03 julho 2008

Sozinho em casa


Qual foi o filme que eu vi ontem, e que por acaso ainda não tinha visto vezes suficientes para encher as duas mãos e os pés?

Pensem naquele filme que, possivelmente, arranjou uma sociedade com as nossas bolsas lacrimais porque não há alma (penada ou não) que não chore baba, ranho e sangue ao ver a realidade assim tão dura e crua.

Qual será a película que nos faz sentir que estamos a perder as capacidades físicas já que não controlamos nem as emoções nem as excreções que libertamos?

E que filme é esse, perguntam vocês já com as tochas a arder e prontos a fazer churrasco… tenham calmas pessoas a atirar para o impaciente, obviamente que falo da Cidade dos Anjos, que é o sozinho em casa da tristeza.

Estou certa ou estou errada? Bem, muito provavelmente estou errada, mas esta não é a questão crucial aqui, não foi isso que vos perguntei e o assunto não é se eu errei ou não nesta vida, portanto, parem de me interromper e deixem-me continuar… ai, quer lá ver que as formigas já têm catarro (hoje usei esta maravilhosa frase com o meu sobrinho… estou anciã…e nada sábia).

Bem, continuando o divertido raciocínio sobre a tristeza, este é realmente um grande filme.

Um filme que acabando mal, acaba como tinha que acabar. Um filme que nos ensina que a pêra é como areia doce que se desfaz na boca. Já alguma vez tinham pensado numa pêra assim? Já alguma vez tinham parado essas vossas vidas atarefadas e cheias de coisas fúteis e ranhosas para dar o devido valor a uma pêra? Bem me parecia que não…

Todos os conceitos que o senhor Seth nos ensina, na minha opinião, são questões essências para o mundo funcionar. Questões às quais não damos a devida importância e não apreciamos, questões que nos fazem mais feliz sem sabermos.

O valor das coisas que não sendo eternas, duram o tempo suficiente para serem inesquecíveis. As ondas que rebentam a nossos pés. A importância duma noite bem dormida. E claro, o direito de escolha, de que muitas vezes nos esquecemos.

E para mim, das coisas mais importantes e que as pessoas não valorizam…o toque. O que vale um dos sentidos mais importantes que damos por certo? O tacto pode matar e renascer. Através do toque sentimos o mundo e sentimos os toques. Um estalo diz tudo, um abraço não precisa de dizer nada. É o calor doutro corpo que nos faz falta. As nossas células epiteliais anseiam por outras células. O nosso suor pede o sabor salgado de outro suor. A língua, a pressão de outra língua.

Mas chegando a esta altura na narrativa em que me apercebo que se tivesse falado do sozinho em casa tinha tido mais sucesso, vou provar o meu ponto de vista tocando-me no banho.

2 comentários:

  1. nao posso deixar de dizer que vi um bocadinho do filme (desta vez que passou na televisao) e nao vi mais porque sabia que iria chorar baba e ranho... (sangue nunca me aconteceu!).
    E tb devo dizer que já me estavas a deixar excitada na parte final... E neste momento nao me posso ir tocar para o banho!!! LOLOL

    AHAH e quem será a cabra, preversa e devassa capaz de te deixar tal comentário!!?? LOL
    Beijos

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  2. nao posso deixar de dizer que vi um bocadinho do filme (desta vez que passou na televisao) e nao vi mais porque sabia que iria chorar baba e ranho... (sangue nunca me aconteceu!).
    E tb devo dizer que já me estavas a deixar excitada na parte final... E neste momento nao me posso ir tocar para o banho!!! LOLOL

    AHAH e quem será a cabra, preversa e devassa capaz de te deixar tal comentário!!?? LOL
    Beijos

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