16 agosto 2006

21/7/06 08:00h

Estou sentadinha na estação de Hendaya em cima das mochilas, tal "Anita foi viajar". O dia hoje não começou lá muito bem. Tivemos a carruagem toda para nós, lá isso é verdade, um banco inteiro para a minha mãe e outro para mim, é claro que a largura do banco só dá para metade de mim, mas fiquei espantada com o bem que se lá dorme, é verdade!
bom, o barulho do comboio até é embalador, agora o ressonar da minha mãe é um bocado irritante, e o facto dos bancos cheirarem às milhares de pessoas que já lá estiveram sentadas também não é muito agradável, mas apesar de tudo, lá se dormiu...
Eu acordava com o abrandamento para ver onde estávamos e com qualquer barulhinho, de vez em quando um guarda com ar de mau abria a porta de rompante a confirmar se estava tudo bem, tal reclusos.
Percebi que já estava em espanha, isto depois de atravessar portugal inteiro, quando o revisor mudou de cara e de lingua.
Disseram-me que Hendaya não aparecia no mapa e que só aparecia Irun, ora, eu que não percebo nadinha de geografia pensei que Irun e Hendaya fossem a mesma Terra, mas um nome fosse espanhol, e outro françês. Então, na minha doce ignorância, em Irun saltámos do comboio, isto às 7h da manhã, e fomos às informações, ainda fechadas, perguntar se para Marselhe era preciso reserva. Depois de esperar um bom bocado e depois de ouvir palavras que não percebi nem um pouco, o senhor disse-me que para Marselhe era em Hendaya que tinha que mudar, e perguntou-me com ar de quem me achava a pessoa mais ignorante do mundo, por que raio saí eu em Irun?, é claro que a minha reação foi "Oh meu Deus, como é que eu vou para Hendaya agora?" o senhor disse para apanhar o próximo comboio que dissesse Madrid-Hendaya, que estava quase a partir. Ora olhei para os lados para me despachar a apanhar o comboio que tava mesmo a arrancar e onde está a minha mãe? sumiu... raça da mulher que desapareceu nem sei para onde. Peguei nas malas todas e lá andei eu a gritar pela minha mãe no meio da estação. Não a encontrei e lá corri para o comboio que dizia Madrir e perguntei se ia para Hendaya, o senhor lá dissse que sim e que eu ainda podia entrar. Pus as malas lá dentro, e um pé dentro e outro fora, enquanto gritava pela Dona Narcisa, surge a cabeça dela nas ecadas do outro lado da linha- "Mãe, despacha-te, desce as escadas para o este lado!"- ela lá desceu a correr, mas não sei como é que fez aquilo foi sair ao mesmo sitio- "Despacha-te, é deste lado!"-, bom, depois de muita aflição lá apareceu no lado certo, com o meu saco de cama na mão, que eu percebi que tinha perdido no caminho e que ela pensou que eu tinha deixado lá para ela encontrar o caminho, tal "João e Maria e a casinha de chocolate", é o que eu digo, vê televisão a mais...
Depois de estarmos no comboio, tentámos arranjar lugar mas eram só camas cheias de japoneses, pensei que me tinha enganado e que estava a caminho do Japão ou assim, mas por fim, o revisor, que não se esforçava minimamente para perceber o meu espanhol-alentejano, lá disse que para Hendaya era mesmo a carruagem japônica e que podiamos mesmo ficar em pé à espera, pois Hendaya ficava aí a 10 min de Irun.
Por fim, lá chegamos a França, tivemos mesmo a certeza disso quando pagamos 4€ por um croassant simples, e um corneto da olá francesa custava 2,5€... aguenta coração!!
Agora estamos à espera do comboio para Toulousse, na linha 2, às 8h:38h e no próximo capítulo irei falar do meu cheiro maravilhoso, viscosidade da pele e atração para as moscas... sinto-me uma pequena bácora!

1 comentário:

  1. Hola, me ha gustado mucho tu página porque es muy linda. He leído y creo que la visitaré seguido. Un saludo desde Argentina.
    Mi blog es:
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