13 maio 2008

Im Not Made Of Stone

Não sei o que escrever, mas apetece-me escrever. Tenho as letras na ponta dos dedos, mas não sabem para onde ir. Não sabem o que criar.

A necessidade é tão física como mental. Torna-se inebriante mover os dedos à velocidade do pensamento e tentar dar forma aos sentimentos. Torna-se um vício criar para tentar que nos conheçam melhor, para tentar conhecer-me melhor.

Sinto o sangue percorrer as veias à velocidade com que a ansiedade me faz escrever cada vez mais depressa, me faz saltar letras, me faz saltar palavras, me faz saltar sentimentos…

São tantos sentimentos, são tão poucas palavras, é tão pouco o espaço.

Aquilo que quero dizer não cabe em quem vai ouvir, aquilo que sinto não é compreendido por quem tem que compreender. Quero me entendam, quero que me conheçam, quero que me leiam…

Não sinto orgulho daquilo que escrevo. Muitas poucas vezes consigo realmente escrever sentimentos… talvez desta vez, talvez não. Muitas poucas vezes o sangue ferve quando acabo de escrever. São raras as vezes em que me canso de escrever como se estivesse falado, quase nunca leio o que escrevo como se o tivesse chorado.

Escrever num blog não tem a magia das folhas de papel. Quando se escreve cartas para ninguém a letra é nossa, as lágrimas que borram a tinta também são nossas, os cadernos têm o nosso toque, a tinta tem a nossa cor, as lágrimas têm o nosso sal…

Gosto de escrever para vos fazer rir e percebo que é isso que gostam de ler. As tentativas que aqui fiz de escrever o que sentia não têm efeito neste blog, não fazem sentido nesta colectânea, não de sentimentos… mas de pensamentos.

Arrependo-me de o ter feito, de o ter tentado. Há cores que não se devem misturar, estas são um exemplo. Aquilo que penso normalmente faz mais sentido e é mais divertido de ler do que aquilo que sinto, e é por isso, por achar que não é justo fazer disto um vidro, para que me vejam, quando o público quer um espelho, para que se reveja, para que se ria.

Voltarei a pôr o que sinto apenas no papel, que é tão frágil e efémero como o que sinto, que é tão grosso e fechado como o meu coração.

Aqui escreverei aquilo que querem ouvir, aquilo que sei que vos fará rir.

2 comentários:

  1. Acontece-me o mesmo quando desenho. Não sei o que vou desenhar, mas apetece-me desenhar. É também uma necessidade física e mental. E é para mim também um vício.

    Ei! Que te saltem as palvaras! Que te saltem os sentimentos! Que tudo te salte muito e cada vez mais alto! Cada vez mais aqui. O espaço é todo teu. As palavras estão todas na tua mão, ao teu dispôr. Usa e abusa de todas as letras do alfabeto.

    “Aquilo que quero dizer não cabe em quem vai ouvir, aquilo que sinto não é compreendido por quem tem que compreender”.
    Eu entendo-te. Quero conhecer mais e tudo. E a verdade, é que adoro ler-te.

    Eu sinto orgulho naquilo que escreves. E muitas vezes já li os teus sentimentos. Escreves com o coração na boca e a alma à flor da pele. Isso é bonito. “O sangue ferve quando acabo de escrever… quase nunca leio o que escrevo como se o tivesse chorado”.

    Também acredito que um blog não tem a magia das folhas de papel. Mas essas folhas de papel… muito certamente eu não as irei ler… e isso não é nada mágico… é chato. “Quando se escreve cartas para ninguém a letra é nossa, as lágrimas que borram a tinta também são nossas, os cadernos têm o nosso toque, a tinta tem a nossa cor, as lágrimas têm o nosso sal…” tanta coisa bonita que escreves…

    Sim, gosto de me rir, quando leio os teus blogs. E digo-te que ultimamente, tenho urgência em me rir. Mas, gosto muito mais de ler os teus sentimentos, o que sentes. O que tu escreves, o que sentias quando escreveste.

    Dizes que não fez efeito neste blog…ora, fez efeito em mim e fazem sentido na colectânea que está na minha cabeça.

    Volta a pôr o que sentes aqui. E no papel também… “que é tão frágil e efémero como o que sinto, que é tão grosso e fechado como o meu coração”. É por estas e por tantas outras, que gostaria que continuasses…

    Para mim, todas as cores se devem misturar. Aquilo que sentes é real. Que importa se é divertido ou não? É teu e único.

    Eu, como leio de forma sedenta a tua escrita, uma escrita Estrelense e sou completamente a favor do Estrelismo digo:
    Eu quero este vidro. Para que te possa ver.

    “TU”

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  2. Tá parva!!!
    Mas tiveste reclamações??? Num me parece, tst tst...
    Kiss
    Gypsy

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