26 abril 2008

Tu

Como consegues ser tão perfeita em todos os teus defeitos?
Tu tens o dom dos pormenores, tens o dom de conhecer quem queres ao detalhe, tens o dom de pôr o melhor de ti em tudo o que fazes.
Fazes-me sentir entendida, compreendida e tão simples... nunca me senti assim!
Nunca me senti tão agradávelmente exposta em todo o meu eu. Nunca antes ninguém recortou tudo o que gosto e colou num envelope. Nunca ninguém me sentiu os sinais como tu fazes, como tu sentes.
Sabes mais de mim do que eu algum dia saberei. Sabes-me de cor.
Escutas o meu silêncio, bebes as minhas palavras e incrivelmente delicias-te com isso.
Eu delicio-me com momentos de Cássia Eller e luz apagada. Momentos em que se caminha pela vida sem saber por que ruas, momentos onde discutimos o tudo e o nada, a morte e a vida, os sins e os nãos.
Tenho em ti muitos bons momentos. Tenho contigo muitos bons momentos.
Tu não desenhas. Tu pinta a vida, a morte, os sentimentos, os cheiros e as cores, apesar de ser a carvão. Pintas o que és, o que já foste e que queres ser. Pintas o que sentes, o que já sentiste e o que não queres sentir. Tu pintas com a facilidade e a necessidade com que respiras. Pintas como eu escrevo.
Obrigado por me fazeres sentir bem com o que sou. Obrigado por estares aqui. Eu nunca saí.

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