03 dezembro 2008

Movimento Perpétuo Associativo

Gente da minha Terra! Povo que lavas no rio!

Se vieram aqui à espera de boas e garantidas gargalhadas, repletas de muitos “não acredito que ela disse isto”, sempre com o desejo inconsciente de fechar a janela da qual vocês não conseguem despregar os olhos e com o desejo ardente de me dar três pares de estalos até eu dar duas voltas às cuecas sem tocar no elástico….

Vieram ao sítio errado, à hora errada.

Hoje não há nada disso para ninguém! Diz que é do tempo… a inspiração vem com o calor do sol, com o calor humano, com o calor da alma e claro, com muito calor na passareca… como ultimamente o clima por estes lados anda mais frio que um pinguim inglês, o que tenho para dizer não é nem engraçado, nem gargalhado e muito menos interessante.

Venho falar-vos da minha vida.

Sim, sei que muitas vezes dá vontade de rir quando olham para mim, já que toda eu cintilo alegria e boa disposição. Sim… sei que os episódios da minha envolvem sempre cabelos Pantene, strip e “não se preocupe vizinho que eu não lhe vomito no taxi…. E se vomitar pago-lhe a limpeza” entre muitas outras situações que justifiquem ceder a chantagens… mas hoje não… hoje não há “quem vota em votar?” ou “entrámos na saída errada”… hoje não há “vou dormir” enquanto acredito ser boa ideia cair de boca nas escadas dum bar cujo soalho tem vida… hoje simplesmente venho-vos falar da mim…. Eu, agora e aqui!

Estou a coçar a micose acerca de 1 mês e começo a criar graves perturbações, são só dermatológicas, mas também psicológicas devido a este estado letárgico e muito deprimente.

Lutando todos os dias para aproveitar a Happy hour dos downloads viro as noites a ver “O rancho das coelhinhas” na Sic Radical e os segredos do sexo com a Dra. Sue. Acordo ao som da Júlia Pinheiro e isso inevitavelmente estraga-me os dias, muito mais do que qualquer endométrio a desfazer-se (por falar nisso, já vos contei do meu período que não aparecia à coisa de 2 meses e que voltou repentinamente depois de uma larga convivência com uma cadela no cio?... não?... é uma bonita história… mas fica para depois). O restante, não do dia mas da tarde, é passado em envios sistemáticos e quase automáticos de currículos para todo e qualquer endereço electrónico que contenha o símbolo @, enquanto recebo emails diários de quase todos os fóruns de emprego com a frase “Precisa-se acompanhante” de modo muito cativante….

Mas agora chega! Basta! Vou emergir num Movimento perpétuo associativo entre mim e comigo mesma!

Depois da dita reunião sobre o meu futuro-que-até-podia-ser-promissor-mas-não-é ficaram algumas coisas esclarecidas sobre o que vou fazer, quando e porquê. Como acredito que vocês estão muito preocupados comigo, com o meu futuro, com a minha vida e com o jantar de amanhã, resolvi vir esclarecer-vos.

Assim sendo e porque a crise anda aí, não só a nível de homens como também a nível de empregos (se começa a haver crise alimentar engulo um fecho-éclair…), vou focar-me agora e somente no desenvolvimento do meu artigo para posterior publicação (que era o que devia estar a escrever em vez de vir para aqui prostituir-me com palavras).

O objectivo actual da minha vida é o doutoramento que pretendo fazer com gorilas nos Camarões (soa a festa né? Uuuuu) e claro que como uma coisa destas custa uns 7000€ (tive uma descarga cerebral como soube isto) convém conseguir as tão aclamadas bolsas da FCT. Para tal, e como só tenho a média pequenina de 15 (gosto tanto de ti média!!!) preciso de ter alguma publicação para garantir a bolsa. Deste modo, e muito resumidamente, até Março (altura das candidaturas) tenho que ter um (ou 3) artigo em revisão numa revista de elevado nome e impacto!

Como os resultados só se sabem no inicio do próximo ano lectivo, altura em que também são as candidaturas para as pós-graduações e afins, caso não consiga a bolsa pretendo inscrever-me numa pós-graduação que vai abrir em Biologia forense, Primatologia e Antropologia para que possa juntar todas as minhas séries preferidas na minha realidade (ando a ver demasiada televisão).

Até lá, e porque ainda não cago notas de 500, convém arranjar algum trabalhito para poder juntar aforro para a pós-graduação e se calhar para comer também não era mau pensado.

Mais coisa menos coisa, mais série menos série, mais alarvidade menos alarvidade, é nisto que me encontro. A escrever coisas em Alentejanês enquanto anuncio que me vendo facilmente e me divirto a ir às convocatórias do centro de emprego para ir para a Tropa.

E já sabem… se perguntarem por mim… digam que voei!

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