19 outubro 2008

As mariquices da sociedade

Há realmente alguém neste mundo que “amukine” os alimentos? Há mesmo quem passe as folhinhas de alface por duas ou três colheres de Amukina para matar todo e qualquer germe mais torpe que esteja camuflado no talo?

Custa-me a acreditar que as pessoas sejam tão estúpidas a ponto de gastar rios de dinheiro num frasco de água alterada para matar germes com os quais deviam viver cordialmente e até socializar.

Afinal, que mal vos fez os bichinhos?

Antigamente, nos bons e velhos tempos, não havia cá mariquices dessas para ninguém e até eram capazes de comer a alfacinha acabada de sair da terra só por causa das coisas. Alguém morreu? Provavelmente sim, mas tenho a certeza absoluta que não foi por não “amukinar” os ditos vegetais.

Está certo que a higiene é bonita e coisa e tal, e que comer pastilhas do chão não é um bom desporto, mas eu, aqui bem-criada e na forma redonda, comi muita porcaria do chão, alguma até com uma certa vida, e mal não me fez, até acho que devo estas pegas do amor às boas das formigas que comi por mera curiosidade científica… sabem a vinagre….

Eu sei que as bactérias têm o poder da ubiquidade (e nisso têm a minha admiração) e sei também que há trupes boas e más e que para bichos que não se vêem, conseguem fazer bastante danos, mas meus amigos, há limites para tudo, até para a higiene!

Além de pequenos, invisíveis e de má fama, os vírus, bactérias e coisas são sobretudo muito inteligentes, mais até que certas e determinadas pessoas que acham boa coisa vacinar as crianças contra a gripe. Não…. Não é. Meus caros amigos, por cada vez que vocês vacinam a vossa descendência, a descendência de bactérias que vem a seguir já está mil anos avançada em relação à vacina e já conhece o método de vencer todo e qualquer anticorpo, só com uma jogada.

Segundo as minhas pesquisas mais recentes (e estúpidas) este tipo de seres faz parte de uma complexa sociedade que funciona mais ou menos como a função pública, sendo que, do mesmo modo, são muito mal pagos.

Existe primeiramente a força da frente que enfrenta e todo e qualquer novo anticorpo. Esta equipa funciona como kamikazes e o que fazem é atacar o desconhecido e daí retirar a máxima informação possível. É praticamente impossível sobrevier a uma força desconhecida, como por exemplo uma boa dose de anticorpos informados. Porém nem todos são derrubados e há os desertores e informantes que conseguem fugir do corpo protegido com informação novinha e comprometedora. Muitas vezes alguns anticorpos são apanhados em situações bem cabeludas e isso é suficiente para os derrubar. São socialmente muito frágeis os ditos anticorpos, nada que uma ou outra prostituta bem paga não resolva. Os informantes voltam às bases e dão todas as informações e detalhes mais sórdidos aos agentes da segunda frente, que voltam ao ataque desta vez mais bem preparados e em vantagem, vencendo claro, qualquer encontro com o inimigo.

E é assim que estes seres fofos e cruéis estão sempre à frente e que por muita vacina que se espete no rabiosque eles são sempre mais espertos que os nossos anticorpos, facilmente comprados. O melhor a fazer é deixar o corpinho lutar sozinho contra estas bestas da natureza. Nada como auxiliar o sistema com uma boa dose de leite, mel, limão e bagaço que limpa e extermina qualquer bicha-solitária. Vão por mim, a sociedade está demasiado maricas com estas modas de desinfectar até a alma, a ver se cagam rosas.

E não é só a nível de amukinação… até na educação a mariquice toma conta do sistema das pessoas e parece que anda tudo parvo. Já não se lembram do que é ser criança e comer os próprios macacos só porque não havia nem lenços, nem secretárias… mas qual é o problema?

As crianças já não se sujam (o skipe não deixa). Já não há cá joelheiras dos desenhos animados para ninguém, porque a roupa que se usa é tudo de marca e não se pode nem estragar nem romper por causa da vista. A televisão deixou de ser uma coisa de entretenimento e passou a ser o encarregado de educação, só falta mesmo começar a assinar os boletins, afinal, é ela que educa e responsabiliza a criança. Qualquer tosse que se tenha é curada com 30 marcas diferentes de xaropes e meia dúzia de antibióticos, já não há cá o xarope de cenoura com açúcar que até nos fazia tossir afinados. Não há cabeças partidas porque se falhou o muro, hoje nem sabem subir a um muro, estão demasiado gordos. Não há sovas das boas porque se partiu a janela do vizinho só para ver se a pedra era dura, hoje há o risco dos miúdos processarem os pais por um estalo bem dado. Já não há amizades verdadeiras com quem trocar berlindes, apenas há amigos do Hi5 que podem muito bem ter 60 anos e a mão na virilha.

Agora já não se leva os lápis de cor, os cadernos diários e as mochilas do Dragon Ball para as escolas. Basta o Magalhães. Já não se aprende português e cmçar scrver asm é q é fxe! Temo o dia em que os meus sobrinhos não saibam pegar num lápis e escrever o nome, mas consigam teclar sozinhos num chat com três ou quatro pedófilos. Agora já não há ditados, há Quiz… Já não se dá história, dá-se consulta na Wikipédia. O meu sobrinho não sabe quem foi Vasco da Gama, mas conhece de cor as músicas da Hanna Montana… Tenho muito, muito medo. Tenho realmente receio do que esta geração vai fazer do mundo. Começo a acreditar piamente na força das máquinas e na estupidez do homem, e começo a achar que as teorias sobre as conspirações da tecnologia não são assim tão descabidas.

Prometo aqui solenemente, neste que é o meu meio para toda e qualquer revolta, que filho meu vai partir a cabeça do muro, nem que seja eu a atirá-lo. Vai sujar a roupa, nem que o tenha que jogar para uma poça de lama, vai saber o nome dos rios todos de Portugal e onde desaguam e qual o pH da água, vai saber com quantos paus se faz uma casa na árvore, vai testar a densidade das pedras nas janelas alheias e podem ter a certeza que nunca, mas nunca vai saber quem é a Floribela e os morango com açúcar para ele vai ser só e apenas uma sobremesa, e ai de quem diga que não. Tenho dito.

5 comentários:

  1. Agora fiquei realmente assustada. Concordo com todo o teu post. E nao é da imagem de ti a atirar o teu puto contra o muro que eu tenho medo... é mm da incoerência do teu sobrinho. Acho mm que devias começar a participar um pouco mais da sua educação... Pah quem é que vai ao Sudoeste, ao Avante e ouve Hanna Montana?? E aqueles cuidados todos com a beleza tb... Pah tu "acenta" a mão no miudo e diz lhe poucas e boas!!! :P

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  2. Bom, obviamente que o sobrinho que vai ao sudoeste não é aquele que conhece as letras da Hanna Montana... há aí uma incongruência... tenho 8 sobrinhos das mais diversas faixas etárias, obviamente que seria outro. Não me referia a nenhum em particular, foi apenas um exemplo generalista. Mas sim, podes ter a certeza que participo na educação... por isso sou conhecida como a Tia Cruela e já tenho limites impostos pelo tribunal (brincadeira).

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  3. ah pois é, concordo com tudo. Sim, não é incrível eu concordar? Ainda vou ver quem é afinal essa tal de Montana.
    tento aplicar isso tudo à minha prima Anita. espeto-a na lama, tiro-lhe os travões da bicicleta para ela fazer um arranhãozinhao ou outro, causo-lhe nódoas e coisas assim. é bonito. isto com mariquices, não vai lá não...

    viva à sugidade!
    Maria

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  4. Bem, so tenho a dizer que nada,mas nada mesmo, bate o xarope de cenoura!! ou o leite com mel, bagaco e limao!
    Concordo c tudo menos com o pobre do teu puto ter d saber os rios tds loool...o resto ta bem, mas os rios??!! vah, tem misericordia da crianca!

    Ah, tb sou a favor da sugidade!!!

    beijinho enorme,
    Ecopista da Madrugada!*

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  5. "Admirável Mundo Novo" Aldous Huxley

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