15 julho 2008

Eu quero um robot de cozinha


Depois de muito pensar… hum… depois de pensar um bocadinho cheguei à conclusão que já encontrei o homem da minha vida.

Sim, aquele homem que tem as qualidades que vocês apreciam e os defeitos com os quais conseguem viver… sim… roam-se… já o encontrei e não digo onde é está! Lá.. lá.. lá

Está certo que já o perdi, mas sei onde ele mora, assim que não há crise… Se o desespero for muito posso sempre fazer uma visita permanente e usar a força bruta para que o relacionamento funcione, eu sei ser persuasiva!

Mas explico-vos melhor o que é isso do homem da minha vida. Ora é um homem, que resulta que até é da minha vida… não é giro? … ok, não me cuspam mais, eu digo!

Conheci o sujeito no meu maravilhoso Erasmus, era um dos muitos Espanhóis que havia em Itália, poderá dizer-se que havia mais que italianos… não, havia era mais chineses que italianos… era isso.

Era daqueles mocinhos que à primeira vista não desperta muito interesse, mas depois de duas vistorias como quem não quer a coisas até o encontras bastante interessante. Fisicamente era um rapaz jeitoso, vaidoso o suficiente para se vestir bem, gostar de se olhar ao espelho e ir ao ginásio para trabalhar o corpinho, mas também humilde o suficiente para dizer sem problemas aquilo que não gosta nele próprio, e o mais importante, fazer por mudar isso.

Tinha, o que para mim era uma qualidade de topo, sabia dançar como ninguém. E um homem que sabe dançar é um homem que sabe mexer numa mulher. Sabe onde tocar, sabe o que fazer para liderar a dança e fazer uma mulher perder-se no momento, saber encaixar-se e fazê-la não querer desencaixar, e muito resumidamente, saber dançar é saber fazer o amor como ninguém.

É daquelas pessoas que não sendo de extremos é perfeita para tudo. Gosta das suas noites em casa a assistir um filme e dizer mal dos outros enquanto se enfarda quilos de gelado, mas também tem noites em que quer bailar até a noite cair e beber o seu copito de gin para depois falar com o mar… não, essa fui eu!

É trabalhador, característica de bom genro, não tem problemas de arregaçar as mangas e trabalhar no que for preciso para comprar as suas coisas, para poder aproveitar a vida.

Gosta de viajar, conhecer coisas novas e está sempre preparado para uma aventura. Gosta de boa música e de boa comida. Gosta de paisagens bonitas.

É um bom amigo, leal, dedicado e verdadeiro. Já falei com ele de tudo, desde as minhas teorias loucas de conspiração à guerra no Iraque, desde a outra que dormiu com o outro até à problemática da morte… pode-se falar de tudo e o mais importante para mim: discute, argumenta, defende aquilo em que acredita e às vezes diz que não só mesmo para contrariar, só mesmo para me ouvir bater o pé em como não tem razão, e há um certo carinho nisso.

É sentimental e apaixonado, é profundo e sincero e gosta do interior. Conquistou-me quando recusou a Polaca-boa-das-mamas-grandes-mas-que-era-chata-para-caraças, e disse-lhe que não por isso mesmo, porque era chata.

Conquistou-me quando me disse que eu era bonita e além disso estúpida por achar que não. Eu sei que todas vocês já me disseram isso, mas podem ter a certeza que não teve o mesmo efeito.

Conquistou-me quando do nada me agarrou nos pés e começou a fazer uma massagem… sem nojo do chulé nem nada…. Nunca ninguém me tinha agarrado assim em zona tão pessoal…

Sim, ele é perfeito. É o meu homem perfeito. Até os seus defeitos são perfeitos.

Tive pouco tempo para o conhecer, mas o suficiente para saber que não vou conhecer mais ninguém assim.

E nem vale a pena levantarem a voz porque eu não o espetei contra um frigorifico e o fiz soltar o grito do Ipiranga… vocês sabem, ou pelo menos deviam saber o porquê de eu não o fazer, de ser fisicamente impossível tomar a iniciativa.

Mas por ele ser o homem da minha vida, não quer dizer de maneira nenhuma que eu fosse a mulher da vida dele. Até acredito que não seja, com muita pena minha.

Ou é mesmo a minha alma gémea e também tem constrangimentos físicos que o impeçam de dar o passo, ou então realmente não havia esse tipo de interesse.

De qualquer forma, quando penso nisso não tenho nem arrependimento, nem tristeza. Tenho a saudade boa daquilo que valeu muito a pena e foi perfeito por ter sido como foi. Sorrio por ter encontrado o homem da minha vida. Afinal ele sempre existe. Não veio a cavalgar numa égua chamada Bonita, com os cabelos ao vento, mas veio a dançar a salsa num salão de baile, com o jogo de cintura todo.

Mas a vida é assim, raramente ficamos com o homem da nossa vida. Eu possivelmente acabarei com um canalizador de barriga de cerveja e verniz na unha do dedo mindinho, que vá às prostitutas ao domingo, enquanto eu esfrio o umbigo no tanque de lavar roupa.

Claro, que agora há máquinas de lavar roupa e as prostitutas são todos os dias, mas estava a ser romântica. Seja como for, saberei que ele existe e uma vez mais, sei onde ele mora. Assim quando tenha 60 anos e a vida desperdiçada, correrei o máximo que as mamas nos joelhos deixarem e irei em busca do amor duma vida perdido, e pode ser que assim consiga ir à Oprah e ganhar um robot de cozinha, que afinal é o objectivo disto tudo.

4 comentários:

  1. Ohhh!!!
    É o beneco!!!:)
    K lindo!!!

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  2. Tava mesmo a ver quando chegavas à parte do robot...estes títulos enganadores, tst, tst...

    Um mail muito profundo sobre um senhor que merece todo o meu respeito e com um título que não lhe faz jus. Oprah! :)

    Espero que traduzas isto para a linguagem de nuestros hermanos e depois envies ao senhor beneco, ele merecia...senão dá-me o "e-mail address" dele e eu trato do assunto!

    Eu gosto mesmo muito de espanhóis...logo voto sempre a favor deles.

    Kiss
    G

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  3. adorei a imagem das mamas a baterem nos joelhos... acho mm que aos 60 deverás ter desses problemas!!!
    Se sabes onde ele mora podias ir lá fazer me uma visita... =P... apesar de gajo que sabe muito muito bem dançar... é um bocadinho gay nao!? LOL... estou a brincar!! Mas fundamental é que ele te empurre contra o frigorifico!!! :P

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  4. nah... quem já teve aquele menino encaixadinho como eu e a polaca, podemos assegurar que não é nada gay dançar daquela forma, e aliás... o estereotipo de que rapaz que dança bem é maricas só faz com que eles aproveitem ao máximo... ainda hoje o rapazinho do dança comigo deve sonhar com o dia em que jogou a mão à mama a Luciana Abreu.

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