29 novembro 2011

Aulas e mamilos

Como vocês sabem, voltei a estudar. E se não sabem é porque não tomam a devida atenção à minha pessoa, e por tal merecem muito ser escarrados.

Mas continuando…

Dado que neste preciso momento os 5 anos de estudo afincado e muito dedicado que tive são equiparados aos 3 anos que estas crianças passam na universidade a aprender a beber sem vomitar, fui obrigada a ir mestrar-me um bocadinho mais para tentar competir com estes desgraçados filhos da mãe, roubadores de trabalho alheio.

Nesse sentido, e algumas propinas depois, lá me encontro eu a refrescar a memória e o corpo em salas de aula, ouvindo mais do mesmo e o mesmo a mais.

A verdade é que o meu belo e redondo pacote já não estava habituado às largas horas passadas em cadeiras duras de anfiteatros, à complicada tarefa de absorver informação relevante para todo o futuro que se avizinha logo às 09h da manhã e, claro, tentar manter os olhos abertos perante apresentações PowerPoint pretas com letras amarelas.

Tem sido interessante esta volta ao passado. Obviamente que se nota logo uma clara falta das praxes na unificação de toda a turma, já que como não fomos obrigados a andar de olhos no chão enquanto nos cospem espuma de barbear dos chineses e nos chamam nomes feios, estamos meio afastados uns dos outros, e parece até que não temos muito que falar.

Há toda uma ausência de algo que nos unifique, e as diferenças acentuam-se quando se descobre que existem seres quase humanos nascidos nos anos 90 a frequentar o mesmo mestrado.

É assustador. Mas estou lá.

Sinto falta das filinhas pirilau e de todas as osgas da vida para não ter vergonha de olhar ao colega do lado, já que o mesmo, por mais malas Gucci que use, andou a rebolar na lama tal como eu.

Mas isso já passou. Agora somos adultos. Alguns nascidos nos anos em que eu, serelepe, dançava e cantava ao som das grandes Spice… mas a vida é mesmo assim… e por muito que me sinta idosa e incompreendida, é com esta geração “Bieberizada” que eu vou trabalhar, ou…. ou… é a esta geração a quem vou dar três pares de estalos por me roubarem emprego, com todos os seus currículos gordurosos das bolonhesas.

E com isto, de todas as aulas intensivas, fica-me o seguinte:

Professor (não interessa o contexto) – Por exemplo, consigo saber a cor dos mamilos da menina só observando os seus olhos.

Eu (acordando de repente, ouvindo a palavra mamilo) – É pá, professor…. Não faça isso…

Não consigo deixar de me sentir um tanto ou quanto violada.

No sentido mau da coisa, claro.

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