23 fevereiro 2007

Milão - dia 1

Nem sei se hei-de começar pelo que correu mal, ou pelo que correu bem, afinal o que correu mal é mais recente e aquilo pelo qual era capaz de partir a boca ao primeiro que me aparecesse á frente… mas vou começar pelo bonito e acabar no inferno, que no fundo é como a vida é!Ora bem, o meu dia ontem começou da melhor maneira possível. Saí da terrinha com a famelga para o aeroporto de Lisboa, chegamos a horas e chegamos bem. Ao entrar no aeroporto tive a melhor recepção que poderia ter tido, a minha TAFUE veio-se despedir de mim com uma actuação e uma cartaz lindo, claro que eu não poderia partir de Portugal sem umas quantas lágrimas, não seria próprio. Assim, as minhas meninas de belas vozes e corações maravilhosos puseram-me a mim e á minha mãe a chorar que nem umas desalmadas… foi tão bonito e ficarei para sempre com um dos momentos mais emotivos da minha vida. Obrigado TAFUE, é sem dúvida uma tuna belíssima de mulheres fantásticas, vocês têm a minha fé, é TAFUE olé!!Na fila para o chekin meti conversa com umas meninas que iam muito embaladas e pensei que poderiam ser minhas colegas de Erasmus, mas afinal iam só para a ramboiada para Itália. Também conheci umas meninas de psicologia, também de Évora, que iam de Erasmus, mas para o Norte de Itália.Ao embarcar segui os conselhos da nossa turista e lá me sentei no lugar mais á frente possível, só não consegui ir á janela. Assim fiquei mesmo em frente aos senhores hospedeiros, Max e Paco, que tal reclame da Eristoff lá fizeram os sinais de como colocar o colete caso o avião voe em direcção ao mar, e que no fundo serve para atrair tubarões et al.Como primeira experiência aérea devo, com certeza, ter feito as caras mais pavorosas quando o avião levantou voo. A marcha-atrás num animal daquele tamanho já parece uma manobra complicada, depois lá os senhores pilotos andaram a passear pela pista que parecia uma estrada secundária portuguesa e quando lá tirou o pé do chão tive uma sensação de falta de chão incrível, o estômago não tem onde se amparar, é muito estranho, mas nada que não se aguente. Assim se passaram as 3h e muito, a ler, a dormitar… para o final do voo comecei a ter imensa dor de ouvidos, parecia que iam explodir. A pressão é lixada! A senhora que estava no banco á janela, afinal era brasileira e perguntou se eu queria trocar porque nessa altura estávamos a passar pelos Alpes e é sem dúvida nenhuma, umas da imagens mais belas de todo o sempre. Estivemos a um braço das montanhas, ao olhar pela janelinha, estávamos a sobrevoar o deserto mais lindo do mundo, um manto branco de vales profundos e escuros que nos hipnotizam. A sensação que eu tinha era que se eu pusesse o braço de fora conseguia tocar na neve. É mesmo lindo! Fiquei na janela o resto da viajem. Assisti ao pôr do sol do céu, e é uma sensação de liberdade, de paz tão grande… Vista de cima as cidades são tão pequenas, tão frágeis, tão insignificante… parece que com um simples dedo esmagamos uma civilização. Percebe-se o fascínio tão grande de tanta gente pelo céu, lá em cima somos Deus, lá em cima é tudo tão insignificante e tudo tão belo, é o céu!Quando cheguei a Milão, encontrei as amigas de Évora no local das bagagens e aí começamos a conversar e trocar contactos para futuras visitas.Assim, saímos do aeroporto e na espera de apanhar o autocarro para Milão central começamos também a conversar com as tais meninas que vieram passar o Carnaval a Itália. Eram 3 raparigas de História de arte do Porto, e 2 futuras advogadas de Coimbra. As minhas colegas de Eramus iam nesse mesmo dia para Turim e eu fiquei com as outras moçinhas porque elas também iam dormir á pousada da juventude e foi assim que arranjei umas companheiras!Estava também lá um grupo de rapazes portugueses, mas que como elas disseram, deviam ser finos demais para andar comnosco e para ir para pousadas, queriam era um hotel e bares, muitos bares... Assim fomos nós, de metro até á pousada, com uma mala de 30kg atrás. Estes metros têm mais do que um sentido na mesma linha, como é obvio, entramos nuns quantos errados e lá tivemos que voltar para tras umas quantas vezes. Numa das linhas, fomos a correr para apanhar o metro, 2 entraram e as outras 4 ficaram cá fora, foi lindo, a olharmos para as outras no metro, agarradas á porta, e nós a vemo-las partir... lolol, ficaram na estação seguinte á nossa espera, foi a aventura, sempre com uma mala que 30kg, em escadas que não rolantes, era sempre preciso 3 pessoas para carregar aquilo, só mesmo eu!Saimos do metro para irmos procurar a pousada, quando eu oiço "Vamos ali ás pegas perguntar onde é?" e outra "E aproveita e pergunta o preço do serviço " - LINDO! eu ri tanto com aquelas gajas, muito bom. Enfim, as pegas eram tal qual os filmes, meinha de renda, mini-mini-saia, malinha a tira-colo, muito loiras e de cigarrinho nos dedos, isto qual, na berma da estrada... e eram honestas porque indicaram o caminho certo, lolol. Chegadas á pousada encontramos uns amigos de Mirandela de umas das raparigas, o mundo é mesmo pequeno, é só o que tenho a dizer...Fomos jantar a uma pizzeria chinesa, coisa nunca antes vista, e depois viemos para casa que estava tudo morto da viajem...amanha é outro dia.
Buena sera Milano


1 comentário:

  1. Muito bom estrela....Só tu para teres essas aventuras, mal pisas solo italiano!! As meninas q iam pa turim...q inveja!! A juve é de turim...
    Com a tua discrição dos Alpes, senti-me uma autêntica devoradora de Milka...Sabes akele chocolate q se faz nos alpes e se desfaz na boca...lool..bjs

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