01 março 2007

Seguindo viajem

Ora bem, o que se passou de mau depois da noite de Milão foi a manhã do dia seguinte. Acordei ás 5h da manhã, porque o aeroporto é em Malpensa, a 50 min da cidade, e ainda tinha que apanhar o autocarro para a estação central. Lá fui eu toda serelepe, mais uma vez com uma mala de 30kg, mas desta vez sozinha, claro que não me atrevi a ir de madrugada, desacompanhada, em metropolitanos de aspecto duvidoso e com uma mala desta carga atrás, assim preferi ir de autocarro e lá fiquei eu meia hora, numa paragem estranha que só se identificava pelo sinal do Macdonalds, á espera dum autocarro nao sei bem qual. Era ver-me a imaginar todos os cenários possiveis comigo feita pega na berma da estrada, mas em vez da mala a tiracolo tinha um malão com aspecto de ter dentro um cadáver... bom, vá lá, também não tinha mini-saia! Enfim, consegui sobreviver á avenida e á madrugada de Milão e lá apanhei o autocarro para a estação central. Para variar não tinha bilhete, e o senhor motorista não vendia coisas dessas, assim, entrei rezando para não aparecer nenhum revisor, se não ia ser o bilhete de autocarro mais caro da história. Lá me sentei num cantinho do autocarro, a abarrotar de trabalhadores, com um malão a impedir quem quer que seja de passar. Devo ter tado sentada naquele autocarro uma meia hora sem saber onde estava, nem para onde estava a ir, quando o meu instinto fatal me diz que se calhar era melhor perguntar qual a paragem da estação central, porque como estava sentada a unica prespectiva que tinha eram rabos, muitos rabos... com uma sorte dos diabos, perguntei onde era a paragem segundos antes, consegui sair a tempo e no sitio certo, facto novo para mim. Assim, cheguei á estação central com o autocarro para o aeroporto a sair nesse preciso momento, pensei cá para mim, que até estava com sorte, "pode ser que o avião não caia". Cheguei ao aeroporto uma hora antes do chekin abrir, tomei o pequeno almoço, um sumo de laranja vermelho que me intrigou muito e fiquei esperando as 8 e meia para o chekin. Quando abriu lá fui eu com o meu malão, pagar o excesso de bagagem, e esperar o voo, sem o peso do cadáver. Passei por aquelas lojinhas todas, perfumei-me de graça com as amostras manhosas e lá andei eu até á hora do embarque. Até aí tudo bem, estava com paciência, um pouco ansiosa de chegar á universidade, mas estes momentos assim são bons para pensarmos e reflectirmos na nossa vida.
Telefonei á minha mãe mesmo na hora do embarque a dizer que ia sair nesse momento quando começo a ver toda a gente a dirigir-se para o quadro de embarques, desliguei e quando olhei melhor é que percebi "Canceled/Anullato". Ai senhores, não pode ser... Lá andei a perguntar a uma data de pessoas o que queria dizer anullato, porque com certeza não era o mesmo que em portugues, mas todos me deram a mesma resposta, claro que era, a merda do voo foi cancelado, então e agora?? Os momentos seguintes foram muito rapidos: italianos enraivecidos, uma daquelas senhoras das companhias muito simpática a dizer o óbvio, que a companhia não tinha culpa e que por ela podiamos morrer todos com uma overdose nos olhos... Bom, sem saber muito bem o que fazer, com montes de gente a falar italiano uns com os outros e eu sem perceber absolutamente nada do que se estava a pansar, tentei encontrar alguém que falasse ingles e no fim daquela confusão lá percebi que só teria voo na manhã seguinte, e se quizesse que a companhia pagasse hotel e essas coisas teria que pagar e mandar as contas todas para a companhia e esperar que eles dissessem que tinham menos dinheiro que eu. Ora a prespectiva de andar outra vez para tras e para a frente com aquele malão, com dores no joelho, sem perceber pevas daquilo, gastar mais nao sei quanto dinheiro em transportes e dormida, não me pareceu muito agradável. Assim decidi ficar no aeroporto, ir buscar paciência a todas as fadas e duendes e ficar 24h sozinha no meio dum aeroporto.... muito bem, decisão tomada, mas e agora onde está a minha mala?
Outro filme para encontrar a mala, eu sem perceber nada do que se estava a passar, uma senhora italiana que estava com o filho de 6 anos, perfilhou-me porque me viu com aquele ar de quem quer cortar os pulsos, mas não encontra a faca. Ela não falava ingles, e eu não falava italiano, ela só dizia "Andiamo", ora e eu andiava atrás dela, não sei para onde. Depois de uma esbaforida conversa entre os seguranças e a multidão enraivecida em busca das suas malas, e depois de um guarda dizer que para irem para o porão da bagagem tinham que passar pelo corpo dele, e eu pensar que ia haver motim dos grandes, lá conseguimos as benditas malas. Acho que a senhora depois queria me levar com ela para ir dormir á casa da filha, pelo que percebi, mas acabei por me perder dela e lá fiquei eu para uma aventura no aeroporto de Malpensa!!


2 comentários:

  1. E depois ??? E depois??? Fica aki uma pessoa à espera que avances na história!!...curiosa..como se de uma nevela mexicana se tratasse!!

    Tou xeia de sodades!! BJS***

    Xará

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  2. LoLLLLL. Estou a rezar já com um ano de antecedência, para essas "aventuras" não me acontecerem a mim na minha pikinita viagem...
    Beijinhos pa ti Estrelita filha e pa pikena da Xará.
    Maf

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