a minha é particularmente má quando quer. A minha relíquia diz que se eu fosse eu talvez fizesse a mesma coisa… somos muito parecidas e por isso sempre faiscámos muito… mas também já tivemos tantos momentos bons, e é isso que me deita mais abaixo…</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Lembrar-me das conversas, dos passeios, das pequenas e estúpidas discussões e pensar que talvez não venha a ter nada disso nunca mais…. É pensar que a mãe que eu conhecia morreu e é essa sensação e pensamento que realmente me entristecem.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Já tivemos estes momentos de não nos falarmos, de amuar… realmente não é novidade para ninguém… mas pensar que será sempre assim realmente entristece-me.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Tento acreditar que realmente o tempo cura tudo e isto lhe passa… mas e se não passar?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Se não passar e ela não mudar, não fui eu que perdi a minha mãe… foi ela que perdeu a filha… e só espero que não se aperceba disso demasiado tarde.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">E aqui continuo, a ignorar quem me ignora. A ignorar que existem doces no mundo. A aproveitar a restante família e o meu Puffy que realmente me amam incondicionalmente.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Um santo natal a todos e que 2011 seja realmente o ano das boas mudanças.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: left;margin-bottom: 0.0001pt; ">Façam o favor de ser felizes… eu estou a tentar.</p>Estrelahttp://www.blogger.com/profile/00291521963291320553noreply@blogger.com2