06 setembro 2006

27/07/06 19:48h Atenas

Isto para mim é tudo grego... e é só isto que eu posso dizer!
Retrocedendo... Ontem não chegámos a ir ao supermercado porque era muito longe e estava muito calor para ir a pé, então ficámos a dormir um pouco à tarde e à espera do almoço. O almoço foi só servido às 15h e nós cheinhas de fome, fomos à rua comprar pêssegos que era só o que havia, e lá ficámos à espera do almoço que nunca mais saía.
Para nossa surpresa e para variar um bocadinho foi massa. Uma espécie de lacinhos, com tomates pequeninos e natas, mais nada. Lá ficámos nós enjoadas e com fome. A minha mãe foi comprar mais pêssegos para levermos e eu fiquei à espera que a roupa ficasse pronta. Mesmo em cima da hora (18h) ficou pronta e lá vestimos roupa lavadinha e fomos embora com o senhor da pousada, isto depois de lhe pagar, foi mais ou menos 30€, para duas pessoas, com banho, almoço, e roupa lavada e uma hora na net (5h), sim porque para escrever nestes teclados italianos é preciso talento e tempo.
O senhor levou o pessoal todo que estava na pousada para apanhar o barco, iam 13 pessoas numa carrinha de 9 lugares, muito colorida, cheia de flores e a dizer "Carpe Diem", que era o nome do ostello, mas ele não pareceu preocupado, pois segundo ele o record eram 21 pessoas, sabe-se lá como é que ele as enfiou lá!
Bom, já atrasados, chegámos ao porto, despedimo nos do senhor, muito simpático e fomos comprar a reserva do barco, ou os custos de portes, nem eu sei bem o que paguei. Eu não tava a contar com aquela despesa porque pensava que havia multibanco no porto ou no barco, então não tinha € que chegasse, o senhor basicamente respondeu-me que queria era que eu morresse... a sorte foi a Alexa que nos emprestou 10€ e lá conseguimos ir para o barco, a correr que nem umas loucas.
Quando olhamos para o barco, que na verdade era um trasantlântico, uma coisa monstruosa, com 4 andares, escadas rolantes, casino... Era uma coisa muito à frente, tipo titanic, mas não tão ao fundo, se é que me entendem. A gente ficou numa sala tipo cinema, com bancos de autocarro, era a parte pobre do barco, mas o chão era alcatifado o que era muito bom para dormir. Havia ainda uma parte mais que pobre que era no deque, lá em cima, onde o pessoal dormia ao relento e no chão frio do barco, mas era mais barato. Também estivemos lá em cima um bocado, sabe muito bem estar em alto mar a levar com a brisa marinha nas fuças...
A minha mãe passou um bocado mal, pois segundo ela quando foi a Marrocos, ainda antes de eu nascer, o barco atravessou uma tempestade e ela pensou que ia morrer e coisas assim do género, então não aprecia muito este meio de transporte, se bem que eu tentei lhe explicar que tanto lá em baixo no quentinho, como ali no deque se morria se o barco afundasse, acho que não a acalmei muito, mas tentei...
A noite em mar alto é linda, não se consegue diferenciar o céu do mar, e as estrelas mergulham no mar negro fazendo com que estejamos rodeados de um manto escuro e brilhante. Eu já tinha experimentado este tipo de viajem no navio Escola Sagres e gosto muito.
Bom, tal como não tinhamos dinheiro para pagar os custos, também não tínhamos dinheiro para comer, e a única coisa que tínhamos eram pêssegos, sinceramente não percebo, um navio daqueles, com casino, lojas e tudo, e não aceitava visa?? À conta disso foram 17h em alto mar só com pêssegos para comer, o negócio foi dormir o máximo de tempo possivel para esquecer a fome... ê vida de pobre!!
Mas até que passou rápido, eu dormi muito bem no chão alcatifado, a minha mãe domiu no banco. Lá acordava de vez em quando com alguém a ressonar e com as moscas que lá andavam. Por volta das 8h parámos num ilha grega, lindíssima, encostas enormes, verdes, a perder de vista. De facto a costa grega é muito bonita, o mar tem outra cor e os montes outra frescura.
Por volta das 11h chegámos ao porto de Patras, e basicamente aquela cidade é mesmo só o porto, e apesar do lixo todo, o mar realmente tem outra coisa...
Mas de facto ao entrar na grécia, os posters e todo o tipo de informação em grego, faz um bocado de confusão à cabeça. Porque com as outras línguas a gente ainda consegue ler, podemos não saber o que significa, mas conseguimos ler, agora grego... nem sabemos como é que aqueles caracteres são, quando mais como se lêm... sentía-me uma analfaburra a olhar para uma data de símbolos sem saber o que querem dizer.
Bom, fomos com as canadianas até à estação para eu lhes pagar o € que nos tinham emprestado, e depois fomos comprar a reserva para Atenas, que foi de graça.
Eu e a minha mãe fomos almoçar ali ao lado porque estávamos larvadas em fome, e a minha mãe que é uma fofa, ofereceu-lhes o almoço, pois elas também estavam mal de finanças. Depois de almoçar à pressa lá fomos nós nos belos comboios gregos para Atenas, se bem que quando damos por nós estávamos a caminho do aeroporto e tivemos que mudar de comboio e assim só chegámos a Atenas por volta das 17h.
Durante o caminho todo, o meu passatempo foi passar os cartazes que estavam em inglês e em grego, assim escrevia a palavra em inglês e depois em grego, a ver se achava uma combinação possivel, mas aquela merda não faz sentido nenhum... é grego!!
Realmente a população em geral tem razão, Atenas é muito feia. É porca, suja e má!
Fomos levadas por um taxista até a uma pensão, porque a bilheteira que vende bilhetes para Sofia só abria às 8h da manhã, isto tem algum jeito? Estarem as bilheteiras fechadas às 5h da tarde?? Deve ser para obrigar o pessoal a dormir aqui...
Chegámos ao Hostelo Afrodite, o quarto duplo era 47€ e não me despertou interesse nenhum, a minha vontade de ficar em Atenas era muito pouca!
Pagámos 10€ ao taxista por 5min e quando abalou voltámos para a estação e no caminho pudemos constactar o quão feia é esta cidade, acho que não vale mesmo nada a pena. E os gregos não antipatiquíssimos, quando não nos percebem, nem tentam perceber, e falam aquela língua estúpida que parece que estão sempre a gozar comnosco e que estão sempre zangados. Não gostei mesmo nada. Voltámos para a estação e fomoes de metro, com as mochilas às costas, porque não nos deixaram deixar na estação, até à Acrópolis. Chegámos lá por volta da 18:30h, como aquilo fechava às 19h, em meia hora não dava para subir aquele penhasco onde está o monumento e não compensava pagar o bilhete para chegar lé e ver aquilo fechado, assim vimos o que deu lá de baixo, também acredito que não havia muito mais para ver, então não fiquei muito triste. Éramos para ir ao estádio Olímpico, mas tava cansada e enervada com tanta incompetência e antipatia (não querendo ofender ninguém, mas a nossa experiência com os gregos não foi muito boa). Temos agora bilhete para as 22:57h para Thessaloniki, outra metrópole grega e assim dormimos no comboio (é carruagem-cama) e chegamos lá por volta da 5h da manhã e às 7h apanhamos comboio para Sofia (Bulgária), escusamos assim que estar a pagar um quarto e a perder um dia à espera que a bilheteira internacional abra.
O vagão-cama custou 8€ cada uma, nem foi muito caro, assim poupamos € que estão escassos.
São quase horas e vamos embora, para mais uma volta, mais uma voltinha (quero tanto ir para casa!!), a minha mãe também já está cansada disto, tenho uma olheiras do tamanho do mundo e mesmo passando fome e comendo só uma refeição por dia continuo gorda que nem uma porca... raça de vida!
Fui...

P.s. Aqui não há Deuses gregos, estou desiludida, onde andam os Homens?
E a tendência continua a ser, como em Itália, unhas dos pés laranjas, cor-de-rosa e outras cores subtis... a mãe diz que é para esconder a sujidade.... lolol

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