01 setembro 2006

24/07/06 15:45h Firenze

Trovoada e chuva....
Ontem chegámos a Florença por volta das 21:30h. Fomos reservar o bilhete para Roma para hoje às 17:56h, que depois acabámos por trocar.
O primeiro passo fora da estação tenho que dizer foi uma desilução. Uma cidade escura (tá bem que estava de noite, mas mesmo assim...), cheia de carros, becos, prédios velhos, fiquei mesmo desiludida com a cidade mais bonita de Itália, não sei bem o que estava à espera, mas não era nada daquilo de certeza.
Andámos por ruelas escuras e entrámos num ou dois prédios de aspecto duvidoso e com aqueles elevadores de ferro, em que se vê os fios e as cordas todas, inclusive o estado avançado de decomposição em que se encontram. Fomos então a um albergue, mas um quarto duplo era 80€, e resolvemos procurar mais, depois de dar muitas voltas em ruas cada vez mais estranhas resolvemos voltar ao alberque, mas o prédio inteiro era só pensões então no andar acima deste encontrámos o Hotel Ester que só tinha uma estrela, coitadinha, e ficámos com um quarto de 45€. Tinha ventoinha (yeeeeeee) e tinha net de graça, então lá consegui esvaziar a minha caixa de email lotadíssima.
A casa de banho era comum e era um bocado estranha pois o chuveiro dava mesmo para o chão, daí a inundação e as toalhas no chão...
O quarto era engraçado, pequenino mas forrado a azul e cheio de quadros de reis mortos e espelhos antigos, tinha um lavatório pequenino no quarto que servia bem para lavar a roupinha. Não fomos sair à noite porque estávamos exaustas de tanto "poucaterra, poucaterra, pii, piii". Mandei mensagem ao meu mano para me carregar o telemovel, porque não conseguia ligar para ninguém de maneira nenhuma, recebi o carregamento logo (eta eficiência!), e assim lá deu pa lhe ligar, e ele a mim (isto do roaming é uma chulisse), ainda recebi umas msg de parabens, depois foi tentar descansar apesar do calor.
Hoje acordámos cedo, por volta das 9h, pagámos o quarto e fomos deixar as malas na estação, depois foi só passear.
Tenho a dizer que até bem meio da manhã, florença estava a ser uma desilução. Tem um canal enorme cheio de vida animal, inclusive pessoas a bronzearem-se nas bermas, espero que não mergulhem naquela água, senhores a fazer canoagem e pombos, muito pombos...
Andámos hoje 6 horas, quase sem parar, sempre a andar...andar.. Fomos andando por caminhos nunca dantes navegados e o lema era, "bola pra frente, que atrás vem gente!". Atravessámos por uma das pontes que atravessávam o canal e pudemos verificar que o código da estrada não é universal, porque aqui não é proibido estacionar nas pontes, em cada ponte há 2 filas de carros estacionados, uma para cada lado, é a festa da uva .... Acho que ctorremos os bairros todos de florença, e nada de especial...
Então decidimos atravessar a ponte de novo para o outro lado, comprámos fruta no mercado e mais uma vez fomos andando. Uma coisa gira daqui são as motoretas e as bicicletas, que parecem ser o principal meio de transporte por estes lados, ao contrário do que me tinha parecido ontem à noite, não se vê muitos carros, à conta disso andamos nas ruas sempre com campainhas atrás de nós para nos desviarmos, pois eles andam onde nós andamos, e a prioridade é deles, se não levam-nos à rojo.
Bom, depois de muitas andanças lá descobrimos as atrações de Firenza. Enormes Catedrais, estátuas imponentes, praças belíssimas, eu acho, muito sinceramente que aquelas igrejas são capazes de ser maiores que a minha cidade inteira. Florença, claro, tem a sua beleza: ruas cheias de bicicletas, prédios com uma nobreza incrivel, estátuas do tamanho de 10 homens e com expressões fantásticas. Eu sinceramente, prefiro um chalet e uma montanha, uma cabana e uma floresta, as cidades grandes intimidam-me um bocado, mas claro que no final não fiquei nada desiludida, surpreendida, mas não desiludida.
A cidade tem centenas de museus, e claro está que os mais famosos tinham comboios de pessoas para os visitar (e eu ja estava fartinha de comboios), esta altura do ano é sempre boa para estas coisas. Fomos apenas visitar o Museu de História Natural de Firenze, que pertence à Universittá degla studi di Firenza. Gostei muito, era de antropologia e etnologia. Tinha a evolução de várias populações, as tradições, os cultos, tudo... Achei muito bom, valeu o dinheiro, e para meu espanto até a minha mãe gostou, eu pensei que ela não ligasse a estas coisas, mas ela gostou muito, sim senhora....
Bom, os outros museus e igrejas estavam fora de questão, para os poder ver era preciso passar 3 dias em florença, 2 deles em filas e sinceramente já me bastou a expo98, logo volto num inverno qualquer, quando a minha conta bancária o permitir.
Vimos a estátua de David de Miguel Ângelo, mas pelo que sei era uma réplica em tamanho natural, porque o original está num museu qualquer guardadinho, mas muito sinceramente, para mim vai tudo dar ao litro, perdoem-me os entendidos, mas não passa dum senhor grande, com os atrefolhos pequeninos, achei muito mais piada a umas estátuas que lá estavam de pessoas a ser decapitadas, em que o autor até representou o sangue a sair da cabeça e tudo, muito fixe...
Vimos uma fonte que também é muito conhecida, se bem que eu não sei qual era, mas que estava rodeada de gente estava, por isso devia ser conhecida...
De qualquer maneira nem os monumentos, nem as estátuas, nem os edificios têm etiquetas de identificação, e como eu não tinha guia, estava um bocado a boiar no assunto, mas ia onde estava a multidão e assim sabia o que era ou não famoso... mesmo à matarroana... Vi muita coisa... metade não sabia o que era! Santa ignorância...
Uma coisa interessante em Florença são os gays. Imaginem esta cena: Está um gajo à porta duma loja, passa uma gaja e ele vira a cabeça e arregala os olhos tipo cartoon, eu vi uma cena deste tipo, mas estranhamente (ou não), é quando passava gajos que os gajos olhavam...Ontem quando chegámos, foi uma das primeiras coisas que vimos, quando estávamos à procura de hotel, estava um rapaz à porta dum rizttoranti, um empregado, quando passam por ele 2 gajos (bem forneciso), e o senhor literalmente come-os com os olhos e vira-se para os senhores (que estavam de costas) e faz uma cara do género "comia-vos já aqui, agorinha mesmo, à grande e à italiana!". O que eu achei giro foi mesmo a natularidade com que estas coisas acontecem por aqui, acho que esta sim devia ser a mentalidade do resto do mundo.
Não pude tirar muitas fotos porque fiquei sem bateria,mas consegui algumas fixes, com chuva e tudo, porque derrepente começou a cair uma chuvada, com direito a trovoada e tudo, as gotas de água eram do tamanho de berlindes e quando nos acertavam pareciam balas, até fazia mossa... à conta disso, fiquei com os pezinho, em chinelos, todos elameados que até metiam nojo, e calor é tanto, imaginem que as poças de àgua eram quentes, e a àgua salpicava a ferver (hipérbole pessoal, é uma hipérbole!!).
Bom, como já tínhamos visto tudo, e andado 6 horitas resolvemos ir andando para a estação, no caminho (não sei bem para onde, porque estávamos perdidas) deu-me vontade de fazer aquilo que niguém pode fazer por mim, e entrámos num café para ir à casa de banho, pedimos 2 sumos de laranja, que depois de ter pago (8€), só me apreceu dizer "Paguei bem aquilo que caguei, sim senhor!"...
Depois de muito perguntar ("Scuza, estacione de treno?", eu devia ter um sotaque fantastico porque as pessoas respondiam-me como se eu falasse muito bem italiano, e falavam, falavam... ), andámos para caralh.... e lá chegámos à estação. Fomos buscar a bagagem e pedi para mudarem a reserva para um comboio mais cedo, assim conseguimos ir às 15:30 h, como estáva a chover a potes, mesmo que só fossemos no das 18H não iriamos ver mais nada, assim esperámos só 30 min e fomos em direcção a Roma.
Mais uma vez um comboio desconfortável, cheio até às orelhas e assim, deitarmo-nos estava fora de questão.
Começei a desconfiar que cheirava muito mal, porque o rapaz que estava ao pé de mim foi-se sentar noutro sitio, e o chinês que estava ao meu lado estava com a mão na cara com ar de quem não estava a gostar do cheiro, lolol, tenho os pés sujos, é verdade, muito sujos, estive um dia inteiro a andar e a suar, mas até tomei banho depois disso... de chuva, mas tomei! Olha, desemerdem-se, também ninguém me conheçe, tou-me a cagar!
À tarde quando ìamos na rua, ouvi uns senhores a falar português, (é tão bom!), virei-me para eles e disse "Boa Tarde!", eles riram-se e começamos logo a falar, eram de Barcelos (um casal, uma menina, e uma brasileira muito simpatica), tinham vindo de caravana e também estavam a achar isto um calor insuportável e com gente a mais. É muito fixe encontrar gente da nossa nacionalidade tão longe de casa!!


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